Temer e BNDES querem decretar a morte do investimento em infraestrutura no Brasil

Quando se investe numa loja, espera-se que, em dois ou três anos, ela se pague e comece a dar lucro.

Mas quando se investe em uma obra pesada, como uma estrada, uma usina elétrica, um porto, um gasoduto, um grande navio, uma fábrica, é óbvio que se sabe que aquilo leva dez, quinze, vinte anos para se pagar.

Quando o BNDES admite, como se vê no Estadão, igualar a taxa de seus empréstimos para linhas de investimento pesado à taxa Selic, está, na prática, decretando o fim de qualquer investimento em infraestrutura ou em novas estruturas produtivas.

Igualar taxas de juros de linhas de investimento pesado, de longo prazo, à taxa que se paga, praticamente, no velho “overnight”  só pode ser uma brincadeira de mau gosto.

À taxa Selic você não investe nem num apartamento no subúrbio.

A taxa de juros de longo prazo é uma recomposição inflacionária atenuada, regulada em lei e distribuída no tempo, não uma remuneração de crédito de varejo. E não é paga “pura”, leva sobre ela um “spread” do BNDES que remunera a operação e permite ao banco ter lucro, que em parte é transferido para o tesouro e em parte é capitalizado para financiar mais operações.

Se ousarem fazer isso será, definitivamente, o fim da indústria no Brasil.

Fernando Brito:

View Comments (9)

  • Boa noite,

    esse temer é um asno! Que FODER é FODER O BRASIL? Esse cara o exército deveria da cabo dele. Que tipo de exército que temos, onde o pilantra fode com todo o país, vende ele ao estrangeiro o patrimônio e as forças armadas fica sentada olhando o circo pegar fogo. AO EXÉRCITO BRASILEIRO: DEFENDER FRONTEIRA NÃO É SÓ ESSA SUA FUNÇÃO, ALÉM DISSO O POVO, AS ARMAS, O BRASÃO E A BANDEIRA E ALÉM DOS RECURSOS NATURAIS DA PÁTRIA. VAMOS ACORDA BANDO DE INÚTIL... ( NÃO TÔ GRITANDO)

    • Defender o pais é parar de sangrar uma instituição que estava sendo usada pra desviar dinheiro, financiar propina via obras no exterior e projetos sem retorno.

  • Na realidade tem tambem outro objetivo.
    ABRIR O MERCADO DE GRANDES OBRAS PARA EMPRESAS ESTRANGEIRAS que se financiam a juros menores ou, se beneficiam das tradicionais "facilidades" de governos entreguuistas.

    • Kkkkk, vai o investimento destas empresas que idolatra, só com subsídios do governo, como na privataria tucana e o consumidor/cidadão pagando a conta.
      E mais o país se apequenando no mundo, ficando menor na sua influência e abrindo espaço para os concorrentes. Típico de vira-Para ideologicamente domesticado.

  • Fernando,

    O plano, pelo que parece, não era somente entregar o pré-sal, mas, quebrar o país para ficar à mercê do FMI e suas políticas de austeridade. É claro que esse governo não haja para resolver a situação. Até 2018 o Brasil recorrerá ao FMI.

  • Esses babacas coxinhas não sabem como funciona um banco de fomento e vem aqui dar "palpites". Não sabem sequer de onde vem o dinheiro que esses bancos emprestam e por que a taxa de juro de investimento nunca poderá ser igual aos juros praticados no mercado. A ignorância no assunto é tão gtande que eles nem sequer sabem a bobagem que estão dizendo. Talvez, para eles, seja melhor voltarmos ao tempo de Sarney, Collor, Itamar e FHC, onde se emprestava dinheiro do BNDES para usineiros que nunca produziram 1 gota de álcool e nunca pagaram as dividas com o banco. Estruturas inacabadas de usinas pelo nordeste comprovam o que digo.
    Santa ignorância. Vão estudar, seus acéfalos.

  • A grande imprensa falava que os financiamentos fora do país eram maiores do que os financiamentos no Brasil. Hoje sabemos que os financiamentos externos são de 11,8 bilhões de dólares (a imprensa falava em 50 bilhões) e no Brasil são 320 bilhões de reais (94 bilhões de dólares).
    A verdade, aos poucos, vai aparecendo. Mas como alguns acreditam em Papai Noel, a mídia sempre vai manipular os números, de acordo com o que quer que acreditem os incaustos.

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