Logo depois da reunião que, em Fortaleza, criou o Banco dos Brics – o que nossa imprensa quis transformar em uma simples disputa entre Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul para ver quem ia ficar com a presidência da instituição – este modesto blog disse que, ao lado de prover estabilidade monetária aos seus integrantes, o principal papel da instituição será o de “é ser um banco de desenvolvimento, para financiar projetos de volume e maturação que passem dos limites dos bancos de desenvolvimento locais ou de outros países em desenvolvimento que a eles se apresentem como candidatos ao crédito”.
Essa é a visão correta que devem ter os países em desenvolvimento, num mundo onde o que mais se discute são imposições, sanções, restrições de toda espécie a um comércio e a uma cooperação minimamente justa para os quase 90% da humanidade que vivem fora das nações ricas.
O Nobel de Economia e ex-dirigente do Banco Mundial Joseph Stiglitz disse, na CartaCapital, que o exemplo do BNDES brasileiro vai ajudar o Banco dos Bris a se constituir “um banco de desenvolvimento efetivo, que promova desenvolvimento real, sem todas as condicionalidades e armadilhas que permeiam as velhas instituições” financeiras mundiais.
Hoje, o representante brasileiro no FMI, Paulo Nogueira Batista Jr, publica um artigo que é um pequeno retrato do que pretende ser o banco. Para quem quer entender o processo econômico mais além do “bolsa subiu-bolsa caiu” do capital especulativo, é leitura obrigatória.
Banco do Brics
Há uma grande carência de recursos para financiar a infraestrutura no mundo
Paulo Nogueira Batista Jr.
Estive semana passada em Fortaleza, onde o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) realizou com grande sucesso a sua sexta Cúpula. Foi a mais importante das reuniões do grupo, como havia antecipado nesta coluna. Foram criados um fundo monetário e um banco de desenvolvimento do Brics, depois de dois anos de negociações.
Já escrevi diversas vezes aqui sobre o fundo monetário do Brics, chamado de Arranjo Contingente de Reservas, em cuja concepção e negociação estive envolvido desde meados de 2012. Hoje quero falar um pouco da outra grande iniciativa do grupo: o Novo Banco de Desenvolvimento, um banco que financiará projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável não só no Brics como também em outros países em desenvolvimento.
Não se deve subestimar o potencial do novo banco. Estou neste momento voltando de Timor Leste, onde ocorreu a décima Cúpula dos países de língua portuguesa, e posso testemunhar do interesse que despertou a notícia de que o Brics havia assinado o Convênio Constitutivo do Novo Banco de Desenvolvimento em Fortaleza.
Há uma grande carência de recursos para financiar o desenvolvimento da infraestrutura no mundo. O Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento não têm capital suficiente e continuam dominados pelas potências tradicionais. Os EUA e outros países desenvolvidos relutam em aumentar o capital e a capacidade de emprestar do Banco Mundial, mas querem ao mesmo tempo preservar o controle da instituição. Resultado: o Banco Mundial (assim como o FMI) estão ficando para trás.
É para ajudar a cobrir esta lacuna que o Brics resolveu criar o seu próprio banco de desenvolvimento. O novo banco terá um capital subscrito de US$ 50 bilhões e um capital autorizado de US$ 100 bilhões. O capital subscrito será distribuído em parcelas iguais de US$ 10 bilhões entre os cinco membros fundadores, que terão assim o mesmo poder de voto. A sede será em Xangai. O primeiro escritório regional será em Johanesburgo. Haverá também um escritório regional no Brasil.
O banco estará aberto à participação de outros países. Os países desenvolvidos poderão ser sócios, porém não tomadores de empréstimos. Já os países em desenvolvimento poderão ser sócios e captar recursos. O Brics preservará sempre pelo menos 55% do poder de voto total. Os países desenvolvidos terão no máximo 20% do poder de voto. Fora o Brics, nenhum país deterá mais do que 7% dos votos.
Mesmo que não se tornem sócios do banco, países em desenvolvimento poderão tomar empréstimos ou realizar outras operações com o banco em condições que serão especificadas pelo Conselho de Governadores.
