Uma das medidas impopulares é cortar o financiamento para a casa própria?

financiam

Resolvi traduzir em fatos, ao longo dos próximos dias, qual é o significado das tais “medidas impopulares” que Aécio Neves, com Fernando Henrique e Armínio Fraga a tiracolo, andou prometendo para a fina flor do capital, a fim de “recuperar” a economia.

E começo  com uma das que , com certeza, está no topo da lista: o esfriamento dos empréstimos concedidos para a compra da casa própria.

Os números espantosos sobre financiamento imobiliário no Brasil – ou sobre a falta dele, antes de Lula e Dilma – dispensam maiores explicações.

Num único ano do governo Dilma são contraídos mais financiamentos para casa própria em número muito maior do que cada um dos governos de Fernando Henrique.

Na Caixa, 68,5%, e nos bancos privados.

O deficit habitacional brasileiro caiu de 12 milhões de moradias para 5,6 milhões,  2 milhões delas no Nordeste.

Note lá no gráfico que a maioria (54%) dos tomadores de crédito, este ano,  são pessoas jovens, com menos de 35 anos de idade.

Que, ao contrário de nós, estão tendo como chegar ao sonho da casa própria ainda bem novos.

E o que tem a ver isso com as tais prometidas “medidas impopulares”?

Isso aconteceu porque o Governo capitalizou, com recursos do Tesouro, a Caixa – que é 100% estatal -, para que ela pudesse ter recursos para financiar moradia.

Um governo disposto a seguir a cartilha neoliberal acabaria, de imediato, com este modelo.

Emissão de títulos, só para pagar mais juros, onde já se viu fazer isso para financiar casa própria?

Retornaríamos  ao tempo em que isso ficava por conta dos bancos privados essencialmente e, aí, para 300 ou 400 mil unidades financiadas, e olhe lá.

Oitocentas mil famílias por ano voltariam a ficar de fora do mercado.

Isso vai ser dito ao povo brasileiro?

Ah, vai, sim.

PS. Os gráficos foram obtidos no excelente blog do professor Fernando Nogueira da Costa e no trabalho Papel do Crédito Imobiliário no Crescimento Econômico- social, do Diretor Executivo de Habitação da Caixa, Teotonio Costa Rezende.

 

 

 

 

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

17 respostas

  1. Para um candidato que não goza de apoio popular, e que é certo uma derrota numa disputa eleitoral honesta, essa frase de que tomaria medidas impopulares tem uma profundidade imensa em vários sentidos, mas eu me prendi à uma. Na visão desse candidato ele não vai ganhar eleição honesta alguma. Ele se imagina, e com muita convicção, que ao assumir o poder de uma forma desonesta irá se vingar do povo que jamais lhe daria a vitória numa eleição honesta. O problema está aí, meus caros, esse candidato está tão certo de que há um golpe em curso que nem ele consegue esconder suas intenções vingativas contra àqueles que não lhe confiarão o voto nunca. Pra quem sabe interpretar, as palavras da oposição é que não haverá eleição e se houver não será honesta. Existe um golpe no ar e é nisso que eles se basearam para dizer com tanta firmeza de que irão atuar contra o povo. Se preparem..

  2. Regulação da mídia nada…..batalha perdida no congresso. O governo tem é que ampliar as TVs públicas, entrar para competir pesado no mercado. Transmitir jogos, esportes, produzir filmes nacionais e tranmitir produções internacionais. Entrar para destruir! Na França é assim!

    1. A diferença que na França você paga um imposto por ano quando você compra uma televisão (algo em torno de 150 euros), o dinheiro é usado para financiar a TV pública. Além disso, a França é um dos poucos lugares onde existe um equilíbrio de meios de comunicação de direita e de esquerda.

    2. Perfeito MacCain! Regular que mídia, se a grande parte do CONGRESSO BRASILEIRO é que é Regulado pela Mídia. O Governo Dilma tem é que usar seu poder e entrar no mercado com novos canais, principalmente culturais, de entretenimento, esportes e educativos, para tirar a TV Brasileira e as rádios da Bestialidade Pornográfica que se encontram!

  3. Olha, a faca de dois “legumes” ai.

    Se o crédito for extinto hoje, por exemplo, a ociosidade dos imóveis, já em ascendência, iria aumentar ainda mais, puxando os preços para baixo (pelo menos deveria).
    Isso, por sua vez, deprecia todos imóveis, especialmente porque mais da metade do valor destes é especulativo!
    Assim, teríamos a situação de milhões de brasileiros com um imóvel comprado, digo, financiado (em 35anos!) no valor de 200mil, mas que vale, na praça, 50mil.
    Bolha?

