Um presidente desmoralizado faz um Brasil desmoralizado

A conversa fiada do governo norte americano de que, um dia, vai nos dar um tratamento privilegiado é, para usar o tipo de metáforas que o presidente brasileiro gosta, é como a daqueles sujeitos que enrolam a moça dizendo que precisa resolver alguns problemas mas que, daqui a algum tempo, terá todo o amor que, hoje, não pode dar .

Qualquer pessoa que tenha capacidades maiores do que só a de fritar hambúrgueres vai perceber que, por vocação, somos competidores dos Estados Unidos em grande parte de nossos potenciais econômicos.

Na produção agropecuária, em quase tudo: milho, soja, carnes bovinas, de aves e suínas. Na indústria, em parte e só não mais porque, nos anos 60 e 70, nos destruíram as indústrias de maior valor agregado: devorou-se a indústria pesada brasileira.

Só o Brasil, no continente americano, pelo tamanho territorial, populacional e potencial de riquezas, pode ser um contraponto ao poder tal como como os EUA a perceberam desde Monroe : a América para os (norte) americanos

Isso quer dizer que devamos ser inimigos dos EUA? Evidente que não, mas entender quer nossos entendimentos devem ser como o que somos: concorrentes procuram sinergias.

Mas isso não vai acontecer.

Temos um governo absolutamente sabujo, que em lugar de exigir o cumprimento dos acordos que publicamente firmou, prefere dar razão a quem o traiu e dizer que esperará, pacientemente, merecer o lugar de amante que, um dia, vai ganhar a condição de “oficial”.

O Camões, patrono do prêmio que Bolsonaro não quer entregar a Chico Buarque, dizia que “o rei fraco faz fraca a forte gente”.

Estamos reduzidos a fazer tudo o que o mestre mandar, como nunca estivemos, nem no regime militar.

Jamais poderíamos hoje pensar em algo como o acordo Brasil-Alemanha, que nos permitiu dominar , com os anos, o ciclo nuclear, pesquisa que vem desde JK.

Ou que, em seguida, fossemos abandonar a política de armarmos nossa defesa nacional apenas com sucatas do US Army.

Ainda que se cumpra, à frente, a promessa de nos levarem ao paraíso dos ricos, será assim, como a de quem entra por benesse, não por mérito.

Fernando Brito:

View Comments (13)

  • O governo ajoelhou-se diante do Trump. Diz o ditado que "ajoelhou, tem que rezar". Nunca os brasileiros passaram tanta vergonha com um governo tão atrasado assim. Graças aos bolsominions!

  • Estamos galopando para o retrocesso...
    Esse bozo é inepto e inapto, pensar parece que nunca foi a sua mesmo .

  • Já dizia Fernando Pessoa: Tudo é pequeno quando a alma é pequena.

  • Qua,qua, qua!!´ Sabujo é bem o termo que este Bozo merece. Já imaginou agora como fica a situação da indicação do menino mimado do Papai. Só podia dar nisto: Uma vergonheira só.
    PQP!!!!

  • Só um reparo: não foi Thomas Jefferson que defendeu a tese "a América para os americanos", mas James Moore, no que ficou conhecida como "Doutrina Monroe"

  • Com o governo marchando para um ano de descalabro econômico, o Guedes acha que ainda tem plateia no "Brazil Investiment Forum" para esticar sua enganação de empresários, tentando vender para eles a ideia de que sua política de destruição dos sustentáculos estatais, sociais e institucionais do desenvolvimento nacional (que ele chama pomposamente de "A Máquina"), seria na verdade uma imaginária destruição de privilégios e amarras que "estariam a deter o crescimento econômico do país". Quando vão acordar para o fato de que este corretor simplório e bom de bico está aqui com o fim único de parar o progresso do Brasil, ao tempo em que enche as burras de setores do sistema financeiro?

  • Os Bolsominiun a maioria já estão arrependidos por apoiarem um tipo como o Bolsonaro. Um governo não pode basear sua ações em somente em dar dando tiros por ai, mas ele tem obrigações com a população. Mas, agora o arrependimento é tarde, a Ines é morta.

  • Mas, e a entrada na OCDE? E aquela "boa" de ir ser embaixador nos EUA?
    Alguém precisa avisar para o Bolsonaros e seus príncipes que poleiro de pato é no chão.

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