Espera-se que o banco possa estar funcionando em 2016. Os desafios de implementação serão enormes, mas parece claro que o novo banco tem potencial para modificar o quadro financeiro internacional.
19 respostas
Não é que seja difícil de entender, é que a ideia de banco, na cabeça da mídia porta voz dos bancos privados, é a de lucro e mais lucro para remunerar os acionistas. Pensar um banco voltado, fundamentalmente, ao desenvolvimento não se constitui nem em tema de reflexão da mídia subserviente aos interesses privados. Mas, certamente, contra a vontade desses lambedores de qualquer coisa, esse tema passará a ser frequente na vida política e econômica brasileira, até porque o Brasil é um dos países que começam a tentar virar a página do desenvolvimento para poucos. E seria bom se os eleitores brasileiros tivessem o conhecimento desse novo protagonismo do país, proporcionado por esse governo trabalhista, comandado pelo Partido dos Trabalhadores. Nunca os brasileiros foram tão respeitados fora do país, o que se deve à seriedade e determinação em contribuir na construção de um mundo melhor a todos. O Brasil já não é mais coadjuvante ou apenas figurante e a cultura do “vira-lata” que a elite canalha sustentou antes da Copa foi para o lixo.
não aceito muito bem a expressão governo trabalhista, prefiro governo democrático popular!!!!!!!!! O demais está mais que perfeito!!!!!!
Valeu, por trata-se de um Partido que privilegia o trabalho, ainda que não em detrimento do capital, parece-me pertinente, mas concordo que precisamos ser mais precisos, também porque se trata de um governo de coalisão.
Cooperação? Será q essa base das relações entre China e AL? Estes exportando matéria-prima e importando manufaturados? Sei não. Mas não confio muito na China. São espertalhões. Nossos governos q fiquem de olhos abertos. Sair das garras dos EEUS e cair na arapuca da China não e vantagem nenhuma.
Me perdoe, mas acho que voce não entendeu. Os BRICS NÃO tem como premissa nenhum dos componentes em posição de superioridade em relação aos outros, as cotas do banco são IDÊNTICAS. Sua observação de sair ou entrar em “garras” não procede.
Nós é que temos de agregar valor a nossas matérias-primas, como disse há pouco tempo Lula, ao invés de exportar soja, exportar, óleo, farelo, ração pronta, diminuir os custos de nossos calçados, têxteis e outras quinquilharias com juros menores subsídios à inovação e crédito farto e barato que importamos dos chineses e ficarmos atentos a nas parcerias com eles, garantirmos a transferência da tecnologia que possuírem e que não temos!!!!!!
Pelo que entendi, esse banco não vai emprestar dinheiro ao Brasil ou a China. Ele foi feito pra o Brasil , a China, a India, a Russia e a Africa do Sul, emprestarem dinheiro a outros países, fomentando o desenvolvimento mundial.
Entendi, sim, Jorge. Não fui clara no meu comentário por não ter esclarecido que não estava falando do Banco, que sem dúvida nenhuma é uma ideia excelente, em condições igualitárias entre seus componentes. Estou falando dos empréstimos e financiamentos à Argentina, Venezuela, Cuba…As relações bilaterais entre todos os países da AL com a China não diferem em nada com as relações com o Ocidente. Se baseiam na exportação de matéria-prima e importação de manufaturados. O que não acredito é que a China esteja interessada em mudar essas relações assimétricas. O Brasil tb está nessa: exporta soja in natura, minério de ferro. Há quatro anos atrás a China ofereceu um negócio da “China” para Goiás: investir alguns milhões de reais por aqui, mas com uma condição: que a soja e outros grãos fossem in natura. Não poderiam jamais ser beneficiados. Alguém conhece algum país que tenha se desenvolvido sendo exportador apenas produtos primários?
Zilda, é quase impossível concorrer com a mão de obra barata da China, o Brasil está guinando para outra forma, temos que ser forte, naquilo que tem-se poucos concorrentes,Agricultura e Petróleo, olha o caso da Friboi, o Governo é sócio dela, pois está abrindo mercados em alguns países para a nossa Carne, temos que ser bons, em algo que teremos poucos concorrentes…
Rodrigo, o que você diz lembra-me um pouco as tais vantagens comparativas de que tanto falava Delfim Neto, sim agregar valor a produtos agrícolas, sim expandir refinarias como o caso de Pasadena, mas precisamos de indústrias que criam empregos de qualidade, nada contra carne e soja, mas tem de agregar valorou continuaremos agroexportadores para felicidade de nossos latifundiários!!!!!!!
