Vender o Brasil sem metáforas. É vender “o terreno”, mesmo, aos gringos

Quando você ler matérias como esta Governo quer vender terras para estrangeiros, em que o Estadão anuncia que o Ministro da Agricultura Blairo Maggi vai propor mudanças na legislação fundiária não fique pensando que há no Brasil algum tipo de xenofobia, que impede empreendedores estrangeiros ou mesmo simples investidores de apostarem no potencial agrícola do país.

Não há, tanto que um cidadão ou uma empresa estrangeira, numa definição simplificada, pode comprar até 10% do território de cada município. Nas áreas remotas do interior, onde os municípios são imensos, 10% da área fignifica que podem ter propriedade de milhões – é isso mesmo, milhões – de quilômetros quadrados.

Aumentar isso – ou pior, eliminar qualquer limite, como sugere Maggi,  significa permitir a criação verdadeiros enclaves estrangeiros em território nacional.

E ninguém pense que será para plantar inocentes pés de soja ou cana de açúcar que vão avançar sobre a terra – terra física, mesmo – do país. Qualquer criança sabe que o sensoriamento remoto, por satélite, há muito permite a identificação, sem cavar uma pá de terra, de jazidas minerais de grande porte.

Temos dezenas de municípios  muito maiores que países inteiros da Europa, como a Bélgica.

E é bom também não achar que os gringos vão chegar para ajudar as áreas miseráveis do Nordeste a desenvolver a produção agropecuária.

O que querem – e em boa parte já têm, como você vê no gráfico ao lado, que não inclui, claro, os imigrantes que vieram para cá para trabalhar, mas só os “investidores” – são as áreas mais produtivas  do Sudeste, Sul e Centro Oeste, aquelas onde o nosso “agronegócio” não tem um pingo de dificuldade em competir no mercado mundial.

Mas que, no fundo, como acontece com a elite empresarial brasileira, pensa sempre em “transformar em dinheiro”, por a os juros obscenos do país e ficar deitando falação de que o povo brasileiro, sem terra e apoio para plantar ou fixar seus filhos á terra, não gosta de trabalhar.

 

Fernando Brito:

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  • Pobre país cujo "ministro da agricultura" é um meliante como Blairo Maggi.
    Coincidências: 20% do MT já está nas mãos de estrangeiros. Quase 12% do MS, idem...

  • Não se iludam. Tem muita gente entre estes que tomaram o poder, que desejam sinceramente que o Brasil se desintegre e deixe de existir como nação indivisível e independente. E as Forças Armadas ainda não entenderam que isso existe, ainda está iludida com historinhas de "perigo comunista" que estes mesmos inimigos do Brasil vão inventando para que as Forças Armadas não possam crescer intelectualmente.

  • E eu que pensei que iam se contentar em apenas alugar o pais pros gringos, mas vão vender também as nossas riquezas, a preço de banana do jeitinho que fizeram com as empresas privatizadas do FHC. Ei lasqueira. To quase virando coxinha. Quem sabe eu não melhoro de vida.

  • Esses escondidinhos não tem mais noção do que escrevem. Te liga "gênio alati". Analisa a merda que vocês, batedores de panela, fizeram. Entregaram o Brasil aos verdadeiros ladrões da pátria. As notícias estão aí. E não cobseguem acusar nem o Lula nem a Dilma, apesar de devassarem suas vidas. É pouco prá ti? Espera o CUnha abrir o bico...

  • [Ainda sobre o golpe mais vagabundo, descarado &$ criminoso da história mundial…]

    ANISTIA DE TEMER A ESTADOS CONTRADIZ DISCURSO DO GOVERNO QUEBRADO

    Após chegar ao poder com um impeachment construído sob a tese de que a presidente Dilma Rousseff quebrou o País com suas “pedaladas fiscais”, o interino Michel Temer toma mais uma decisão que contribui para a deterioração das contas públicas, ao conceder aos estados carência de seis meses nos pagamentos de suas dívidas; até agora, Temer já ampliou o déficit para R$ 170 bilhões (o que deve se repetir em 2017), concedeu reajustes ao Poder Judiciário, permitiu a criação de cargos de confiança no Legislativo e concedeu subsídios aos governadores; além disso, aumentos de impostos foram descartados para não contrariar o empresariado; o resultado da gestão provisória será um país em condições fiscais muito piores do que as que foram entregues pela presidente Dilma Rousseff; Temer comentou a renegociação: “Depois de um longo inverno, parece que a luz se acendeu no horizonte”

    20 DE JUNHO DE 2016 ÀS 17:57

    (…)

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/247/economia/239326/Anistia-de-Temer-a-estados-contradiz-discurso-do-governo-quebrado.htm

    • [… Todos(as) os(as) governadores(as) que aceitarem a participar desta infâmia também deverão ser tachados(as) de bandidos(as), quadrilheiros(as), mafiosos(as) inescrupulosos(as), [mega]corruptos(as), criminosos(as) lesa-pátria… Nazigolpistas!…]

  • Em 64, embora dominados pelos mesmos agentes Americanos, havia a desculpa do "Comunismo" que poderia se apossar do Brasil, e deu no que deu. Porém, embora a Ditadura Empresarial-Militar, tenha causado a carnificina que a história registra, os Militares que assumiram o poder, de certa forma foram refratários em vários setores ao plano americano de dominação total e o Brasil manteve uma relativa soberania e até desenvolveu tecnologia própria.

    Já agora, não se percebe nenhuma discordância ou mesmo indignação/revolta dos atuais militares, com a entrega total do patrimônio e riquezas naturais brasileiras , sob o comando desta quadrilha que tomou de assalto o poder.

    Como exemplo: na privatização/doação da Vale, que era e é um Pré-Sal de minério de ferro e outros minerais, eles não deram um pio. E aí fico me perguntando: Qual é a noção de Soberania Nacional dessas gerações de Militares??? Como pode ser entendido um situação desta???

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