A nova presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, estreou muito bem na economia e desastrosamente na política.
Bem na economia, porque não se meteu em aventuras, como queriam muitos do “mercado” de sinalizar uma alta de juros nos títulos do Tesouro Americano, o que lançaria em mais turbulência osmercados financeiros de todo o mundo, que já estão exigindo mais e mais juros das economias emergentes.
E desastrosamente na diplomacia porque esqueceu (será?) que é parte do Governo do Estados Unidos e que, como tal, não lhe compete fazer avaliação da política econômica de outros países.
O Federal Reserve não é o FMI, não é a Moody’s, nem a Fitch, nem a S&P, agências de classificação de risco que dão “nota” aos países em matéria de “confiabilidade” para o capital.
Aliás, é muito bonito falar da casa alheia, quando os Estados Unidos só tinham recursos para honrar seus compromissos até o final de fevereiro, porque o salto da dívida pública do país vai, a toda hora, rompendo os tetos de financiamento estabelecidos pelo seu congresso.
Só ontem foi aprovada uma expansão do teto da dívida, de US$ 16,4 trilhões para US$ 17,2 trilhões, o que deve “segurar” a possibilidade de calote por um ano e meio, aproximadamente, pois os EUA tem um déficit fiscal de mais de meio trilhão de dólares por ano.
Há dez anos, o limite da dívida americana era de US$ 7,4 trilhões. Ou seja, mais que dobrou e, obvio, em dólar.
Os Estados Unidos só não “quebram”, claro, porque são os donos do mundo e imprimem quantas verdinhas quiserem.
E seus títulos, que financiam sua dívida, são comprados por muitos – ou quase todos – os países que a presidente do Fed colocou em sua lista de “frágeis”. E pela China, que não parece ser exatamente o tipo de economia que os EUA apreciam.
A Dra. Janet não pode ser – e não é – ingênua ao ponto de não saber as suas declarações têm enorme impacto pelo mundo afora.
Para quem se mostra cautelosa nas decisões econômicas, sugerindo que as mudanças na expansão monetária que os EUA praticam desde o início da crise de 2008, foi extremamente imprudente (de novo, será?) ao correr o risco de provocar corridas de capital entre países.
A corda que os EUA colocaram no mundo, trançada por uma enxurrada de dólares excedentes, tem duas pontas. Uma corrida de capital para fora dos 12 países que Yellen colocou na sua “lista cinza” puxa para baixo a eles, mas também cria um problema de excesso de liquidez que coloca em perigo a própria recuperação dos EUA.
7 respostas
Vamos apostar no ouro como lastro de divisas. Este não quebra, o que possivelmente vai ocorrer com a economia americana, mais sedo ou mais tarde.
Sim, poderia ser o ouro. Ou uma moeda internacional que seja criada como resultado de acordo entre os BRICs, América Latina e Oriente Médio.
A China já está comprando uma montanha de ouro para diminuir suas reservas em dólar..o BC do Brasil deveria começar a fazer o mesmo..
Eu sou da época que se os EUA tive-sem excesso de laranja, o preço aqui ficava mais caro. Se os EUA tive-se uma queda na produção, e falta-se laranja, o preço aqui tambem subia e ficava mais caro. Ou seja eramos completamente dependentes do que acontecia lá.
Ainda bem que fiquei vivo pra ver o país, ficar independente do mercado americano. Se aqui vai ter crise ou não, vai depender de nossas atitudes e decisões. O que acontece lá deixou, definir oque acontece aqui.
Faltou o post informar quem seriam os 12 países da zona cinza, dessa senhora…
Na verdade nosso governo nao e executor de projetos com rapidez e agilidade temos la o ouro de monte belo temos que ver aquilo do que se trata aclerar extracao do pre-sal, mas nso adianta ir deplimplim vai ter copa sim……