PSDB diz que governo pode pagar empresas. E cortar dos servidores e do Bolsa-Família?

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O PSDB soltou ontem nota protestando contra o fato de o Governo dizer que, sem a aprovação das mudanças na Lei Orçamentária, terá de cortar investimentos.

Isso significa, claro, adiar o pagamento para as empreiteiras que fazem as obras  que correspondem a estes investimentos.

Diz a nota do partido:

“É inaceitável a chantagem feita pelo governo federal ao atrelar o pagamento das dívidas com as empresas que fazem obras públicas ao apoio ao projeto de lei que modifica a Lei de Diretrizes Orçamentárias e, por consequência, acaba com a meta de superávit primário, um dos pilares do Plano Real.”

Ora, o governo pode cumprir a meta orçamentária se, como tantos outros já fizeram,  parar de pagar “as empresas que fazem obras públicas”. Qualquer criança sabe que isso aconteceu – e acontece – em uma montanha de obras nos Estados e nas Prefeituras.

A única diferença é que o Governo Federal está dizendo o que vai fazer para cortar despesas se não houver folga no orçamento para pagar.

Porque a outra coisa que poderia ser cortada seria o pagamento dos juros e da rolagem da dívida pública. E todo mundo pode imaginar as consequências disso, não é? Se não puder, procure saber o que aconteceu com a Argentina que fez isso por acordo com quase todos os credores. Bastou meia dúzia de espertalhões, os fundos-abutre, comprarem os títulos para um juizinho de bairro em Nova York arrestar o dinheiro argentino, por tamanha heresia.

A nota do PSDB fala em “irresponsabilidade fiscal”. Seria útil, sobre isso, transcrever um trecho da carta pública do economista Theotônio dos Santos a Fernando Henrique Cardoso, quando ele veio com esta história, em 2010:

“Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade.”

Que amnésia é essa que os faz esquecer que, até o mês passado, o maior projeto econômico do PSDB era colocar na Fazenda Armínio Fraga, que elevou a taxa de juros  a 45%, o quádruplo do que é hoje?

Os tucanos dizem que “se o governo quiser, tem como pagar seus credores. Basta priorizar os gastos e governar pensando no bem da população”.

Mas, ora, se o governo tem de cortar despesas para poder ter uma “sobra”  – o superavit fiscal – para pagar os juros, onde irá cortar?

Dos vencimentos dos servidores? Do bolsa-família?

A economia, todos sabem, teve um mau ano: crise na Europa, esfriamento da economia chinesa, problemas no grande parceiro brasileiro que é a a Argentina, seca inclemente se refletindo no preço dos alimentos e da energia e, sobretudo, uma implacável sabotagem econômica feita de olho nas eleições.

O que houve de diferente nesta do que ocorreu em outras crises?

Não se atirou a conta sobre o povão na forma de desemprego e de arrocho salarial, muito menos na queda dos padrões – já baixos – do serviço público.

Ninguém vai ficar sem receber, fiquem tranquilos os senhores tucanos tão prestimosos em acorrer ao desejo dos empreiteiros, a exigir que o governo lhes pague “priorizando” suas contas às outras, de muito maior impacto social.

Até porque o que o Governo pretendem – e vocês não dizem – é que seja abatida da meta de superávit aquilo que foi pago justamente a estas empresas pelas obras do PAC e a delas e de outras se deixou de recolher com a redução de impostos, as chamadas isenções fiscais.

Fiquem tranquilos os senhores tucanos que, em matéria de desastre econômico, ninguém lhes toma o troféu.

 

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17 respostas

  1. Os especialista da midia conservadora, falam que a nova equipe econômica tem que dar um choque de credibilidade tomando ações duras para restabelecer a confianca do mercado, que podem até gerar desemprego como, cortar investimentos do governo, aumentar impostos, restabelecer a cobrança da CIDE dos combustíveis, criar novamente a CPMF, cortar custos do governo e vai por ai. Em momento algum se vê comentário quanto recuperar, pelo menos 20%, da sonegação que todos os anos giram entorno de 450 bilhões de reais.Não se fala em praticar valores da SELIC dos paises do primeiro mundo; o uso dados reservas de forma mais produtiva, face ao custo de sua manutenção. O mercado está preocupado com on superavit primário para garantir o recebimento dos juros da rolagem da divida e juros altos para manipularem bastante na especulação no mercado.Impressionante como todos estão alinhados com o discurso de que o mercado não tem nada a ver com isso, o lema deles é juros altos e o governo e o povo aperte o cinto.

  2. É claro que eles tem que se preocupar com as empreiteiras, afinal de onde vem o capilé.

