O inexorável desprestígio da Veja

veja

 

Aproveitando que é Carnaval, vamos publicar algumas coisas mais alegres. Textos contra a Veja, por exemplo.

Reproduzo um post publicado há pouco no Diario do Centro do Mundo. Sugiro-o a todos os políticos, em particular os que se pretendem progressistas, que ainda sonham com um espaço nas “páginas amarelas da Veja”.

Aprendam com socióloga!

*

A Veja “estimula o reacionarismo ressentido, paranoico e feroz”

Por Paulo Nogueira, no Diario do Centro do Mundo.

Algum tempo atrás, meu amigo Sérgio Berezovski, então diretor da 4 Rodas, me contou uma história.

A revista procurara o jornalista Flávio Gomes para ouvi-lo numa determinada reportagem.

Flávio, polidamente, avisou que não falaria com uma empresa cujo carro-chefe é a Veja. Deixou claro não ter nada, especificamente, contra a 4 Rodas.

Nesta semana, um episódio da mesma natureza – mas que ganhou ampla repercussão na internet – mostrou a deterioração da imagem da Veja como uma publicação séria.

A socióloga Sílvia Viana, procurada para uma reportagem sobre o BBB 14, produziu uma resposta que a posteridade vai poder usar como medida do repúdio despertado pela Veja depois que se transformou num panfleto de baixo jornalismo, nos últimos dez anos.

Disse Sílvia a quem pedira a entrevista:

“Respondo seu e-mail pelo respeito que tenho por sua profissão, bem como pela compreensão das condições precárias às quais o trabalho do jornalista está submetido. Contudo, considero a ‘Veja’ uma revista muito mais que tendenciosa, considero-a torpe. Trata-se de uma publicação que estimula o reacionarismo ressentido, paranoico e feroz que temos visto se alastrar pela sociedade; uma revista que aplaude o estado de exceção permanente, cada vez mais escancarado em nossa “democracia”; uma revista que mente, distorce, inverte, omite, acusa, julga, condena e pune quem não compartilha de suas infâmias – e faz tudo isso descaradamente; por fim, uma revista que desestimula o próprio pensamento ao ignorar a argumentação, baseando suas suposições delirantes em meras ofensas.

Sendo assim, qualquer forma de participação nessa publicação significa a eliminação do debate (nesse caso, nem se poderia falar em empobrecimento do debate, pois na ‘Veja’ a linguagem nasce morta) – e isso ainda que a revista respeitasse a integridade das palavras de seus entrevistados e opositores, coisa que não faz, exceto quando tais palavras já tem a forma do vírus.

Dito isso, minha resposta é: Preferiria não.”

Clap, clap, clap. De pé.

Tal sentimento está amplamente espalhado pela sociedade. Descontados fanáticos conservadores, ou simplesmente analfabetos políticos cujos heróis são Diogo Mainardi ou Reinaldo Azevedo, a Veja é objeto de uma mistura de desprezo e ódio.

O mérito da resposta de Sílvia é expressar um sentimento comum a tantos e tantos brasileiros.

Em meus tempos de Abril, fazíamos às vezes um exercício. Se determinada revista fosse uma pessoa, qual seria?

A Veja, hoje, por esse sistema, seria uma mistura de Olavo de Carvalho e Marco Feliciano.

Olavo de Carvalho ocupou, por seus discípulos, a revista. E Marco Feliciano é alma gêmea de OC: conforme demos na seção Essencial, o pastor fez na Câmara dos Deputados, esta semana, uma defesa apaixonada do astrólogo que hoje é um ídolo dos reacionários do Brasil.

A Veja teria já problemas extraordinários de sobrevivência caso fizesse bom jornalismo. Revista, na era digital, é um objeto de obsolescência espectral.

São cada vez menos os leitores e os anunciantes.

Fazendo o que faz, uma panfletagem abjeta, a Veja apenas apressará sua marcha rumo ao cemitério. E deixará não memórias agradáveis, mas a sensação de alívio por o horror que ela representa ter enfim acabado.

Quem chorará a morte de uma revista que, para usar as palavras de Sílvia Viana, “mente, distorce, inverte, omite, acusa, julga, condena e pune quem não compartilha de suas infâmias”?

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16 respostas

  1. Veja a Veja já era, esta é sua ultima era.
    Vai tornar as coleções de consultórios num
    verdadeiro lixo..
    E não dá para aproveitar muito não, o pepel
    tem muita TINTA, pouca FIBRA..
    Quem tem fibra é o POVO Brasileiro..

  2. Sr.Miguel.Vou insistir no tema.Inda que tenha visto minhas observações,serem relegadas à não publicidade.Certamente,como não gozo da tão alardeada pelos Puxa-Sacos,Reverência à Notoriedade.Isto se deve,no caso da Veja,de uma anomalia característica de toda a pessoa no exercício da ATIVIDADE JORNALISTICA,seja ela profissional formado ou formada ou não.Tudo decorre da BENESSE LEGAL que é concedida para esta profissão,e somente ela desfruta de tal BENESSE LEGAL.Conceder-se para qualquer um,o privilégio de não precisar revelar suas fontes de informação e com isso,oportunizar que tal cidadão ou cidadã possa mentir,inventar história ,inventar INVERDADES,atributo tão alardeado por todos que historicamente os leigos,ou os de fora,ou as possíveis vítimas dessas MAZELAS,criarem um velho ditado que se traduz no velho:O PAPEL ACEITA TUDO.A Câmera também aceita qualquer imagem,desde que seja editada e os microfones sr.Miguel,são mudos.Enquanto não houver compreensão a estas,para mim ANOMALIAS,as Vejas,Estadões,Globos,Sbts,Bands,e tantas outras,aqui e alhures,reinarão sobre tuto e todos,como UM MONARCA COM TODOS OS PODERES.Tenho dois sentimentos principais com relação à IMPRENSA,e talvez por isso,me insurja contra ela,de maneira genérica.Quais são tais sentimentos;Inveja e Medo.Inveja por não ter tais prerrogativas,já que jornalista não sou e Medo,por saber que mesmo contra a minha vontade,posso ser EDITADO,e pra mim,EDITAR É MENTIR.Saudações e parabéns pelo que vem produzindo na imprensa nacional,a despeito de tudo…

