A “prévia” da inflação oficial, o IPCA-15, foi anunciado hoje e veio em 1,73%, o maior valor para um mês de abril em 27 anos, repetindo o “feito” que a inflação do mês de março, fechado, conseguiu dias atrás.
Deve ter uma pequena redução quando tivermos o índice fechado, mas o índice que sai do acumulato (0,31% em abril passado) e o que virá (provavelmente perto de 1,4%, por menor influência do reajuste dos combustíveis no dia 11/3) já será o suficiente para subir a inflação em mais 1%, passando dos 12%.
Este é o número que entrará nas contas do Banco Central na semana que vem, quando decidirá em quanto elevará nossa taxa de juros internos, agravando ainda mais a situação de paralisia econômica.
Não é o único fator, porém.
Vai contar, também, o fato de que a prevista alta em 0,5 dos juros do Federal Reserve americano, prevista para a mesma data, já está fazendo se perder o que chamei de “bônus cambial”: a entrada de dólares para especular com as taxas de juros brasileira, que fez a cotação da moeda brasileira se valorizar fortemente, um processo que parece estar sendo revertido com a volta da moeda norte-americana ao patamar de R$ 5.
O tão previsto vértice da curva inflacionária, a partir do qual a taxa começaria a baixar vai sofrer mais um adiamento, se algo mais de estranho – e não tem faltado esta “categoria” de eventos econômicos – não o cancelar.
E há um componente que assusta ainda mais: é que a inflação dos alimentos, que subiu a 2,25% em abril, aumentando o estresse social com os preços.