Uma semana de juízo. É a direita quem radicaliza, não nós.

A semana política, que aparentemente começa desanimada, vai esquentar.

É preciso “dar um gás” na manifestação do dia 12, que não parece ir lá muito bem das pernas, depois das dissensões que envolveram seus diversos grupos e, afinal, sua submissão à ala mais radical, que tem seu “papa” em Olavo de Carvalho, homem capaz de pérolas como a contida em sua entrevista ao jornal A Tarde:

“Se queremos restaurar a possibilidade de um debate franco, teremos de impor isso à força.”

Desta vez, também, ao que parece, não haverá a ajuda do Governo, com aquele desastrado pronunciamento de “mea-culpa” de Dilma, nem com a imposição, nada gradual, dos reajustes de preços.

Mas, sobretudo, joga contra eles o fato de que, como movimento inorgânico, a perda da “novidade” jogue como desmobilizador de muita gente.

Mas isso quer dizer que a manifestação esteja fadada ao “amanhã vai ser menor”?

Não.

A primeira, obvia, é que não sou adivinho, e menos ainda sobre manifestações inorgânicas, ainda que formalmente comandada por um grupo perfeitamente identificado de nulidades suspeitas.

A segunda é que o núcleo curitibano, que confessadamente opera a justiça do marketing – ao confessar que investigou lançando “um grande 171″  pode acertar, outra vez, o “timming” de suas revelações – ou pseudo-revelações – para ajudar no “agito”.

E a terceira é a de que a mídia, embora com mais dificuldades do que em março, pode, ainda, se lançar a uma ofensiva convocatória para o ato, o que também não parece provável, à exceção, talvez, da Veja.

Espera-se que a esquerda, que tem todo o direito de se manifestar também e muitas razões para se contrapor com atos à ofensiva da direita, perceba, desta vez, que pode – com radicalização – ajudar a direita radical.

Ela voltou a existir abertamente, está forte e deve ser enfrentada.

Mas ainda não furou a barreira que precisa vencer para chegar ao golpismo real, não o da intenção no qual chafurda.

A normalidade do funcionamento das instituições e da  vida brasileira, que vai começar a se impor, independentemente da campanha de terror que contra ela se promove.

Fernando Brito:

View Comments (32)

  • Vai esvaziar e murchar ao longo do tempo. Não tem substância. Essa próxima deve juntar mais uma boa quantidade de gente em alguns lugares mas não tantos com disseram da última vez.
    Não têm mensagem e os corruptos do lado deles estão ficando escancaradamente expostos; as notícias, embora ainda tímidas se comparadas ao estardalhaço que a mídia faz contra o governo, deixam claro que os problemas deles são bem maiores em termo de valores e de " personalidades" envolvidas.
    Além disso já está cansativo e chato!!!

    • As manifeastações de 15/03/2015 deveriam ficar na história como "o dia da vergonha". Neste dia, foi eplicitado para o mundo a falta de educação, falta de respeito à democracia e instituições, o preconceito, a arrogância, intolerância, burrice e tudo de ruim que existe no caráter do Brasileiro. Brasileiro de classe média e alta, vale destacar.

      • Sem contar o cinismo. O que teve de corrupto de alta plumagem, fotografado marchando contra a corrupção, não está no mapa

        • Realmente, ver gente clamando contra a corrupção, abraçado com José Agripino Maia, Raul Jungmann, José Serra e etc. etc. etc. etc.;...é de dar dó.
          Aquela manifestação reuniu a maior legião de estúpidos que eu já ví.
          Produtos da mídia que um dia a destruirão.

  • Tenho certeza que boa parte das pessoas que foram no 15 de março e que não irão neste dia 12 de abril dirão que é porque "não deu resultado da outra vez".
    Ora, que resultado queriam? Renúncia da Dilma? Intevernção militar? Extinção do PT? "Fim da corrupção"?
    É um pessoal muito alienado. Não creio que a maioria se toque de que estão apenas caindo no jogo de quem realmente vai ganhar com essa situação. Acham que é "o melhor para o país" e dificilmente algo os fará pensar o contrário.