  3. Parece piada mas ocorreu. Estava com meu filho na sala de espera de um consultório médico quando o filho de uma senhora, ao lado, tentou pegar uma das revistas na mesinha de centro. A mãe prontamente disse: não filho, é suja. O menino respondeu: não, mãe. Tá limpa. A mãe então disse: não é a capa, meu filho,é o conteúdo. Que revista era? VEJA, lógico. Só tive tempo de parabenizar a mãe, logo ela foi chamada pela atendente. Não tive tempo de dizer que ela fez bem ao impedir que, cedo, uma mente começasse a ser desvirtuada por leitura não recomendável a ninguém. Se ela ler esse comentário vou ficar satisfeito tanto quanto fiquei naquele instante.

  4. OC – O SUPOSITORIO DOS ROLA-BOSTAS

    O Paulo Nogueira, ao usar a sigla OC para Olavo de Carvalho, dá uma incrível dica mercadológica para os fabricantes de supositórios, no atendimento ao nicho dos jornalistas rola-bosta, tâo bem representado na Veja.

    De fato, só é possível imaginar que Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Ricardo Setti, Eliane Catanhede, Ricardo Noblat, Elio Gaspari e tantos outros membros deste nicho de mercado (tão bem batizado pelo Frei Leonardo Boff) façam uso de supositórios OC durante a redação de suas diatribes diárias, para controlar a quantidade de bosta que rolam, de modo a ocuparem apenas o espaço reservado pelas suas editorias, evitando, digamos assim, o transbordamento de merda nas redações e, no caso específico da Veja, o sufocamento final e a morte do próprio rio Tietê, coitado.

    É de se acreditar mesmo que a cartada final do PIG, a “bala de prata”, a “bomba atomica”, para as eleições deste ano será comandada a partir do Instituto Milenium, com a seguinte palavra de ordem ao seu exército de rola-bostas: “DECLARADA A GUERRA TOTAL. O COMANDO GERAL ORDENA A TODOS OS SOLDADOS DO PIG: PAREM IMEDIATAMENTE DE USAR OS SUPOSITÓRIOS OC!”

    Sendo assim, por que não seguir o estrondoso sucesso de marketing do termo OB, e não criar desde já a marca OC para supositórios ?

    Fica a sugestão para a indústria farmaceutica usar em produtos como, por exemplo:
    CALMOL – Supositórios hemorróida NetFarma
    GLICERIN – Supositório de Glicerina EMS
    GLICEROL – Supositório de Glicerina Pfizer
    TRANSPULMIN – Supositório MedicinaNET

  5. Brito, esse post precisa ficar em destaque e fixo na lateral do blog. Ele não merece se perder na fila de posts. É quase atemporal, porque se eu o ler daqui a seis meses, seu texto não teria envelhecido. Fica aí a dica.

  6. Graças a Deus existe a Veja. O único veículo de comunicação independente do governo do pt. Podem me chamar de reacionário, coxinha, burguês, vindo de vcs é um elogio, significa que já nao sofro dessa doença mental chamada esquerdismo.

    Qual exemplo de revista imparcial vcs me dão? Carta capital? FFaça-me rir.

    Podem xingar o Olavo de Carvalho e o Feliciano à vontade. Eles estão cada vez mais fortes.

  7. E o Mercadante que se julga do PT deu de presente sem licitação mais de 2 milhões em contrato com a editora Abril. Isso me mata de raiva.

  8. Acho que estou ficando neurótico. Passo o tempo todo combatendo essa mídia brasileira. Passei agora, quando vou aos supermercados , a cobrir a revista Veja nas prateleiras com outras revistas. Assim ninguém vê, ninguém compra. Fiquei doido.

    1. rsrsrsrsrsrsrs… Faço o mesmo quando vou a alguma livraria. O problema é que fico com as mãos cheirando m…

    2. Eu também escondo a veja nos supermercados. E sempre que vou a um consultório médico ou ao dentista, “esqueço” um exemplar da Carta Capital.

  9. Será que os ministros, Aloísio Mercadante, José Eduardo Cardozo e Paulo Bernardo, se informaram e aprenderam com a atitude tomada pela socióloga Sílvia Viana.

  10. Jamais compro revista que tenha o símbolo da abril ou da globo! Vou para as revistas alternativas! Viva o Brasil, o Lula e a Dilma!!!!

  11. Oha essa! Em 2011, em uma reunião no banco em que trabalho, uma gerente da velha guarda perguntou “vocês viram a matéria das página amarelas da Veja dessa semana?”, a platéia na faixa dos 25 (eu 37), em coro quase combinado respondeu “eu não leio veja”.

  12. Inda agora,li nesse lixo Pigmeu chamado Zero Hora,matéria ao respeito de seu herói maior,o CAGUETE,e o sr.José Dirceu.Vale a pena ler.Um primor de analise,certamente feita a pedido do patrão,já que reproduzem somente o que o patrão manda,ao ponto de,quando levantam das camas,pela manhã,telefonam ao PATRÃO,para saber o que deverão pensar durante o dia.Vale a pena ler.E no PIGMEU chamado ZERO HORA!

  13. A socióloga Sílvia Viana precisa, urgentemente, ir até Brasília conversar com alguns ministros do governo e com alguns senadores.

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