    1. Por sua vez, o cidadão, nessa situação, prefere o distrato. Para de pagar sua dívida de 360parcelas de 500$ para ir morar de aluguel, e entrega o imóvel (financiado por 200mil, mas que vale 50mil) para a Caixa, ou a construtora.
      Estas, então, venderão estes a preços menores, para ficar com o mínimo de prejuízo.
      Ai o Tesouro vai ter que voltar à ativa para ajudar as empreiteiras, sob pena de quebra-quebra no Brasil, com aumento de desemprego (vide salvador e o excesso de oferta!), etc, etc.

  4. Talvez o debate de maior envergadura esteja em cima do PAC. Ontem ao assistir a entrevista de Lula, vi que o programa não era simplesmente um programa do governo central. Ele envolvia e envolve os governos estaduais e as prefeituras municipais. A responsabilidade é de todos os envolvidos. É um programa para o Brasil, não é só para o governo do PT. Mas, aí reside a diferença entre as promessas cumpridas e o discurso vazio da oposição cujas promessas tem só um foco: o ‘mercado’, ou seja visa somente os especuladores globais.

  5. ATENÇÃO AOS RESPONSÁVEIS PELO BLOG

    QUASE SEMPRE NÃO CONSIGO SAIR PARA A PÁGINA DE Nº2. CLICO, PORÉM SEM SUCESSO.

  6. Fernando, bom dia. Sobre este assunto já não é de hoje que se fala sobre a “bolha imobiliria”, que teremos uma quebradeira geral e muita gente perdendo seus imóveis. Sugiro a publicação de estudo sobre o assunto para acabar ou atenuar esta situação

  7. Não acredito que Aécio cortaria os empréstimos caso fosse eleito, porque seria um literal tiro no pé. Que os imóveis só estão com os preços na estratosfera e as empreiteiras estão lucrando obscenamente (pois podem gastar digamos 100 mil para construir e vender depois por 500 mil ou até mais) porquê os bancos estão financiando os otá… digo, “clientes” que querem (ou precisam) uma casa própria e estão dispostos à passar o resto da vida pagando três imóveis para receber um só.

    Que se os empréstimos acabassem hoje ninguém mais teria dinheiro para poder comprar um imóvel. Sem compradores os imóveis de 500 mil (mas construídos por 100 mil, todos os custos inclusos) encalhariam e com encalhe generalizado teríamos o estouro da bolha pois ou os preços voltam para valores que as pessoas possam pagar ou ninguém mais vende mais nada.

    Concluindo, um governo de direita faria a direita perder dinheiro grosso? O inferno congelaria antes.

  8. Nos paises sobre quem tenho lido algo a respeito de volume de Credito aos cidadaos, em todos a maior fatia do volume é de longe a do credito imobiliario. (o qual nos Usa esta sendo mantido vivo unicamente pela injeção maciça dos QE.2 + QE3 etc)
    Então nosso deficit historico tem sido de 8 milhoes de unid. Porem quando chega a vez dos pobres e remediados é bolha,pois é.

  9. O Ibovespa cai forte hoje. Em razão das razões anteriores para a alta, de duas, uma: ou há rumores de uma nova pesquisa que aponta alta de Dilma ou descobriram que o Datafolha foi manipulado.

  10. Não tem “sobra” de imóveis para a faixa popular. Se eles não moram num imóvel próprio vão morar de aluguel e gastam o dinheiro num bem que não será dele.
    Os estoques de imóveis estão nas mãos das “olhudas” construtoras de Sumpaulo – aquelas que fomentavas uma máfia na Prefeitura. Pra eles, que vendem para os extrato superior – classe A, a elite de Sumpaulo -, os imólveis estão micando.
    Nada a ver com Minha Casa, Minha Vida. Aqui, no interior, em Sorocaba, é um condomínio da CEF; do Minha Casa, Minha Vida, com pagamento com o FGTS; construído a todo momento, com compra antecipada, na planta. As famílias se livrando do aluguel. Aliás, se as construtoras em Sumpaulo se voltasse para esse segmento, estariam bem melhor.

  11. Financiamento imobiliário no período FHC foi para rico, Financiamento de casa popular para pobre período Lula e Dilma.

  12. O problema é que essas emissões do tesouro causam inflação… O povo não perdoa que mbrinca com inflação.. abre o olho Dilma!

  13. A outra é aumentar o preço da luz, e cortar financiamentos para “minha luz..minha claridade”.
    Insistem em deixar-nos nas brumas…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *