Temer assume o golpe político. Impeachment não é avaliação jurídica, diz a estrangeiros

O presidente interino Michel Temer assumiu hoje que a aprovação do processo impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff “depende de uma avaliação política, e não jurídica”.

Com isso, assumiu o golpe político de Estado que, ao que tudo indica, o levará a cumprir um mandato que não lhe pertence.

Isso foi o que fez.

O que poderia ter feito, se o Brasil tivesse um Judiciário que se respeitasse e à Constituição teria sido anular, com essa declaração, todo o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Porque o impeachment é um processo político jurídico, como é qualquer imputação a quem ocupa o cargo de Presidente da Reública.

É político porque depende de autorização política, expressa em dois terços dos votos da Câmara, para admitir o processo, e do Senado, para fazê-lo prosseguir.

Após isso, é jurídico, porque tem de ser estabelecido o crime de responsabilidade e não, simplesmente, o eventual “desgosto” do parlamento pelo processado.

Isso é claríssimo na lei do impeachment e admitir que qualquer outro conceito que não o de seu cometimento possa ser o fator decisivo do veredito é, escancaradamente, a violação da legislação que rege o impeachment e da Constituição.

Pelo resumo apresentado no jornal O Globo, este foi a mais grave declaração de Temer aos correspondentes estrangeiros, em entrevista, hoje.

O resto são desculpas esfarrapadas.

Como dizer que é a demora do impeachment se consumar o que “está atradando a saída da crise”, porque estaria impedido de tomar medidas.

Em que está? Não nomeou como quis os ministérios, não modificou sua estrutura, não fez o Congresso aprovar uma ampliação imensa do rombo orçamentário, não abriu os cofres para dar moratória à dívidas bilionárias dos Estados, não concordou com reajustes para as categorias já mais bem aquinhoadas do serviço público, não fez tudo o que quis fazer?

Lorotas de um omisso, que não tem como explicar sua notória covardia em distribuir “bondades” até que o osso da predêcia nõa lhe esteja firme entre os dentes.

E tudo coroado na estúpida frase que encerra a matéria e que define bem como é primário o usurpador que ocupa a cadeira presidencial.

“Estou mais interessado em tirar o país da recessão e ficar popular”.

Também aí diz mais do que ficou claro na patética cena colegial armada com o próprio filho. Mostra o que a busca de popularidade domina a mente do  homem que se achou “capaz de unir o país” e  que sabe que não é.

Talvez seja a única verdade em tudo o que disse.

Fernando Brito:

View Comments (26)

  • A mensagem dos juizes contra a ida de Lula a ONU não gruda, igual a mensagem do Villa.

    Lula é o perseguido. Ele não quer barrar a justiça, não. Só se defender.

    Acho que a associação levara um ridículo dos jornais estrangeiros. Eles juizes vivem fora da realidade ha muito tempo. Digo, a realidade dos comuns. Eles vivem na virtual.

  • Temer ? Tirar o pais da recessão?

    Ele nem sabe o que é isso.

  • Com o recurso de lula à onu o judiciário brasileiro sairá desmoralizado. Quando a imprensa internacional começar a vasculhar os salários, privilégios da máfia judiciária e o peso dela no pib do país comparado com outros paises a desmoralizacão será grande. Moro não sairá por menosrbitrariedades dele caucionadas pela máfia judiciária provocarão escândalo nos países civilizados e a tentativa de torná-lo um herói da pátria vai pelo ralo. Com isso o golpe passa a ser considerado o que é: puro banditismo de uma quadrilha a serviço da cia.

  • O que acontece é que as garantias individuais estão suspensas no Brasil. Está assumido o estado de exceção. Se para derrubar uma Presidenta eleita de maneira legítima não é preciso que exista um crime para justificar, a constituição não vale mais nada. É só um amontoado de palavras que pode ser substituído a qualquer momento pela vontade dos poderosos. Só uma revolução com direito a paredão e tudo mais salva este país de se tornar uma corruptocracia.

  • MiShell Temêr nem sabe o que está fazendo ali.
    Não passa de uma marionete descartável do Pentágono.

  • Réu, pouco é bobagem no Gangolpe.

    Réu por estelionato,Massaini no Ministério da Cultura!

  • O recurso na ONU não vai desmoralizar nosso judiciário. Ele já está desmoralizado. Basta analisar o que os togados tem feito na política e na vida civil. Isso é uma vergonha, como diria aquele velho senhor da Band. Só que, neste caso, ele não tem peito para dizer isso. O Kajuru é quem sabe!

  • A Andrade Gutierrez nunca atuou em Minas, nem nasceu lá. Não conhece Aécio, não se relacionou comFurnas, ou Azevedo não viu?

  • TEMERÁRIO assumiu que é golpe político. Para tudo. Alô STF. O que mais falta para por fim a esta palhaçada? Golpe? Lei de Segurança Nacional. Cadeia neles. Ah, esqueci que é o judiciário que deveria tomar providências. Ato falho.

Related Post