Tiro da PM cega fotógrafo, mas “a culpa é dele”, diz juiz paulista

O Dr. Olavo Zampol Júnior, juiz  de São Paulo,  tem um estranho senso de Justiça.

Para ele, um repórter fotográfico que procura desempenhar sua profissão cobrindo a repressão policial em uma manifestação coloca-se numa posição de risco e, se  a Polícia o atinge seriamente, a culpa é do profissional.

Foi com essa justificativa que ele negou indenização do Estado de São Paulo ao fotógrafo  Sérgio Silva, que perdeu um olho ao ser atingido por uma bala de borracha numa manifestação na capital paulista.

Na ocasião, o Comandante da PM disse que o pessoal de imprensa “sabia dos riscos” e fez uma esdrúxula comparação com o caso do grande José Hamilton Ribeiro que perdeu uma perna numa mina na Guerra do Vietnã.

É estarrecedor que um comandante policial compare uma manifestação – por mais tumultuada que seja – com uma guerra, onde a letalidade é o objetivo dos disparos.

Não foi apenas “uma bala perdida”, de borracha que seja, mas um alvejamento de jornalistas, tanto que nada menos que 15 profissionais foram feridos, entre eles  a repórter da Folha Giuliana Vallone, também atingida perto do olho direito por uma bala de borracha.

Ela afirma que não houve “fogo cruzado”, mas um policial que apontou e disparou contra ela.

O Dr. Zampol, com toda a sua erudição, talvez não se dê conta de que  vai inspirar o Estado a encobrir policiais violentos e imprudentes com sua decisão de que  isso, afinal, “não dá em nada”.

Nosso civilizado Estado Policial-Judicial vive a lei do “taca-lhe pau”…

 

 

 

Fernando Brito:

View Comments (14)

  • Mais uma BOMBA : a VAZA JATO acusa o Presidente LULA de ter se elegido pelo voto e o condena por ter sido o MELHOR PRESIDENTE que este país já teve.

  • Vindo de sumpáulio, ou tucanistão, não me impressiona a justiça ser tudo, menos justa.

  • .............................. QUEM MORA EM UMA FAVELA ASSUME O RISCO DE LEVAR UMA BALA PERDIDA ? . . . QUEM MORA PROXIMO A AEROPORTOS ASSUME O RISCO DE UM AVIÃO CAIR NA SUA CABEÇA ? . . . . .

  • Os dois rapazes cariocas foram presos durante 1 ano por soltarem um fogo de artifício que, por uma fatalidade, matou um cinegrafista da Bandeirantes e ele estava sem proteção na cabeça. Como será este julgamento? E o capacete de proteção que o cinegrafista deveria estar usando? Ninguém falou sobre este "pormenor". Será que seria um pormenor mesmo; ou um "pormaior"? Mas é um grupo de mídia, né?

  • Peloamordedeus...ainda estou querendo saber o QUE os comentários de Facebook acrescentam no tijolaço! Eu já não tenho esta joça para não ter que "curtir" figuras idiotas e seus comentários tacanhos e acabo tendo que me defrontar com eles por aqui...tá complicado!

    • Concordo contigo. A única diferença é que não me inscrevo nessa joça porque não vejo utilidade em ter um livro de retratos público.

  • Responsabilidade objetiva. Independe de culpa do Estado, pois o Estado responde tendo em vista o Risco de sua atuaçao. So nao seria obrigado se a culp fosse exclusiva de um terceiro, ou fato fortuito ou força maior. Qm responde pelo risco eh o Estado e nao o reporter. Essa decisao vai ser reformada

  • O número de vezes que a palavra " juiz" aparece nas reportagens e que nos dei xam pasmos pela insensatez, ignorância, despreparo e arrogância é de fazer que chorem aqueles que os geraram. Não cr rio que seja falha da grade curricular e tão pouco dos professores. Isto é algo das raízes ou semente de péssima natur eza. São tão eruditos, mas agem como bárbaros. Nem o personagem Obelix seri a tão tosco.

  • Atenção : Se um cavalo escoiceia algué m, deve por isto levar um par de chute ? Um boi marrar ou um cão morder, a solu ção é cabeçada ou mordida ? Então, pf, parem de responder aos pseudoinconve nientes da mesma forma que eles escre vem. Não ponham lenha na fogueira, ass um ela apagará. Façam isto com firmeza e sairão vitoriosos. Perseverm.

  • Quer saber, vamos pela lei, agora, mais justa: olho por olho, dente por dente. Mas paulista é assim e este juiz só merece, quando for tabalhar, receber uma bala perdida, para aprender a não sair de casa. Ridicula sentença de um ridículo juiz, fantasiado de palhaço.

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