A Bolsa ou a Dilma? Ou porque a faca da mídia faz o Brasil refém de especulação…

vejagangorra

 

Há 15 dias, a “explicação”  para a alta da Bolsa e a queda do dólar é, na imprensa brasileira, a “queda” de Dilma Rosseff nas pesquisas.

Afinal de contas, não pode ter razões econômicas, uma vez que o país está mergulhado no caos, não é isso?

Primeiro, o mundo ia acabar porque o Federal Reserve ia reduzir os estímulos financeiros.

Depois, porque éramos um dos “Cinco Frágeis” do discurso da nova presidente do Fed.

Depois, porque não íamos fazer o tal “superavit” primário.

Depois, porque íamos ter um apagão do sistema elétrico.

No entanto, a Bolsa, desde junho passado, fica num vai-e-vem.

Como nada isso aconteceu, agora, se atribui a subida dos índices à possível queda de Dilma nos números que sairão no sábado.

Conversa fiada.

Ou a entrada recorde de capitais estrangeiros na Bolsa brasileira em março  é obra do Ibope divulgado no antepenúltimo dia útil do mês?

Até o insuspeito Luís Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro de FHC, escreve hoje na Folha:

“Esse vaivém é uma verdadeira loucura se considerarmos que o estado da economia brasileira nesse período não apresentou nenhuma mudança significativa.

Apenas o mau humor dos mercados com o governo Dilma apresentou uma deterioração da magnitude da variação da Bovespa.

Era preciso acreditar em uma catástrofe, como o Brasil caminhando na direção da Venezuela ou da Argentina, para sancionar a Bovespa nos 45 mil pontos. E, se a próxima pesquisa eleitoral Datafolha mostrar uma queda na intenção de voto da presidente, certamente o Ibovespa voltará ao nível dos 55 mil pontos.”

É a política, estúpido.

O Brasil vive em uma condição de refém do capital financeiro, que usa como faca no pescoço do país uma imprensa permanente e diariamente dedicada a apontar o abismo para depois de amanhã.

É assim que temos de ceder e ceder e ceder.

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