A informação está na coluna de Merval Pereira – insuspeito de ‘lulismo’ – em O Globo:
Há ainda uma novidade que as pesquisas escondem e pode mudar o resultado: o surgimento do voto envergonhado em Lula. A pesquisa Ipec está se aproximando de constatar que há cerca de 4% de eleitores que declaram voto indeciso ou nulo, mas votam em Lula quando o tablet do pesquisador é deixado em suas mãos para que escolha o candidato sem ser observado.
Embora seja uma crueldade chamar de “voto envergonhado” a escolha que fica recolhida porque vivemos um clima de medo e ameaças, o dado é significativo para uma eleição que está, nas palavras de Lula, a “um tiquinho”.
E um alerta para um país que está voltando aos tempos em que, na ditadura, tínhamos de esconder nossas opiniões por medo.
Em 82, nos estertores da ditadura militar, para “apurar” como iam as preferências dos eleitores do Rio por Leonel Brizola, um nome “proibido” então, púnhamos urnas nas praças para que as pessoas “votassem” secretamente.
Talvez seja inevitável que, como sugere a nota dada por Merval, as pesquisas, para serem acuradas, tenham que anexar uma “urna eletronica” para que, depois de responder às perguntas, seja deixado só para marcar seu voto “na moita”, quieto e sem testemunhas, como será feito na eleição real.
Quatro por cento, afinal, decidem no primeiro a eleição.