Nem a seca impediu safra recorde de grãos. O problema é outro…

safra

Apesar de, em função da seca saariana que atinge a região, a produção do Sudeste ter caído 9,8% em relação ao ano passado, a safra agrícola brasileira vai superar em 2,8% a do ano passado, com 193,5 milhões de toneladas, contra 188,2 milhões de toneladas obtidas em 2013.

É a prova mais incontestável de que, nesta área, nossos problemas na balança comercial vêm da queda dos preços das commodities no mercado internacional, um processo que vem se mantendo constante desde 2011, com pequenos intervalos de alta.

Não é um processo em que o mundo vá dar importância a se é João ou José o futuro ministro da Fazenda de Dilma.

Mas é um processo em que nossa posição no mundo deve contar, sobretudo na Organização Mundial do Comércio, porque as relações de troca internacionais, que tinham experimentado uma melhora no equilíbrio com a alta das commodities no final da década passada, voltaram a piorar na primeira metade destas.

Por maiores – e necessários – que sejam os investimentos em logística agrícola, é o preço no mundo que determina em boa parte a produção aqui.

É, também, uma advertência para os “adoradores da meta” de inflação sobre a necessidade de permitir um câmbio mais próximo do realismo, porque o país não pode inviabilizar seu balanço monetário em razão de um dólar deprimido.

E que é, também, a mais importante razão da estagnação da indústria.

É o que dizem, aliás, os economistas que, capitaneados por Maria da Conceição Tavares, fizeram um manifesto contra a ” austeridade sob coação” que a agenda econômica da mídia e do capital financeiro querem enfiar, a qualquer preço, goela abaixo do Brasil como verdade absoluta.

É verdade que se precisa fazer ajustes, mas não para parar a economia e obter queda de inflação pela estagnação.

O processo de desequilíbrio da economia brasileira é, essencialmente, fruto da conjuntura internacional, não o de gastos internos excessivos, até porque estes, ao fim e ao cabo, acabam sendo motor da atividade econômica interna.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

16 respostas

  1. Um dia eu gostaria de entender porquê um produtor de grãos têm que aceitar o preço que o “mercado” quer pagar pela produção dele, enquanto que um produtor de eletroeletrônicos decide que preço quer cobrar pelo produto dele…

    1. oras, tão simples! pelo simples motivo que não podemos viver sem os eletroeletrônicos, agora sem os alimentos… é piada!

    2. Permitam-me:
      Os preços agrícolas padecem de sazonalidade decorrente de questões climáticas, por exemplo. A formação do preço agrícola obedece a uma lógica muito diferente daquela que caracteriza a manufatura, grosso modo.
      A fabricação de eletroeletrônicos se prevalece de modificações tecnológicas que acabam por influir na formação dos seus preços. Alem do mais, o consumo de eletroeletrônicos, por exemplo, não se dá pelas mesmas razões que produtos agrícolas. Os dois consumos (eletronicos e produtos agrícolas) decorrem de de desejos diferentes: enquanto os eletrônicos são consumidos por um “ato” do desejo, por uma atitude psicológica, digamos assim. Os produtos agrícolas quando exclusivamente voltadados para a alimentação de pessoas ou animais, têm o seu consumo norteado por um ato fisiológico.
      Assim, o fabricante de eletroeletrônicos pode jogar com os preços, porquanto é o imaginário que conduzirá seu consumidor e os produtos agricolas, de modo rasteiro, tem seu consumo norteado pela fome.

      1. O problema dos produtos agrícola que é imprevisível, nunca se sabe a demanda pelo produto, tem quebra de safra em outros países que leva a elevação do preço do produto, mas tem época que a oferta é maior, neste caso no próximo ano o agricultor não planta determinado produto, mas você tem razão a solução é fazer um estoque regulador, o problema é que o governo que faz e não tem muita competência para isso, basta lembrar nos anos 90 a falta de controle deste estoques e o desperdício; produto fora da validade de armazenamento, armazenamento inadequado. E o agricultor planta o que acha que terá maior lucro, e nem sempre é o produto que o país deveria aumentar a oferta, o caso do trigo, não sei se é a realidade de hoje, mas o brasil depende da produção da argentina.

  2. Fez bem a presidenta em não ter assinado o tal desmatamento zero,vamos expandir a agropecuária,sem medo,temos essa condição incrível,de produzir alimentos, temos muita terra,clima bom,não ficamos debaixo de gelo,nao só monocultura (soja cana milho algodão) tambem feijão, arroz,mandioca, hortifrutos…agronegócio + agricultura familiar,carnes bovinas, caprinas,suínas, aves,peixes etc.
    Precisamos dominar tecnicas de se plantar e criar no semi árido,pois não e’ um deserto inviável !

  3. Precisamos de para de discutir em rede social com pessoas que só transmitem ódio e passar a mostrar que o Brasil é possível. E só é possível com políticas sociais que alavancam todos os setores, da educação à economia.

  4. Produzir,pao,leite,leite de soja,vinho cachaça, rapadura,erva mate,morango, pequi, urucum, flores,suco de laranja etc…
    O Brasil precisa deixar de assistir notícias ruim e cair na capoeira e produzir voltar ao caminho da terra,plantar….tambem reforma agraria,ter esperança na vida !

  5. O Brasil tem que pelo menos produzir aquilo que consome, não é aceitável um pais deste tamanho depender de produção agrícola de outro país, isso é um atestado de incompetência.

  6. Acho que é problema de gerenciamento. Vejamos:
    Se tivéssemos estoque reguladores suficientes, o governo poderia planejar (baseado na oferta disponível e fatores climáticos) quais os melhores plantios para os próximos anos, orientando o agricultor. Com isto, atenderíamos o mercado e pagaríamos valores mais satisfatórios ao produtor. Este ciclo se repetiria indefinidamente.

  7. Então, esse negócio da agricultura/agronegócio é interessante,os produtores nunca estão satisfeitos mas sempre tem grandes lucros e nunca param de reclamar do Governo.Morei numa região grande produtora de soja,milho,algodão e outros grãos,oeste da Bahia,Barreiras/luiz Eduardo Magalhães,esses fazendeiros era o tempo todo reclamando a falta de apoio do Governo mas nunca viamos nenhum abandonar as atividades,pelo contrário todo ano esta aumentava,nós da faculdade comentavamos que se tratava da crise da Pajero/Railux pois esses senhores viviam e ainda vivem com seus grandes carrões,mansões,aviões e todo tipo de bem estar possivel,e ainda continuam lamentando.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *