Vinícius de Moraes, cuja morte completa hoje 35 anos, ainda é mais, muito mais, que um simples nome de rua.
Foi, como Drummond, uma referência para a esquerda juvenil dos anos 70, sempre a relembrar que a delicadeza, o amor, a paixão, o desejo jamais foram inimigos, antes o contrário, da vontade de mudar.
A onda moralista, hoje, despencaria sobre ele: “um devasso”, um imoral, um lascivo ocupando um posto na diplomacia brasileira e com esta intolerável mania de ser um homem simples.
Ainda mais um camarada meio herege, capaz de fazer músicas falando em Xangô, Yemanjá, Oxossi, o panteão pagão…
Despencaria, como despencou, com a ditadura dos “homens da moral” cassando o cargo diplomático que havia conquistado por concurso público…
Uma violência, certamente doída para ele, mas como o cargo de “pendurar paletó” que Gustavo Capanema, ministro da Educação de Getúlio, deu a Drummond, para que ele pudesse viver e “desperdiçar” aqueles míseros mil-réis da renda pública deixando uma obra monumental para a cultura brasileira.
Ah, se os brutos soubessem que se Vinícius recebesse um centavo por cada beijo que fez ser roubado, por cada suspiro que se deu, por cada amor que partejou, o poetinha seria um milionário…
Vinícius foi um símbolo, um marco, um precursor da capacidade de da elite intelectual brasileira de descobrir sua identidade e, sobretudo, de amar o povo brasileiro.
Uma aliança que, na prática, vem se perdendo ao longo das últimas dias décadas, quando se tornou “artisticamente incorreto” buscar e exaltar a “Gente Humilde”, que nunca tinha tido com quem contar.
Outro dia Caetano Veloso perguntou porque esta “besteira” de que “o artista tem de ser progressista”.
Só porque pessoas sensiveis, Caetano, como você fez tantas vezes em seus versos, acham que gente é feita para brilhar, não para sofrer.
E para cantar também os que sofrem, como fez Vinícius em seu “Operário em Construção”, declamado por outro que quebrou mas não vergou, o Taiguara.
12 respostas
Fernando é de arrepiar ler o seu texto e no final ver esta apresentação do Taiquara com este magnifico poema do velho (e eternamente novo) Vinicius de Moraes. Acho que a geração atual jamais terá, ou teve, a oportunidade de ouvir e ler Vinicius. Infelizmente as escolas não incentivam este “tipo de leitura”. rsrsrsrs Porém, apesar desta omissão, o poetinha é um imortal… Parabéns “garoto” rsrsrsrs
Olá, Brito.
Tenho comigo a edição estampada na foto com poesias de Vinicius.
Penso que pessoas como ele, que com uma extrema sensibilidade nos tocam tão de perto, permanecem vivos em suas obras.
Assim são outros artistas que, gosto de imaginar, são almas abençoadas pelo Universo para elevar as nossas almas atiradas no turbilhão diário dos dias que temos.
Assim ouvir Taiguara ou ler Mário Quintana em nosso “tão longo andar” é um bálsamo.
Valeu demais a lembrança !
Grande abraço.
Dois “monstros” que o Brasil deve sempre referenciar. Escutá-los no Vinil e no Vinho…aché!
Viva semana vinicius de moraes,sem show sem espetaculo sem lembrança do mundo global, mas na memoria dos bons.
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Beleza ! ! ! ! Foi esse poema (O Operário Em Construção) um dos motivos que me fizeram senão mudar, totalmente, de pensamento, pelo menos torná-lo mais crescentemente progressista. Eu, que votava no PMDB, achando que estava fazendo grande coisa. Para mim, “O Operário Em Construção” é o melhor poema de Vinícius de Morais, mesmo conhecendo (e gostando!) (d)os famosos sonetos e outros poemas. Uma preciosidade. Sempre me emociono positivamente ao ter contato com essa obra maravilhosa, esse poema admirável, magnífico. Ele é a minha mais preciosa e querida inspiração, para o dia a dia e para compor… Quisera tê-lo escrito. Poesia sempre.
