Renan Calheiros, como qualquer pessoa, pode e deve ser investigado e, havendo elementos, ser indiciado e ver o Ministério Público decidir se merece ou não ser denunciado à Justiça.
Mas, depois de 4 anos e 3 meses de investigações, justamente quando a CPI da Covid avança no sentido de comprovar as irregularidades e irresponsabilidades do Governo Federal, a Polícia Federal , “coincidentemente”, concluir pelo indiciamento do seu relator, considerado um inimigo pelo presidente, que o acusa de “vagabundo” e de “bandido”.
É evidente que o tiro vai sair pela culatra.
Independente da culpabilidade que tenha a ação – aliás, esquisita, porque se trata de uma decisão legislativa aparentemente acertada, por reduzir a “guerra fiscal” entre Estados – Renan está sendo colocado na posição de quem é propositalmente perseguido por uma Polícia Federal que, há dois dias, foi citada publicamente por ele como tendo grupos interessados em criar dificuldades à apuração dos escândalos das vacinas.
Renan vai receber a solidariedade da CPI e de boa parte do Senando, o que não ocorreria em outras circunstâncias. E, muito provavelmente, vai ter rejeitada a denúncia pelo Supremo, que de bobo não tem nada.