Tragédia mostra de novo falta de sistema de socorro a desastres

Petrópolis agora, Franco da Rocha há duas semanas, Minas, há um mês, Bahia há dois.

Tragédia após tragédia, alem da falta de prevenção de desastres, fica evidente a incapacidade do país em reagir depressa e eficientemente a desastres “naturais” (naturais, nada, provocados pela precariedade da ocupação urbana ou pela exploração predatória de recursos naturais, como em Brumadinho e Mariana).

Temos Força Nacional de Segurança, Batalhões de Choque, pelotões disto e daquilo e nenhum mecanismo de reação rápida a estas tragédias que se repetem a todo instante. No máximo, Corpos de Bombeiros mal-equipados e com carência de pessoal que, independente da dedicação pessoal admirável com que muitos se comportam, não têm meios para agir na extensão que estes desastres ocorrem.

Viraliza na internet a imagem de uma mulher de meia-idade, a cavar com um enxada à procura da filha e da neta sobre o barreiro que virou o lugar onde estavam em Petrópolis, quase 24 horas depois de um deslizamento. No início, desesperada, dizia que os bombeiros não haviam chegado. Claro, por conta de serem mais de 50 as quedas de barro e de casas e eles, muito poucos.

54 mortes até agora e certamente muitas mais, porque não há sequer contagem dos desaparecidos.

Em todas as imagens que se vê são muitos os voluntários, mas sua capacidade de sondar as áreas de desastre, sem treinamento e sem equipamentos de resgate é, claro, muitíssimo menor.

Será que num país de tantos recursos não é possível termos forças de defesa civil (e até militar) capazes de intervir rapidamente, enquanto há possibilidade de salvar vidas? Duzentos ou trezentos resgatistas poderiam fazer toda a diferença e certamente não faltariam meios de colocá-los onde necessário em três ou quatro horas, dependendo do local a ser atendido.

Mas temos apenas um Secretaria Nacional de Defesa Civil sem meios de atuação direta e mais voltada para repasses de verbas após catástrofes, o que é necessário mas não responde aos momentos agudos destes eventos.

Fernando Brito:
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