Temer quer que o Rio emita títulos ou “micos” financeiros?

O Valor Econômico dá manchete dizendo que o Rio de Janeiro será autorizado pela União a emitir títulos para ao menos aliviar o desastre econômico social em que está mergulhado.

Pausa para uma risada trágica.

Será que alguém, com um mínimo de bom-senso, acha que colocar títulos no mercado, mergulhado na situação que está, com pancadaria nas ruas e dois governadores presos em apenas 24 horas e governadores e deputados apavorados com o que vai respingar sobre eles é algo viável?

Que prêmios e juros vai exigir qualquer investidor privado  para comprar títulos de um Estado em bancarrota?

Um solução deste tipo só pode mesmo partir de cabeças enlouquecidas, destas que praticam a filosofia econômica da “bomba de nêutrons”, aquela que mata as pessoas mas preserva as propriedades…

Neste caso, as propriedades públicas estatais do Estado, ou o que resta delas – já levaram o banco, o metrô, as barcas, a companhia de luz…- cujos ativos seriam oferecidos em garantia, pois os tesouros estaduais estão proibidos de emitir títulos desde Fernando Henrique.

A situação do Rio de Janeiro não vai ser resolvida pelo “mercado”, exige a intervenção da União, com operações de longo prazo e – indispensável – carência significativa, porque não há sinal de que as receitas possam aumentar em meio à crise nacional e à condição do mercado de petróleo.

A União vai lavar as mãos, porque é governada por gente irresponsável, que não entende que deixar se afundar um Estado que responde por 10% da economia nacional e tem a repercussão nacional que o Rio tem é puro suicídio.