É isso aí, Zilda, nada de subserviência, que tal exportarmos ferro guza, aço? Se a China não quiser haverá quem queira, se preços forem competitivos, o que nã podemos é permitir a entrada de grandes redes varejistas, como essa tal Havan, que ganhará em reais e repatriará lucros em dólares, comprometendo ainda mais nosso balanço de pagamentos, como já ocorre com bancos, telecomunicações, etc. Querem produzir aqui? Que venham com capital e tecnologia e implantem uma nova unidade produtiva, não venham comprar o que já existe!!!!!!
AUMENTO DO PODER AQUISITIVO PROVOCA EXPLOSÃO DE NOVOS SHOPPING’s
http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_07_23/Centros-comerciais-do-Brasil-batem-recordes-7901/
O deputado estadual Gustavo Perrella (o do helicóptero do pó) é candidato a deputado federal. Será eleito, o povo é trouxa.
Valor gregado a produçao agricola e materias primas(minerios),significa emprego,industrializaçao , autonomia , liberdade , crescimento enfim o gigante acordando,supera Brasil..
acho que o BRICS se constitui mais forte do parece.
http://jornalggn.com.br/blog/stanilaw-calandreli/para-analista-a-alemanha-planeja-participar-do-brics
O MASSACRE DE GAZA E
O COMPLEXO DE VIRA LATA
Por J. Carlos de Assis
O Governo de Israel disse que o Brasil é irrelevante e criador de problemas, segundo manchete de O Globo. Há nisso uma contradição. Se é irrelevante não pode criar problemas. Se cria problemas não é irrelevante. Aliás, se fosse mesmo irrelevante, não teria levado o Governo israelense ao extremo de quebrar todos os códigos diplomáticos ao ponto de insultar o Governo brasileiro com um ironia chula envolvendo a Copa, como se nós, brasileiros, fôssemos uns idiotas capazes de confundir massacre de inocentes com jogo de futebol.
Ainda pior que o insulto israelense a um país que sempre tratou com simpatia Israel, mesmo em momentos em que ele não merecia isso, é o comportamento da grande mídia brasileira. A invasão truculenta de Gaza é tratada como uma guerra entre iguais. O massacre de crianças e mulheres numa área confinada, sem saída, é apresentado como conseqüência natural do conflito. O recurso a uma violência extrema aparece como natural. E o Governo brasileiro é ridicularizado porque fala do óbvio, a saber, do uso desproporcional da força.
Na essência, tudo isso é a expressão reiterada do “complexo de vira-lata” da maior parte da grande mídia, segundo o qual tudo o que os Estados Unidos fazem é bom, sendo que os Estados Unidos, no caso, fazem tudo o que quer a direita israelense, e nós, subalternos e incompetentes, devemos nos alinhar cegamente a eles independentemente de uma visão crítica da política envolvida. Diante disso, ter uma atitude diplomática independente, generosa e equilibrada é assumida pela grande mídia como irrelevante na busca de humilhar o Governo, quando o que se está tentando fazer é humilhar o Estado e a própria nação.
Estamos diante do maior massacre de inocentes por uma força bruta militar, equipada com os mais modernos recursos tecnológicos do planeta, desde o Holocausto. Há, certo, uma diferença de escala. Qualitativamente, contudo, a câmara de Gaza se equipara à câmara de gás: ninguém pode sair lá de dentro enquanto os foguetes e o fogo da artilharia e dos tanques colhe a vida de crianças e mulheres. Parece que há em tudo uma contabilidade macabra: foram assassinados pelo Hamas três jovens judeus inocentes; a lei de Talião diz olho por olho, mas a lei do atual Israel diz que um judeu assassinado vale no mínimo 300 palestinos mortos, ou mais.
