Temer domina o Congresso, mas volta a “recuar”

Michel Temer, depois de um breve período de afirmação –  afinal, escorou “no peito” da Câmara a primeira denúncia de Rodrigo Janot, voltou a ser o “governante do recuo” como portava-se há meses atrás.

Recuou – ainda bem – da insana liberação  às mineradoras da área imensa da Reserva Nacional do Cobre e Associados e não foi, certamente, pelas reclamações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB.

Se alguém quiser apostar suas fichas em uma hipótese, sugiro que as ponha no desagrado que isso causou em setores das Forças Armadas, para as quais a fonteira Norte, nas últimas décadas, substituiu a histórica preocupação com a fronteira Sul, especificamente a Argentina.

É lá que estão a Venezuela e sua crise internacional e a Colômbia,  o maior exército da América do Sul  – maior que o nosso, com uma população que é 25% da brasileira.

O segundo “front ” de enfraquecimento de Michel Temer é o de ter promovido o “expurgo” dos indicados pelos deputados que votaram “sim” ao processo de responsabilização votado na Câmara no início do mês.  Pouco ou nada tocou nos tucanos e isso irritou mais ainda o “centrão” do qual é refém.

Ali se pede pagamento à vista e a caixa está estrangulada para liberações rápidas. Ao contrário, terá de fazer novos cortes para que o “rombo” fique no recém ampliado. Ainda que tivesse recursos, aprovar programas faltando cinco meses para o ano acabar é quase garantir que não haja prazo hábil para alocá-los.

Além do mais, é patente que a reforma da Previdência virou um “sonho de uma noite de verão”, como mostra pesquisa entre os deputados publicada pelo Estadão.

Temer, claro, continua a ter domínio da maioria do Congresso.

Mas, como se diz no futebol, não consegue transformar a vantagem na “posse de bola”, em vantagem efetiva.

E vêm aó uma temporada de  perigos, cujo risco pode ser resumido no título de uma matéria do Poder360: Temer reúne ministros para manter agenda do governo com Fufuca na Câmara.

Fufuca, André Fufuca.

E você achando que Rodrigo Maia, um sem-voto do Rio de Janeiro era o pior que poderia acontecer.

 

 

 

 

Fernando Brito:

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  • Todo mundo DEITADO, dormindo em berço ESPLENDIDO. Tem até uma canção : Dorme nenem do meu coração... Boi Boi Boi da cara preta pega essa CRIONÇAS que tem medo careta...

  • Tomara que tal recuo se deva de fato a atuação das Forças Armadas, num estabelecimento do pouco que resta da soberania Nacional.

  • Não foram as FFAA...FFAA? Existem? Na verdade foram as manifestações dos "artistas" globais...pegou mal! Agora vão disfarçar com a "preocupação" com os povos indígenas, mas a destruição virá...a RENCA ao contrário do que se supõe, permanece extinta!

  • Eram 300 picaretas com anel de doutor. Agora já passam dos 400. No ano que vem, precisamos ter na mente os NOMES DOS BOIS que votam contrao país e contra os brasileiros. Não podemos reeleger nenhum desses picaretas.

  • Triste, mas temos um presidente em exercício que precisa ser vigiado dia e noite e até no banheiro. Ele assina tudo que o quadrilhão coloca à sua frente! A última, a extinção da RENCA foi uma imoralidade que ele desconhecia.Tornou-se um grande perigo para a Nação! Onde está nossa constituição e os responsáveis por sua segurança? Que segurança nacional é essa?

  • Cada vez mais gosto do dispositivo da constituição bolivariana que permite tirar presidente no meio do caminho e chamar novas eleições gerais. Que cara maldito, fosse outro país, estaria preso ou fugindo para algum paraíso fiscal, junto com a turma dele, o "clube", como chamava Moreira Franco quando era assessor especial do FHC, Padilha-Quadrilha ministro do FHC e Temer sinistro presidente da Câmara. Que sina.

  • Brito,

    será que não dá para perceber? A Renca é bem na entrada do Rio Amazonas. Se reparar, a divisa do Amapá com a Guiana Francesa tem o contorno da foz do Rio Amazonas, território ganho pelo Barão de Rio Branco. O que ele está fazendo é dar uma margem do rio a quem pagar, dando uma vantagem estratégica imensa.
    Do outro lado da foz, um pouco mais distante, ele negocia o uso da Base de Alcântara, criando um encrave estrangeiro deste lado, fechando assim a entrada do Rio Amazonas.
    São criminosos!

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