“O operário em construção
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia…
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– “Convençam-no” do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.”
(Vinícius de Moraes. Rio de Janeiro, 1959)
http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/o-operario-em-construcao
o tempo é o Senhor da Razão, Passado mais de 50 anos da instalação da infeliz ditadura em que centenas de políticos e intelectuais foram presos ou destituído entre eles Vinícios de Moraes, acusado de um diplomata sem valor pelos déspotas da época e difamado na imprensa. Constatamos o que ficou de útil daquele ditadores que atormentam o nosso país? Em contraste temos a obra maravilhosa do nosso poeta que nos alegra de forma perene toda vez que lemos os seus versos ou ouvimos as suas músicas. Por isso não merecemos nome de ditadores em nossas ruas e praças mas sim daquele que alegraram a alma desse Brasil.
: 08:13
* * * * 08:13
Que Beleza ! ! ! ! E grande sensibilidade poética(,) humanista. O poema “O Operário Em Construção” talvez seja o principal responsável por me fazer (e, acredito, a também muitas outras pessoas) dar uma guinada definitiva à esquerda, mudando, senão total, radicalmente, de pensamento, pelo menos tornando-o mais politicamente correto em termos de justiça e humanidade e crescentemente progressista, em tal perspectiva. Eu, que votava no PMDB, achando que estava fazendo grande coisa, quase que de repente vim a votar, desde 89, no operário em construção de um país inteiro e de todo o mundo. Queria, também, ter tido a oportunidade de ter o grande e admirável Leonel Brizola como Presidente da República (ou Vice, aí sim, um vice digno e respeitável) mas a tessitura da história (e o entendimento entre os homens, seres humanos) não me permitiu (e aos demais brasileiros conscientes, progressistas) esse sumo privilégio. Creio ser “O Operário Em Construção” o melhor poema de Vinícius de Moraes, considerando-se a grande dimensão poética como a passagem do lírico (enquanto expressão apenas do ser individual, de caracterizações ainda francamente egoístas) para o poema de aspectos épicos, em que o sujeito passa a integrar a dimensão do coletivo, do comunitário, abraçando toda a humanidade em sua obra e nela (re)encontrando os liames de/da integração com o(s) outro(s). Uma preciosidade. Sempre me emociono positivamente ao ter contato com essa obra maravilhosa, esse poema admirável, magnífico. Ele é a minha mais preciosa e querida inspiração, modelo para o dia a dia e para compor… Quisera tê-lo escrito. Poesia sempre.
“O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia…
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– “Convençam-no” do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.”
(Vinícius de Moraes. Rio de Janeiro, 1959)
http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/o-operario-em-construcao
Com a ” onda moralista de hoje ” , vale a lembrança de uma frase dita sobre Vinicius de Moraes , não sei por quem ( Antônio Maria ? ) :
” Ele é plural . Se fosse singular , seria Vinicio de Moral !…”
Ah, Fernando, se vc soubesse como esse texto, juntamente com esse vídeo, mexeu comigo…
Meu pai, um grande pedreiro e simpatizante do comunismo, adorava essa obra de arte de Vinicius e sempre lia pra gente, com gestos e conotações teatrais. Eu não entendia, mas sabia que era importante.
Foi assim que aprendi a apreciar Vinicius e seus sonetos românticos, até compreender a importância do Poeta e de “operário em construção”.
Não tive dúvida em dar ao meu filho o nome de Vinicius.
Grata pelo texto e por despertar as recordações mais importantes de minha infância.
Nossa, Brito, arrepiei-me!
Esqueci-me: já mandei minha pequena contribuição. Ela sempre estará no nome de Mirian, ok? Ela tem conta no BB e faz transferência direta. Depois a pago. Mais fácil.
Más oh!
não se esqueçam,da rosa das rosas….
da rosa de Hiroshima,a rosa hereditária,
da rosa radiativa,estúpida inválida….
da rosa com cirrose a anti-rosa atômica,
sem cor sem perfume,sem rosa,sem nada.
parte do poema rosa de Hiroshima, Vinicius de Morais.