Para entender o que é isso, peço sua paciência para uma introdução necessária sobre o que significa essa desistência.
Compreendo todas as boas e patrióticas intenções de alguns – só de alguns – brasileiros que desejam ver adiado o leilão do megacampo de petróleo de Libra.
Acho, apenas que não deveriam dizer adiar ou suspender, mas cancelar e anular, porque o que querem – e eu também quereria, se fosse possível – é a entrega direta do campo à Petrobras, como sugeriu o geólogo Guilherme Estrela, o maior responsável pela descoberta do pré-sal e um homem a quem este país deveria homenagear em praça pública.
O caso é o seguinte: a Petrobras não tem dinheiro, sozinha, para uma empreitada destas.
Tem todo o resto: tecnologia, capacidade operacional, condições de projetar e encomendar equipamentos e de gerir e administrar sua instalação.
Mas para o dinheiro, não tem solução sozinha.
Tomar emprestado em bancos ou lançando títulos no mercado internacional é endividar a companhia acima do limite prudente. Muito acima, aliás.
A outra alternativa é a composição de um consórcio empresarial onde ela, operadora exclusiva, é ressarcida de investimentos e gastos operacionais na proporção da sociedade ou até maior, com a eventual transferência de parcela da produção futura.
O que vai definir a qualidade desta composição são o tipo do interesse do parceiro e seu timming.
É por isso, e não por informação privilegiada, que há tempos se está afirmando aqui que uma associação dos chineses é o caminho natural. Eles tem sobrando capital e faltando petróleo seguro, por conta de seu crescente consumo e sua dependência, em pouco mais de 50%, de petróleo árabe (Arábia Saudita, Irã, Iraque, Omã e outros).
É nesse quadro que entra a crise aberta com os Estados Unidos por conta da espionagem no Brasil.
As empresas americanas e a eles associadas – Chevron, Exxon, BP, Shell, as remanescentes das “Sete Irmãs” ficaram sem condições políticas de formar um consórcio exclusivo capaz de enfrentar o capitaneado pelo Brasil. Tanto é assim que a Folha, agora à tarde, anuncia a decisão da BP, BG e Exxon de não participarem do leilão.
E desistiram por uma única razão: sabem que não vão levar. Como as demais sabem que não irão, se não forem procurar um espacinho na composição entre a Petrobras e os chineses.
A pergunta é: quando haverá condições políticas tão favoráveis ao Brasil num leilão deste porte? E se amanhã os entreguistas não estiverem tão emporcalhados como hoje ou até, deus nos livre, voltem ao poder?
É por isso que este Tijolaço defende o leilão já. Se fosse possível, amanhã.
Porque adiar é meio caminho andado para perder.
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Explicação sabia. Já disse tudo. Agora ou nunca mais. Se os traidores da PATRIA AMADA BRASIL chegarem ao poder os gringos vão receber de presente como ficou comprovado no governo do traidor da pátria FHC.
A Petrobrás não tem capital, sozinha, para os investimentos.
O Brasil não tem? BNDES vendendo seu produto a preços "promocionais" à Petrobrás é tão imoral/ilegal assim?
É isso que esses que defendem a anulação do leilão não entendem. A Petrobras não tem o capital necessário para bancar sozinha a exploração do campo de LIBRA!
Se americanos e ingleses abandonam o barco, então a estratégia da Petrobrás neste leilão está correta.
Olha, me considero um nacionalista que ama o Brasil e seu povo. Tenho enorme desprezo por entreguistas, por isto acho que o fhc é o menor dos mortais (de imortal não tem nada). Só mesmo a credibilidade do Fernando Brito para me fazer acreditar que seja o leilão seja uma boa ideia.
O Tijolaço perde credibilidade ao omitir a seguinte informação:
Há a possibilidade de contratar legalmente, A CUSTO ZERO, a Petrobras. Assina um contrato de partilha com 80% de óleo lucro pra União. E vai arrecadar o superávit primário em outras bandas.
LEI Nº 12.351, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010
Art. 12. O CNPE proporá ao Presidente da República os casos em que, visando à preservação do interesse nacional e ao atendimento dos demais objetivos da política energética, a Petrobras será contratada diretamente pela União para a exploração e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos sob o regime de partilha de produção.
Se desconsidera a opção por outros motivos, não prive o leitor de todas as informações e faça seus contorcionismos retóricos.
Não poderíamos pegar um pouco das reservas em dólares e fazer outra chamada de capital na Petrobrás, aumentando ainda mais o percentual de ações na mão do governo brasileiro? O que é melhor, ações da Petrobrás ou títulos do tesouro americano?
Hihihihihihihihihihihihihihihi!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
As informações deste artigo são importantes para entender o que esta acontecendo e não ficar dizendo abobrinhas e dando bom dia a cavalo.
Obrigada Fernando.
O Tijolaço perde credibilidade ao omitir a seguinte informação:
Há a possibilidade de contratar legalmente, A CUSTO ZERO, a Petrobras. Assina um contrato de partilha com 80% de óleo lucro pra União. E vai arrecadar o superávit primário em outras bandas.
LEI Nº 12.351, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010
Art. 12. O CNPE proporá ao Presidente da República os casos em que, visando à preservação do interesse nacional e ao atendimento dos demais objetivos da política energética, a Petrobras será contratada diretamente pela União para a exploração e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos sob o regime de partilha de produção.
Se desconsidera a opção por outros motivos, não prive o leitor de todas as informações e faça seus contorcionismos retóricos.
Tudo está caminhando para a China entrar firme no Campo de Libra. Dinheiro eles tem com sobra. Consumo idem. O resto a Petrobrás tem, que é tecnologia então é partir para o altar. Não falta nada para o casório. Se isto acontecer mesmo os Yankes e os Ingleses vão se rasgarem.
Fernando Brito, respeito sua colocação. Entretanto, o Brasil já tem oleo suficiente para o abastecimento interno sem o campo de Libra.
O que esta colocado é a entrega de oleo crú sem agregar valor. Isso, acho um absurdo.
Como brasileiro creio que o correto seria voltar ao monopolio estatal realizado atraves da Petrobras, acabando de vez com os leilões e com a ANP. Assim, o Estado voltaria a ter a única empresa operadora do oleo brasileiro e o governo definiria a velocidade estrategica da produção e venda, caso houvesse interesse nacional.
Aumentar a produção somente para exportação é questionável.
Entendo ser minusculo o poder de dissuação do Brasil. O monopolio jamais voltara para a Petrobras.
Por esse raciossinio, leiloar Libra, entendo ser escolha por dor menor.
Jamais perdoarei o psdb, dem, pp, pps e o pig pela entrega da soberania nacional.