10 mil sem-teto partem para o Palácio, por terreno em S. Bernardo

Em longas colunas, 10 mil moradores da Ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo – onde a Justiça impediu ontem Caetano Veloso de cantar – estão caminhando para o Palácio dos Bandeirantes, a 23 km de distância, para pedir ao Governador Geraldo Alckmin desaproprie o terreno abandonado onde montaram suas barracas.

A juíza pode impedi-los de ouvir a música, mas não pode – ainda – impedi-los de exibir sua pobreza e necessidade.

Daqui a pouco, talvez, deem à polícia esta tarefa, embora a manifestação seja absolutamente pacífica.

Mas não será assim, nunca, que farão ser invisível  “o povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas” da Sampa que Caetano cantou e não pode cantar mais a eles.

Fernando Brito:

View Comments (8)

  • Força, gente. Não podemos esmorecer diante da ditadura do judiciário. Diante de um poder burguês, cujas decisões só beneficiam àqueles da própria classe.

  • Caetano só está surfando na onda que virou e derrubou a maré dos golpistas. No fundo é um direitista medíocre. Vale como artista, suas músicas são importantes. Politicamente é um cidadão de zona cinzenta.
    Correção: "A juíza não pode impedir que o Povo Sem Medo/MTST exiba sua GARRA, DIGNIDADE e seu DIREITO À CIDADANIA PLENA!

  • Sem luta não se conquista nada nesta republiqueta das bananas. A não ser que se faça parte da elite asquerosa que comanda essa bagunça.

  • É isso aí. Se não tem justiça e dignidade para o povo, não pode haver paz para o governo.

  • De fato, muitos daqueles que "se acham" de esquerda têm uma visão tão cedimentada de distância dos brasileiros humildes e trabalhadores que falam e escrevem como se estes não fossem a outra face de si mesmos. Vergonha de ser colonizado até os ossos. Viralatas enrustidos.

  • O Brasil é de todos ou não é de ninguém.
    Uma beleza o MTST. Uma vergonha ainda precisar de tanto barulho por um direito fundamental.
    Elite parasita dos infernos.
    Caetano e Lavígne, voltem mais não e respeitem o povo humilde!

  • " Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome"(Caetano Veloso)

    Ainda bem que tem gente como Caetano, Lavine e Sabatella resistindo a. essa democracia de fachada.

    Poucos são os artistas brasileiros que perceberam ou que estão enfrentando isso.

    Com esse gesto de proibir o show de Caetano o judiciário acaba por denunciar seu apoio explicito ao atrsaso dessa ditadura que golpeou o Brasil.

    • O tempo ensina como conviver ou superar nossas falhas. O entusiasmo de Caetano, outros artistas e tanta gente mais, pelo moralismo rasteiro da Lavajato, que tanto mal fez ao Brasil e aos braileiros, não se deve apenas a falta de discernimento político mas também por oportuno e egoísta comodismo muito frequente entre aqueles mais ricos ou menos pobres de alguma maneira que outros. Conciliar a vida individual, trabalho, estudo, família, amigos, lazer com a cidadania, ou luta por amplos direitos, além dos próprios, requer esforço incomum e incompatível para muitos, ainda mais para prosseguir no lado esquerdo da estrada. Esquecidos da "caça aos marajás", peça de propaganda da eleição de Collor, ou da vassourinha-varre-ladrão que elegeu Jânio Quadros, para os maus alunos de história Caetano e Lavigne, foi fácil conversar com o Dallagnol ou apoiar o juiz Bretas e ecoando a Globo, defender com fácil e natural desenvoltura o juiz Moro e os excepcionais operadores da justiça da Lavajato; difícil foi encontrar o que dizer ao povo de MTST, lá em São Bernardo. O microfone do Mídia Ninja estava aberto e a internet revelou ao vivo as diversas limitações, não obstante a grata presença e boa vontade demonstrada por todos, no calor da hora, com a devida e sincera emoção do momento. Destacou-se afinal um MC que, embora não político, fez um discurso mais longo objetivo, realista, sem medo e sem texto, e animador. Posição e atitude de classe, independe de origem pessoal. Contudo, a sua Lavigne, d. Marise(?), conseguiu se redimir das culpas que recaiam sobre o pai de seus filhos. Mas todo cuidado é pouco, no relação com empresas, empresários ou agentes da justiça de qualquer grau. A memória do reitor Concellier nos exige, pelo menos isso. Abaixo o golpe!

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