Teixeira Heizer, um pedaço da bondade no jornalismo que se vai

Eu poderia escrever sobre a importância de Teixeira Heizer no jornalismo esportivo, um dos pioneiros e mais independentes e apaixonados, como éramos nos anos em que o futebol era motivo de paixão.

Poderia escrever sobre sua importância para uma geração de companheiros teimosos, remadores contra a maré, na qual se incluem Juca Kfouri e José Trajano?

Escrevo, porém, sobre algo muito pessoal.

Quando me mudei para Niterói, construindo uma casa do nada, sem economias,Teixeira Heizer soube disso.

Por artes do destino, uma indenização trabalhista, se não me engano do Estado de São Paulo, havia permitido que ele comprasse uma pequena escola, o São Marcos, que sua mulher e seu filho Marcos – grande músico, já morto, agora – dirigiam.

Escola boa, aliás, muito boa, que acabaria sendo vendida para outro grupo educacional.

Teixeira queria porque queria que meus filhos estudassem lá, sem pagar.

Óbvio que não aceitei, mas ele então fez um desconto que tornou viável erguer casa e escola para os meus guris, sem que eu perdesse a vergonha na cara.

Homens bons morrem, que pena.

 

Fernando Brito:

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  • Cheguei a assistir um jogo com comentário dele no Sportv, acho que em emm 2008 ou 2009.
    Cumpriu sua missão com dignidade. É hora de voltar à pátria espiritual.

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