Tempos sombrios.
Brutalidade, prepotência, autoritarismo voltaram a fazer sucesso, promovidos pela mesma mídia que, em outras ocasiões, explorou os mesmos vícios populares.
A mesma elite que sempre explorou o povo, agora tenta explorar seus ressentimentos, seus ódios, suas frustrações.
O discurso contra a corrupção, mais uma vez, é manipulado para enganar o povo.
Moro pega empresários quiçá corruptos (como muitos outros, aliás), mas velhos, alquebrados, doentes, cheios de manias e achaques de rico, para quem uma prisão é uma masmorra medieval, e tortura-os para os forçarem a se acusarem a si mesmos.
A mídia não quer saber: o povo quer sangue, a oposição lucra com isso, então assim será.
Dane-se a democracia!
Não é mais a acusação que precisa trazer elementos comprobatórios para manter um cidadão brasileiro confinado entre quatro paredes.
Agora é o cidadão que precisa provar ao juiz que é inocente.
Pior, precisa provar ao juiz que não cometerá crimes no futuro!
Como alguém pode provar a um juiz esse tipo de coisa?
Nem Kafka, em suas obras-primas, pensou em tamanha crueldade por parte do Estado.
Forçar um cidadão, através da mais insidiosa tortura física, mental e familiar (!), a provar ao juiz que não mais pecará!
Só a delação salva!
Só a delação, mesmo sem provas, desde que ofereça material narrativo à mídia.
Desde que ofereça material para o golpezinho miserável, de república de banana, que a República do Paraná pensou que seria tão fácil dar.
*
No blog do Nassif.
O jogo de coerção do juiz Sergio Moro
SEX, 29/05/2015 – 12:34
ATUALIZADO EM 29/05/2015 – 14:18
Patricia Faermann
Juiz federal aproveita a fragilidade do réu, que chora em desabafo sobre seu estado de saúde, pedindo a conversão da prisão preventiva em domiciliar, para coagi-lo a confessar
Jornal GGN – Apontado como um dos 11 lobistas ligados à Diretoria de Serviços da Petrobras, o empresário Mário Frederico Mendonça Góes desabafou durante uma audiência com o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução da Operação Lava Jato. “Eu estou ficando fraco, cada vez mais”, disse, chorando. A audiência foi marcada para pedir a conversão da sua prisão preventiva para domiciliar devido a problemas de saúde do acusado. O advogado de Góes deixa claro que o réu não falaria sobre as acusações naquele momento, e que aguardaria para a defesa no inquérito. Após a demonstração de fragilidade do empresário, Sergio Moro inicia um diálogo afirmando que, se Góes colaborasse, seria analisada a revogação da prisão preventiva.
No áudio afirma, categoricamente, que prisão preventiva é “instrumento utilizado para o crime de colarinho branco”, objetivando com ela a “boa vontade em esclarecer” as acusações. O juiz federal ainda defende a ideia de que o ônus da prova cabe ao acusado: “o juízo não tem nenhuma notícia do concreto em que pese a afirmação da defesa de boa vontade em esclarecer, resolver essa situação em mostrar que não existe risco de reiteração [da prática do crime]”, disse.
Inicialmente, o empresário afirma que não se nega a responder o processo e desabafa sobre seu estado de saúde: “Infelizmente, eu to ficando fraco, cada vez mais. Eu tenho problema, eu operei a coluna lombar, eu tenho problema cervical. Para sentar é complicado, tenho que ficar quase sempre deitado, porque sentado é muito complicado. Então o que eu vinha fazendo, eu estava com a minha vida normal. Não estou reclamando, de jeito nenhum, das pessoas, do sistema carcerário. Dentro da legalidade, eu sou tratado com dignidade. Mas é diferente, minhas comidas eu não consigo. Tenho colite, diverticulite, tenho uma série de problemas digestivos. Tenho problema de posicionamento, de articulação, eu não posso ajudar a pegar nada, em cima, em baixo, levantar. Então isso vai me consumindo um pouco”, disse.
