O final de semana no Planalto foi de tambores de guerra.
“Votar contra a reforma é votar contra o governo”, disse Michel Temer, numa reunião de áulicos: seus ministros receberam a tarefa de “fechar a porteira” aos colegas de partido e estão formalmente autorizados a ameaçar retirar do governo os indicados por quem não ceder à pressão.
Ricardo Noblat, que achava Temer “até bonito”, diz agora que o ocupante do Planalto “sabe ser mau como um picapau”:
Quem votar contra a reforma, advertiu Temer, estará votando contra o governo. Para bom entendedor, isso significa que o presidente está disposto a retaliar partidos e parlamentares que o deixarem na mão no momento em que mais ele precisará deles.
E como fará isso? Não precisou dizer. Todos sabem. Cargos, acesso facilitado à liberação de recursos públicos e outros favores são moedas de troca na política. É dando que se recebe. Pune-se tomando o que foi dado.
Funcionará?
Com o Congresso que aí está, não se pode dizer que não fará efeito, mas está longe de ser o suficiente, neste momento, para reverter a “onda” antirreforma que se formou.
O “pacote de recuos anunciado semana passada não parece ter surtido efeito para isso, porque a brutalidade da proposta original contaminou todo o debate na sociedade.
Se a primeira impressão é a que fica, neste aspecto, a estratégia de colocar uma multidão de bodes para, depois, retirá-los” criou uma animosidade que, agora, implica fazer quase uma centena de deputados voltar atrás da posição pública já tomada.
O “pequeno problema” deste “dá ou desce político” é que há muito pouco o que descer, quando se trata de um governo manietado por um laço formado de duas cordas: a Lava Jato e o brutal arrocho nos gastos públicos. E sob o qual falta o chão de alguma popularidade.
O próprio Noblat adverte que “se a reforma da Previdência não passar no Congresso, adeus ao sonho de Temer em ser reconhecido um dia como o presidente que tirou o país do buraco da mais profunda recessão econômica de sua história”.
A pergunta inevitável é: quem o reconhece como capaz disso?
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Bom dia,
sei que essa reforma passar, deputados e senadores cavaram sua túmulo e pode jogar o país numa guerra não antes vista. Isso vale pata o Moro que fica atrás do LULA achando que ele é novela! Eles tão brincando com fogo, eles não tem proteção a vida toda depois dessa reforma e da "prisão" de Lula!
Enquanto isso, na terra tupiniquim, os coxinhas são raça em extinção. Agora eles destilam seu ódio ao PT só no canal do MBL - Movimento dos Bandidos Livres. Pelo menos lá as suas ideias nazistas encontram eco. Imbecil se relaciona bem com imbecil.
Os patos amarelos estão com vergonha do 171 que tomaram dos politicos bandidos.
"O próprio Noblat adverte que “se a reforma da Previdência não passar no Congresso, adeus ao sonho de Temer de ser reconhecido um dia como o presidente que tirou o país do buraco da mais profunda recessão econômica de sua história”.
Quer dizer que pra esse PULHA desgraçado, pau mandado da máfia global (me refiro ao Noblat, e não ao Temer, embora os adjetivos tb lhe servem), ferrar a previdência dos mais pobres, fazendo o trabalhador trabalhar por 49 ANOS (!!!), é "tirar o país do buraco"?
Ninguém explicou pra esse canalha q só a TAXAÇÃO DAS GRANDES FORTUNAS já cobre esse "rombo" várias vezes? (aliás, rombo esse q sequer existe, mas não vou entrar no mérito agora).
Ninguém esclareceu pro subalterno global que fazer uma auditoria da dívida pública E/OU cobrar os grandes sonegadores - entre os quais estão os grandes bancos e a própria Globo - já resolveria o problema não só da previdência, mas a crise fiscal tb???