  • Acredito que podem até ir, já estão fazendo até o kit coxinha:
    1) Camisa da seleção brasileira só será aceita se for original, de shoppings populares nem pensar;
    2) Complementando o item acima sugerimos “zero” de artigos de shoppings populares;
    3) Traje esporte fino para homens e para as mulheres nada que seja parecido com a roupa da presidanta no pior dia de nossas vidas que foi o famigerado 1/1/2015;
    4) Babás não estão vetadas de comparecer desde que tenham colete de acompanhante com roupas brancas, mas para os motoristas sugerimos que aguardem dentro dos veículos;
    5) Óculos Ray ban, Chanel e outras marcas caríssimas são recomendados se o sol estiver forte.
    6) Só aceitaremos palavras de ordem contra os vermelhos, portanto nada de falar em Helipóptero com meia tonelada de cocaína, aeroportos clandestinos construído com dinheiro público, desvio de milhões em Furnas, compra da reeleição, operação Zelotes, Castelo de Areia, Operação Satiagraha, contas secretas na Suiça, sonegação de impostos, escândalo do Banestado…

  • Não custa lembrar: dia 12 de abril é o Dia Nacional do Humorista. É sério, a data existe mesmo. Quem duvidar, que procure. Agora é esperar que certos personagens cômicos que se deixaram fotografar no desfile do Carnaval do Golpe de 15/3 apareçam com novas fantasias e faixas com dizeres estúpidos, até em "ingreis", o idioma do Obama.

  • > E a terceira é a de que a mídia, embora com mais dificuldades
    > do que em março, pode, ainda, se lançar a uma ofensiva
    > convocatória para o ato, o que também não parece provável,
    > à exceção, talvez, da Veja.

    Você não está se esquecendo de alguém?

    A Globo foi quem promoveu a manifestação de São Paulo, bradando aos quatro ventos os números inflados da PM - 100 mil, 200 mil, 500 mil, UM MILHÃO!!! (Parecia o Galvão Bueno narrando uma vitória do Ayrton Senna na Formula 1).

  • "ao confessar que investigou lançando “um grande 171?.
    Penso que este negócio de 171 é uma grande mentira perpetrada por estes novos justiceiros a fim de encobrir todas os seus atentados contra a constituição, a democracia e o estado de direito.
    Qual idiota iria confessar crimes quando nem suspeitas ainda haviam pelo ar. contem outra.

  • a taxa do dolar nao ajuda, o R$ valorizando.
    a Midia em posiçao vendida (ou será "comprada"? não entendo bem de mercado financeiro...) desistindo de vez de pregar o empitiment. A evidente natureza 'rica' da turma de frente das manifestaçoes tornada clara.
    A água em Sampa sobindo 14%, com inflaçao de 7. E sabesp achou pouco.
    Os spots tucanos de publicidade espocaram o dia inteiro na TV de 2 em 2 min.justo no dia e no seguinte da morte tragica do filho do Chuchu.
    Foi coincidencia.
    Parece o quinto dia apos a morte de Hugo Chavez:foi eleito o papa Chico. Foi a conta: a plimplim pra evitar as imagens de Caracas passou uma semana e meia no maior show de super-catolicismo global que eu já vi.

  • Juliana,

    como você sabe estamos passando por uma seca excepcional que abrange todo o Sudeste. Não só falta água em São Paulo, mas em Minas Gerais e Rio de Janeiro. A falta de chuvas nos mananciais que abastecem cidades e represas, desde o início do ano passado,. resultou no ativamento das usinas térmicas a gás ou óleo. Foi a solução de emergência para se evitar de repetir o apagão que ocorreu no governo FHC. Neste, se você não é muito jovem, o apagão ocorreu por falta de vergonha na cara e investimento por parte das empresas transnacionais que adquiriram a preço de banana o parque gerador do país. Lembra-se dos bueiros explodindo no Rio de Janeiro?

