Com qualquer razão objetiva que deve haver nos espasmos respiratórios que levaram Jair Bolsonaro a baixar enfermaria, hoje cedo, é evidente de que o imorrível presidente certamente tem nestes sintomas o reflexo da situação de tensão em que entrou desde que começou a sofrer de desgaste político agudo, com a soma de CPI, pesquisas eleitorais e ameaça de cancelamento das eleições.
Foi “eu me garanto demais”, porque qualquer pessoa equilibrada já teria – ainda mais com todos os recursos de que dispõe um presidente da República – procurado investigar a origem de um refluxo persistente de pelo menos dez dias de duração. Mas Bolsonaro, diante de necessidade de mostrar-se imbroxável, insistiu numa agenda exibicionista, incluindo uma “motociata” em Porto Alegre.
O fato é que Bolsonaro consegue uma blindagem hospitalar num momento em que o mar de lama das vacinas se aproxima inacreditavelmente do Palácio do Planalto.
É difícil, porém, porque depois das declarações ameaçadoras que fez, até os amorfos presidentes do STF, Luís Fux; do Senado, Rodrigo Pacheco, e, sobretudo, o da Câmara, Arthur Lira, tiveram de sair do seu mutismo e reagir, mesmo abaixo do tom necessário.
Neste momento, eles e muitos querem que Jair Bolsonaro se recupere. Mas nem tão rápido que possa tornar mais aguda a crise.