Vitória, morte ou cadeia, o blefe de Bolsonaro

“Estar preso, ser morto ou a vitória”.

Nas três situações previstas por Jair Bolsonaro para o final do ano que vem, se o Braga Netto deixar, os brasileiros votarão para escolher seu presidente.

Esta foi a bravata, o blefe, o teatrinho de hoje, porque Jair Bolsonaro não consegue – nem tenta – fazer qualquer coisa que lembre ser ele o presidente da República, não o valentão de porta de botequim.

Poupa-se este blog de promover uma enquete entre as três opções dadas por Bolsonaro, para que não se o acuse de “adelismo”.

Está claro que aceitar um resultado democrático não está no radar do morcegão – trabalhar não é com ele – que passa seus dias bajulando cadetes, desfilando de motocicletas, fazendo cosplay de pastor e, sobretudo, desempenhado deu papel de insuflador de ódios e de atentados à Constituição da qual diz respeitar as “quatro linhas”.

As quatro linhas que preocupam Bolsonaro são os quatro filhos, todos cheios de valentias armadas como o pai e microcéfalos como ele.

Não seria mais que um espetáculo deprimente de demagogia e incivilidade não fosse ele um presidente da República com apoio de gente que , lobotomizada pelo dinheiro, lhe dá apoio ainda, como bem escreve Vinicius Torres Freire na Folha, hoje:

O bolsonarismo tem bases sociais reais e que precedem Bolsonaro. O agronegócio mais reacionário (larga maioria), evangélicos, militares e os novos muito ricos empresários do setor de serviços e do interior agropop se sentiam pouco representados, em termos de poder e prestígio ideológico. Chegaram lá. Não querem ser rebaixados.
De resto, boa parte da finança e da cúpula empresarial não liga para a Grande Involução que é o bolsonarismo. Isto é, desde que os negócios não sejam muito prejudicados no curto prazo e que se passem “reformas”, em particular as que esfolam mais o povaréu e não mexam muito na falta de concorrência e em favores estatais. Bolsonaro ainda tem onde catar apoio.

Há mais, ainda, infelizmente. Os “nem-nem” da política brasileira, desesperado com o nanismo de uma “Terceira Via” que não sai do chão, continuam mirando todo o tempo em Lula, que se afigura, por onde que que se olhe, como quem tem a capacidade para o enfrentamento da besta presidencial, isso quando não miam dizendo que o candidato que tem 4, 5 e até seis vezes suas intenções de voto deveria ser “humilde” e tornar-se vice de algum deles.

Curioso que, maldizendo Lula a cada quatro frases ficariam felizes em tê-lo, em segundo plano, a dar-lhes os votos que não têm.

Fernando Brito:
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