Quando Mário Góes afirma que os problemas o prejudicam, inclusive, a colaborar no processo de investigação, Sergio Moro encontra a brecha para iniciar a coerção.
– Eu tento ajudar a descobrir, ver e mostrar, esclarecer, mas eu me sinto cada vez menos capaz de fazer as coisas. Então por exemplo, no exame deve ter, meu coração dispara a noite, eu sinto coisas estranhas; diz o executivo.
– Um dos motivos para a preventiva seriam as contas offshore e que, até hoje, o juizo não teria nenhuma notícia concreta sobre elas; disparou o juiz.
– Tudo isso será muito bem esclarecido no decorrer do processo; respondeu Góes.
– Porque o problema que o juízo vê é que essas contas para prevenir reiteração delitiva, e essas contas não sei se estão ativas, inativas…
Nesse momento, o advogado do empresário interfere afirmando que esse assunto será abordado no interrogatório, e que o pedido atual não era de revogação da prisão, mas de conversão em domiciliar, o que para a defesa atenderia aos mesmos propósitos argumentados para a detenção do executivo.
– Certo, veja doutor, aqui é um crime de colarinho branco e são os instrumentos utilizados pra esses crimes, segundo pelo menos o Ministério Público nessas contas no exterior, o juízo não tem nenhuma notícia do concreto em que pese a afirmação da defesa de boa vontade em esclarecer, resolver essa situação em mostrar que não existe risco de reiteração. Então, se estamos discutindo a prisão preventiva, esse era um elemento importante a ser esclarecido nessa audiência; insiste Sérgio Moro.
– Eu volto a dizer, a defesa não pede a revogação da prisão preventiva nesse momento, apenas a conversão da prisão preventiva em domiciliar, o que me parece que atende aos mesmos propósitos da fundamentação da decretação. De outro lado, a existência ou não dessas contas, que o próprio juízo reconhece que não tem notícia, na verdade são objeto mérito da acusação; afirma o advogado.
– Sim, mas é um instrumento; fala o juiz.
– Vamos abordar sobre ela [acusação] somente no inquérito, vossa Excelência; rebate o advogado.
– Mas aí é como eu disse doutor, é o instrumento do crime, o juízo imputa importantes esclarecimentos, caso se pretenda a reavaliação dessa questão. Mas, tudo bem, eu vou levar em consideração, estou colocando a oportunidade para o acusado, certo?; mais uma vez tenta Sérgio Moro.
Em seguida, o juiz federal conclui a audiência: “O Ministério Público tem alguma questão a colocar? Está bem, esse documentos foram colocados, eu confesso que não os avaliei, vou abrir vista ao Ministério Público para manifestação, e decido, depois, em seguida. E reitero a posição do juízo, a questão dos instrumentos para a prática do crime, segundo o Ministério Público, ainda estaria à disposição do acusado, e esse foi um dos elementos que levaram a decretar a prisão preventiva. Então, fica aí uma sugestão eventual de avaliar essa situação pela defesa e pelo acusado, certo senhor Mário?”, finaliza, em sistemática insistência, Sergio Moro.
Assista ao diálogo da audiência completo aqui: https://youtu.be/3jHCwHIINM0
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Fernando,
realmente é de apavorar a desfaçatez do Juiz.
E isso ainda em vídeo com todas as letras, virgulas e trejeitos.
Então um Juiz vai para uma audiência sem tomar conhecimento dos elementos apensados no processo e que "exclusivamente" dizem respeito a mesma?
Onde estava o Juiz que foi liberado de receber novos processos, para dar celeridade a atual investigação?
Talvez dando entrevistas para a mídia ou prefaciando um livro qualquer.
Não é o cúmulo dos cúmulos dos sacripantas!
Por muito menos o tribunal de Nuremberg teria sido anulado.
