Dilma e o dia – ou melhor, o século – das mulheres. Assista

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A supremacia masculina das relações humanas sempre foi afirmada por dois fatores, que, afinal, se confundem: o poder econômico e, por consequência, o poder político.

Mas esta rota, afinal, pode ser percorrida ao inverso, e da afirmação política das mulheres pode-se, afinal, consolidar a igualdade econômica das mulheres na sociedade, um processo que tem consumido décadas mas que se tornou irreversível.

Duas ou três gerações, pouquíssimo na história social, nos separam de um tempo em que a mulher, sequer, tinha o direito de voto para este em que temos uma mulher Presidenta da República.

Que maravilha o progresso da civilização humana, mesmo com todo o lixo que vem nas marés enchentes.

Mesmo que nos façam tentar ver que as mulheres são “o tchan” , forma e objeto, elas nos provam que são tudo o que somos e ainda um pouco mais.

Passei os últimos três dias num hospital, com uma, a minha mãe, tentando uma cirurgia de pescoço que, por complicações, foi adiada.

E ela, na fragilidade de seus quase 80 anos, em lugar de querer ser protegida, ainda se preocupa em me proteger.

Por isso, achei legal que Dilma tenha dado um foco econômico à questão da afirmação da mulher.

Há 40 anos, eu era “o filho da desquitada”, como diziam  pejorativamente na vila de subúrbio.

Mas como ela trabalhava, com seus dois empregos, e mantinha a casa, os idiotas tinham de calar a boca.

Porque só livre economicamente a mulher pode ser livre social, cultural, sexual e filosoficamente.

Não há liberdade na dependência nem na pobreza.

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5 respostas

  1. Ai ai ai de nos homens se nao fossem elas. Nada no universo, de baixo do Criador se compara a mulher. Que coisa so!

  2. Nunca é demais Dilma aparecer em cadeia nacional para demonstrar seu poder, e se unir às classes sociais em dias como esse, em que as mulheres carecem de votos de confiança. Há, porém, uma coisa que, a meu ver, Dilma não poderia deixar de falar nesse dia. Refiro-me à violência constante contra as mulheres, que persiste como se ainda estivéssemos na idade da pedra.
    Por piores que sejam os programas policiais, com apresentadores do tipo Datena e Carlos Resende – dois imbecis necessários aos patrões -, entre tantos, afinal esse tipo de sensacionalismo está arraigado desde sempre em todos os canais abertos, com direito a apresentação duas ou mais vezes ao dia. O que não vemos nos jornais da noite, por exemplo, não sei por quê, cansamos de assistir nesses programas, bastando pra isso paciência pra assistirmos. Confesso que vejo algumas passagens, até porque a maior parte é matéria requentada pra “encher linguiça”.

    Pois bem, quero dizer que não se passa um dia neste Brasil, de Norte a Sul, em que matérias sobre mortes e espancamentos cruéis de homens contra as mulheres não sejam uma tônica desses programas. É quase uma ladainha. Tem crimes pra todos os gostos, desde uma coitada que, após ter sido totalmente desfigurada com torturas, foi encontrada nua enterrada num matagal; até outras e outras que foram enterradas sem a cabeça, e vão por aí as crueldades que parece não terem fim jamais.

    Alega-se que a por causa da Lei Maria da Penha esses crimes tem sido mais divulgados. Mas isso não pode ser simplificado dessa forma. A tal lei veio pra impedir a morte das mulheres, a violência contra ela, e tudo está no papel, direitinho, pra que o abuso não chegue a fins trágicos. Ocorre que já está provado em muitos casos que o simples BO mal e porcamente tem servido pra enquadrar um assassino, e dar liberdade a sua mulher, companheira, namorada. Sempre, sempre, o cara é intimado, se apresenta, dá lá suas desculpas, e volta para as ruas, com o destino traçado de acabar de vez “com aquela maldita que me fez preso, ou envergonhado diante de policiais”.
    A mulher não sofre apenas daquele com o qual mantem um relacionamento amoroso; ela apanha de pai, de irmãos, de tios, etc. Nesses casos, mais que nos outros, tudo fica em família, e muitas vezes até a mãe ou uma irmã, também mulheres, abafam tudo. Não é à-toa que muitas jovens saem de casa pra se prostituirem, ou mesmo pra morar em piores condições, etc. etc.
    Do mesmo modo que o Congresso precisa, com urgência, votar uma lei qualquer no sentido de modificar a situação dos menores infratores, assassinos perversos, malditos, também cabe ao Congresso, infelizmente mais constituídos por machos, analisar essa questão da mulher brasileira. E não são apenas aquela coitadas de favelas e periferias a sofrerem as brutalidade dos seus parceiros; reitero que o problema é diversificado tanto no nascedouro como nos rituais macabros.
    Então, a meu juízo, sendo mulher, e conhecendo essa realidade, ontem não senti nenhuma alegria por viver num país que ainda convive com essa desgraça.

  3. Dizer mais o quê, o comentário do amigo já disse tudo, assisti o pronunciamento e brinquei c/minha mulher (por sinal branca, já que sou negro, e ela me atura desde 64, 50 anos em agosto, exatamente p/não ser preconceituoso, racista e outros, como a maioria dos meus irmãos negros, o meu pai era holandês com português e minha mãe uma negra Mato Grosso, que sempre fui um pouco de Maycon X; – Que a presidenta Dilma puxou o saco (que termo) das mulheres fazendo um pronunciamento muito longo. Ela falou tudo.

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