Há uma má notícia para Aécio Neves no trabalho feito pelo economista Rodrigo Leandro de Moura, da Fundação Getúlio Vargas (aqui, em PDF).
Aécio, como se sabe, debochou do nível de emprego do Brasil dizendo que são “empreguinhos de dois salários mínimos”.
E seu guru econômico, o Ministro das Medidas Impopulares, Armínio Fraga disse que “o salário mínimo cresceu muito ao longo dos anos” (quem quiser ouvir, clique aqui), embora o nosso povo ache que ainda é pouco.
É que o professor Rogério mostrou que, com a elevação do mínimo e a inclusão de muitos brasileiros em programas assistenciais a ele vinculados, passou de 17,1 para cerca de 21% o número de eleitores que ganham um salário-mínimo.
E para perto de 50% o de eleitores que têm, na sua família, alguém com renda neste valor.
Veja que nem é todo mundo dos “empreguinhos de dois salários mínimo”. É só de um!
O estudo diz que “se comparado com períodos anteriores, o reajuste real concedido em janeiro de 2014, levou o SM a atingir o maior valor histórico da série, desde o final da década de 1960“.
O professor Rogério, antes que se diga que é um “agente do petismo”, concorda (ao menos em parte) com o Ministro da Impopularidade e acha que “a regra atual de reajuste do salário mínimo, válida até janeiro de 2015, é extremamente onerosa para o setor público e para as empresas, o que tende a acarretar pressões inflacionárias crescentes. ” Além disso, quando esses aumentos deixarem de ser sancionados pelo mercado de trabalho, como ocorreu nos últimos anos, aquela regra vai gerar desemprego.”
Discutível, no mínimo. Tivemos anos, décadas de arrocho salarial e desemprego simultâneos.
Mas ele crava uma agulha nas possibilidade eleitorais de Aécio: “cada vez mais, portanto, o típico eleitor brasileiro é alguém que ganha um salário mínimo, o que pode gerar uma vantagem para o governo situacionista nas próximas eleições. Isso decorre do grande aumento do número e do valor da remuneração vinculada ao salário mínimo nos últimos dez anos, em que o atual partido governista esteve no poder”.
Que audácia destes “pobres”, não é? Imaginem, querem escolher o Presidente com o estômago!
9 respostas
Se fôssemos um país nórdico, da Península Escandinávia, com desigualdade social mínima, estaríamos decidindo com a “cabeça”. Só que não, somos um país que ainda luta para debelar a fome, mesmo com a Presidenta tendo afirmado isso como a meta maior do mandato dela, na posse junto ao Congresso Nacional.
Aí vem os caras da oposiçãozinha, e imaginam que o povo vota diferente dele. É claro, as necessidades são diversas. E na medida em que as necessidades básicas são atendidas – não falo da falta de água em São Paulo – outras necessidades irão aparecer. Esse inconformismo é do ser humano.
O fato é que a “porta da rua não é mais a serventia da casa” em matéria de emprego. O “medo” do desemprego afasta a vontade de pedir mais salário.
Outro fato, tem lojas que ainda não abriram em shoppings aonde mora por falta de pessoal, e supermercados que abriram recentemente que não tem o quadro de pessoal previsto completo, e outros estabelecimentos que não “aposentam” a placa de “temos vagas”. Isso tudo pressiona os salários.
E o papo de que o aumento do salário mínimo faz mal à Economia é cascata neoliberal. Só o salário alto move o consumo, e eleva o padrão de vida. Salário melhor tem sobra e é mais festa, mais viagens.
Só uma massa salarial elevada sustentará os serviços no Brasil. E o fato é que menos pessoas ingressam no mercado de trabalho em razão dos salários oferecidos serem baixos.
E a “pressão” da elevação do salário mínimo vai incidir sobre os demais salários. Os sindicatos irão pressionar por maiores salários e repartição de lucros e resultados.
Isso é tudo que a turma neoliberal não quer. Pois precisam desses trabalhadores para produzir. E se o povo não suportar o preço – que no Brasil é um esculacho – eles vão ter de diminuir o lucrão. Ou então vão importar muitos haitianos, pois com desemprego abaixo de 5%, essa é a hora do trabalhador fazer a pedida dele. Assim, quem pagar mais pelo “passe” do trabalhador leva.
Simples assim.
Sim, o pessoal tem emprego, salário, não vive de bolsa família e descobriu que o país não funciona, e que quem trabalha paga muito imposto para sustentar os corruPTos…
e por conseguinte, vai procurar outros partidos. Qualquer um que seja. O negócio é dar uma lição pros mensaleiros.
Lição nos mensaleiros não importa com quem?? Com os do Trensalão, do mensalão mineiro, da Laboggen, ..nada disso tem importância então. O problema é o Lula. Pelo visto os assalariados e trabalhadores votam com a barriga e os tucanos com o fígado..Normal né? Eles só gostam da massa cheirosa.
Não alimente os trolls, Gerson.
Os mais inteligentes a gente tolera; outros, como esse aí, é melhor passar ao largo.
[]’s
Parece que só resta à oposiçãozinha bradar contra a corrupção, na esperança de que o elitor passe a votar não com o estômgo, mas com a cabeça feita pelo moralismo de ocasião e hipócrita da classe média vira lata e dos endinheirados exploradores e preconceituosos…
Empreguinho de dois salários mínimos?
Cuidado, Aécio, com os marmiteiros do Brigadeiro Eduardo Gomes!
Ao lançar um candidato tão despreparado à Presidência da República, o psdb demonstra a falta de seriedade, a falta de respeito e o descaso com o futuro do país.
Mas, afinal de contas, o Aécio acha que 2 salários mínimos é coisa de “empreguinho”, ou é uma fortuna, como diz Armínio Fraga?
Estou no interior da BA,em ferias estou na zona rural de um pequeno município,e todos os dias vejo passar ônibus amarelinhos,novinhos escolares,manhã tarde e noite levando os estudantes,nunca vi isso aqui em toda minha vida,obrigado Lula,obrigado Dilma deus os abençoe para sempre…