Quem já leu um processo da Inquisição de Lisboa? Eu já li vários. A mesma coisa são os inquéritos desse Moro. Sem tirar nem por. Ou o acusado diz o que o Dr. Moro quer ouvir, ou permanecerá preso e quem sabe condenado a "morrer queimado". É um retorno aos tempos do obscurantismo. Não há superiores na Justiça brasileira que tenha autoridade para conter esse juiz insano?
A continuidade desse inquérito, conforme está sendo conduzido, afronta o estado de direito de nações civilizadas.
Não se entende é a impassividade do STF e da PGF
Luis Vasconcelos o pior será "fazer justiça cpm as próprias mãos"!!! Lembra-se dos justiceiros da revolução francesa? O que aconteceu a êles...
Estava se banhando com a farinha da vaidade pulverizada nos salões da casa grande, junto com sua escritora preferida...
Não acredito existir outro nomepara isso que não seja 'chantagem'.
Não acredito existir outro nome para isso que não seja 'chantagem'.
... Agora, "o lhano" "juiz do 'braZ$il"!
Depoimento do deputado federal Jutahy Magalhães Junior (PSDB/BA)
https://www.youtube.com/watch?v=k-fE3OmeqBg
Só faltou ele instalar uma tribuna para o deputado poder criticar o governo. O deputado disse que foi na empresa pedir contribuição e recebeu R$ 300.000,00. E disse que não sabia nem o porque do empresário ter doado tal quantia.
Quem já leu um processo da Inquisição de Lisboa? Eu já li vários. A mesma coisa são os inquéritos desse Moro. Sem tirar nem por. Ou o acusado diz o que o Dr. Moro quer ouvir, ou permanecerá preso e quem sabe condenado a "morrer queimado". É um retorno aos tempos do obscurantismo. Não há superiores na Justiça brasileira que tenha autoridade para conter esse juiz insano?
O Juiz Moro é responsável pelo maior Tribunal de exceção em verdade uma masmorra, além do mais, fiquei estarrecido ao assistir e ouvir suas afirmações e fez lembrar do Conde de Monte Cristo, sua conduta "parece" análogo aos dos três inimigos invejosos que ocasionaram a prisão por catorze anos de um "inocente" e jogou na masmorra, mas note: o que ninguém esperava era que ele conseguiria sair da prisão, com uma sede de vingança que não pouparia nenhum dos responsáveis pela sua tragédia.
Engraçado, a vozinha do Moro parece macia mas, no fundo, tem um tom meio que amedrontador.
Se as instâncias do Direito não agirem em relação às coerções do Ditador Moro, logo ali na esquina, toda a filosofia do Direito Penal no Brasil estará distorcida, e entraremos no Estado da Barbárie Judicial. E aí se multiplicarão os exemplos de cidadãos que se vestem acima da lei para torturar, acusar sem provas, e cercear o direito de defesa. O que este juiseco de 5ª está fazendo junto com a Mídia Bagaceira deste país é forçar a "corda" para ver rebentar, basta ver em sua própria "República do Paraná" o que ocorreu há poucos dias com a violência policial aos professores.Enquanto isto a corrupção está no núcleo do poder embaixo da sua bunda e ele -como faz parte da turma- finge que não vê. Basta atacar o PT e o Gov. Federal, a mando da globo, e pronto. O resto o Direito Ditatorial garante...
Deu a impressão que o juiz Moro nem entende de Lei.
Mas que porcaria é essa gente trevestida de Deus, onipotente e salvador de toda a humanidade através da carcerária, acabando definitivamente com a corrupção.
Assim pensa o rei Moro.
Nojento esse homem, pobre de quem cair nas garras deste monstro.
Esse juiz é envergonha a justiça e os códigos legais brasileiros.
Junto a outros está colocado definitivamente na história do Brasil como um jagunço a serviço de um partido político e de uma elite canalha.