    Porque usar as térmicas e não se investir em novas hidrelétricas? Foi erro dos governos trabalhistas?

    Usinas hidrelétricas produzem energia por obra e graça do Sol que evapora os oceanos e faz chover nas regiões altas onde nascem os rios. Estes, ao descerem dos penhascos movimentam as turbinas. Nessa fase, o campo gravitacional da Terra faz o seu serviço (também de graça) gerando a energia elétrica. Portanto, a energia gerada por uma central hidrelétrica tem como custo, apenas, a manutenção e o retorno do investimento feito (bem grande por sinal).

    Assim que o presidente Lula assumiu (o que só conseguiu como consequência do apagão FHC) deslanchou estudos para a construção de novas usinas hidrelétricas (Santo Antônio, Girau, Belo Monte e outras). As obras começaram em seguida, mas pressões internacionais, por parte de uma multidão de ONGs com a cumplicidade de funcionários-entulhos herdados da administração FHC, levaram a atrasos e diminuição da capacidade de geração por conta de pseudo impactos ambientais (usinas a fio d'água). Resultado a seca nos pegou com os reservatórios do Sudeste quase vazios e apenas Santo Antônio e Girau concluídas. Belo Monte, no Pará, onde choveu regularmente, está atrasada (e agora mais ainda por causa da confusão com as empreiteiras) e outras nem saíram do papel. Toda a sabotagem ambiental possível foi feita para evitar as obras que o país necessita para deslanchar. Quem tem muitos anos na estrada da vida reconhece aí o dedo dos países industrializados ao impedir a entrada de mais um concorrente no jogo...

    Como Lula não tem nada de bobo, ativou, paralelamente, por parte da Petrobrás, a construção de termelétricas a gás e óleo. Isto contornaria a sabotagem feita pelo sistema opositor (aquele do quanto pior melhor), na hipótese de uma grande seca. Dito e feito, esta veio e o apagão que a oposição esperava não se consumou... O preço que se pagou pelas “gracinhas” de nossa oposicinha foi o aumento do custo na geração de energia.

    Porque este aumento não veio antes, no ano passado? A razão é simples de ser explicada. Desde os movimentos de junho de 2013 (patrocinados em grande parte pela mídia) a economia estava deprimida. O impacto do custo maior da energia seria sentido no aumento da inflação e, consequentemente, acarretaria mais depressão, devido às medidas corretivas necessárias. O GF usou de uma política inteligente de subsidiar diversos setores produtivos, inclusive energia, apostando na retomada da economia, para depois recuperar os impostos perdidos, numa fase posterior, quando as coisas voltassem ao normal via aumento da arrecadação. Entretanto, a aposta se perdeu com a piora da situação internacional (câmbio, mais inflação via câmbio, queda dos preços de commodities, etc) e a sistemática sabotagem praticada pela mídia durante a campanha eleitoral.

    O deslanche da operação Lava a Jato nas vésperas das eleições, feita por pessoas ligadas aos tucanos no Paraná, que com a cumplicidade da mídia, escondeu evidências da participação de outros partidos na roubalheira, preparou o prato para a vitória da oposição nas eleições (o que de fato ocorreu no Congresso).

    Dima ganhou de novo, mas não levou de fato, pois esteve até aqui sob a ameaça de golpe. O GF com as finanças públicas comprometidas pela não retomada da economia, nossa maior empresa, que responde por 1/6 do PIB sob fogo cerrado, a base de apoio no Congresso destruída e o ataque impiedoso da mídia, não teve muita escolha a não ser repassar o Aumento da conta de luz à sociedade. Devemos todos esses “favores” a um sistema que tenta de todas as formas destruir o PT para que a América Latina retorne a ser latrina dos EUA!

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