Ah, sim, os extremistas do Hamas! E acaso não há extremistas em Israel? O fato é que cada vez mais esses extremistas comandam o Governo israelense enterrando todo tipo de iniciativa de paz, inclusive os tratados de Oslo, em nome da posse de uma terra invadida, roubada, sob o pretexto de uma herança bíblica que enterra o amoroso Senhor da Misericórdia debaixo do ódio primitivo do Senhor dos Exércitos. Caveat, Israel é o único fator presente no mundo contemporâneo que pode levar o planeta a uma guerra nuclear. Note-se que o pequeno David já não tem fundas, tem armas atômicas!
A diplomacia brasileira talvez seja irrelevante. Junto com a da Turquia, tentou uma alternativa diplomática para resolver o impasse entre os Estados Unidos e o Irã na questão do desenvolvimento do projeto nuclear pacífico iraniano. Os Estados Unidos, insuflados por Israel, mataram a iniciativa que eles próprios estimularam. A razão foi simples: Israel queria uma guerra contra o Irã. Queria repetir o que fez com o Iraque nos anos 80: bombardear as instalações nucleares iranianas. Não foi a prudência que levou os Estados Unidos a tirar o tapete de Israel. Foi o fato de que, do outro lado, havia uma potência nuclear de primeira linha, a Rússia, com respaldo chinês, em apoio ao Irã.
Felizmente já não estamos num mundo unipolar. Se tivéssemos, Israel teria comandado as forças militares norte-americanas no ataque ao Irã apoiado no lobby judaico que, de longe, não distingue entre o que são interesses fundamentalistas da direita com os interesses legítimos do povo que vive em Israel. Deste, a maioria provavelmente deseja a paz com os palestinos, mesmo que isso significa algum tipo de concessão, sobretudo nos assentamentos que violam a própria lei internacional que criou Israel. Nas mãos dos radicais judeus, contudo, todos estamos em risco: ave, Israel, morituri te salutant!
J. Carlos de Assis – Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB, autor de mais de duas dezenas de livros sobre economia política brasileira.
Jornal GGM
‘Tá chegando o Dia D: Dia De votar bem, para o Brasil continuar melhorando!!!! De uma, duas vezes é melhor, é melhor duas vezes, é melhor mais de uma!!!! De uma vez por todas, de uma voz por todos, por você, por mim, por nós, para todos e para todas!!!! !!!! Vote consciente e de forma unitária para o seu/nosso partido ter mais força política, com maioria segura que permita que o Brasil melhore mais continuando no bom caminho. ‘Tá chegando o Dia D: Dia De votar bem, para o Brasil continuar melhorando!!!! ****:L:L:D:D . . . . Lei de Mídias Já!!!! ****:L:L:D:D ****:D:D … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. ****:D:D … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …:L:L:D:D
Por falar em economia, espero que este banquinho espanhol, o Satãder, se manque e deixe o país o quanto antes. Se não for por conta própria, deveria ser escorraçado pelo nosso governo. Desde quando um banco da pior qualidade, que presta péssimos serviços aos seus incautos clientes pode chegar aqui e difamar e caluniar nossa Presidenta?
Olha ai, quanto + se reflete mais se descobre koisas.
Pensava ca que seria preciso a alemanha deixar a UE e ou OTAN para desarmar a bomba relogio do imperio na ucrania. De fato seria tiro e queda.
Mas precisa nao.
Ela tem tres trunfos na manga ou até mais -se usar dois ela implode
todo o plano do 1% e toda a estrategia do partido da guerra.
Se entrar em acordo com a arabia saudita (pró ianque mas nao pró suicidio) para um comercio do oleo em yuan, o jogo vira. Se berlim se une aos Brics, amanhã ou depois, o jogo vira. E ainda por cima tem o apoio, paradoxalmente, das “n” ton de barras de ouro alemãs la nos subterraneos do FED… (dados pra que o amigo de entao os custodiasse
em nome da Republica Fed Alema no pós guerra, que ironia).
Agora Berlim pede e nao consegue repatriar os bi e bi em barras reluzentes.E nem ir lá ver direito no buraco os deixam… O que conseguiu foi pequena parte e …nao era o mesmo ouro.
Aqui o nome disso tá mais pra 171. Que tal um golpe final em dá-lo
– por perdido: pode ficar com ele, mas estamos livres.