  3. POLÍCIA FEDERAL CHEGA NO ‘DOUTOR FREITAS’ E AÉCIO NEVES DESAPARECE

    Após depoimentos de executivos que fizeram acordos de delação premiada afirmando que existia um ‘clube’ de empreiteiras que fraudava licitações e pagava propinas, misteriosamente o tucano sumiu da imprensa

    Nas últimas entrevistas, o senador Aécio Neves (PSDB), apareceu histérico tentando pautar desesperadamente a mídia na Operação Lava Jato para atacar o governo Dilma e afastar os holofotes dos tucanos. Parece que vai ser difícil agora.

    Depois de muita enrolação, com direito a manchete do tipo: “Doações de investigadas na Lava Jato priorizam PP, PMDB, PT e outros”, para não citar PSDB, apareceu o Doutor Freitas. Notinhas tímidas, em letras miúdas, no rodapé de páginas dos grandes jornais informam que o dono da UTC, Ricardo Pessoa, disse em depoimento à Polícia Federal que tinha contato mais próximo com o arrecadador de campanha do PSDB, o Doutor Freitas, Sérgio de Silva Freitas, ex-executivo do Itaú que atuou na arrecadação de campanhas tucanas em 2010 e 2014 e esteve com o empreiteiro na sede da UTC. Ainda de acordo com o depoimento, objetivo da visita do Doutor Freitas foi receber recursos para a campanha presidencial de Aécio.

    Dados da Justiça Eleitoral sobre as eleições de 2014 mostram que a UTC doou R$ 2,5 milhões ao comitê do PSDB para a campanha presidencial e mais R$ 4,1 milhões aos comitês do PSDB em São Paulo e em Minas Gerais, além de R$ 400 mil para outros candidatos tucanos.

    Depois dos depoimentos de dois executivos da Toyo Setal que fizeram acordos de delação premiada, e afirmaram que existia um “clube” de empreiteiras que fraudava licitações e pagava propinas, misteriosamente o tucano Aécio Neves sumiu da imprensa.

    Aécio é senador até 2018, mas também não é mais visto na casa. De 11 sessões, compareceu apenas em cinco. O ex-candidato tucano precisa aparecer para explicar a arrecadação junto à empreiteira, o que, para ele, sempre foi visto como “escândalo do PT, e outras questões. Como se não bastassem antecedentes tucanos na Operação Castelo de Areia, como se não bastasse a infiltração de corruptos na Petrobras desde o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), como se não bastasse o inquérito que liga o doleiro Alberto Youssef à Cemig, basta observar o caso da construção do palácio de governo de Minas na gestão de Aécio quando foi governador.

    Para quem não se lembra, a “grande” obra de Aécio como governador de Minas, além dos dois famosos aecioportos, não foi construir hospitais, nem escolas técnicas, nem campi universitários. Foi um palácio de governo faraônico chamado Cidade Administrativa de Minas, com custo de cerca R$ 2,3 bilhões (R$ 1,7 bi em 2010 corrigido pelo IGP-M). A farra com o dinheiro público ganhou dos mineiros até apelido de Aeciolândia ou Neveslândia.

    Além da obra ser praticamente supérflua para um custo tão alto, pois está longe de ser prioridade se comparada com a necessidade de investimento em saúde, educação, moradia e mobilidade urbana, foi feita com uma das mais estranhas licitações da história do Brasil.

    O próprio resultado deixou “batom na cueca” escancarado em praça pública, já que os dois prédios iguais foram construídos por dois consórcios diferentes, cada um com três empreiteiras diferentes.

    Imagina-se que se um consórcio ganhou um dos prédios com preço menor teria de construir os dois prédios, nada justifica pagar mais caro pelo outro praticamente igual.

    Se os preços foram iguais, a caracterização de formação de cartel fica muito evidente e precisa ser investigada. Afinal, por que seis grandes empreiteiras, em uma obra que cada uma teria capacidade de fazer sozinha, precisariam dividir entre elas em vez de cada uma participar da licitação concorrendo com a outra? Difícil de explicar.

    O próprio processo licitatório deveria proibir esse tipo de situação pois não existe explicação razoável. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

    No final das contas, nove grandes empreiteiras formando três consórcios executaram a obra. Cinco delas estão com diretores presos na Operação Lava Jato, acusados de formação de cartel e corrupção de funcionários públicos.

    Em março de 2010 havia uma investigação aberta no Ministério Público de Minas Gerais para apurar esse escândalo. Estamos em 2014 e onde estão os tucanos responsáveis? Todos soltos. A imprensa mineira, que deveria acompanhar o caso, nem toca no assunto de tão tucana que é. E a pergunta do momento é: Onde está Aécio?

  4. Felizmente ou infelizmente não vem ao caso, tenho o prazer de acompanhar a imprensa todos os dias, refiro a site e blogs, há uns quatro meses, hoje aconteceu um fato curioso, após o PSDB ser citado no Lava jato, os sites: o globo, g1, globo.com, folha, estadão, uol, tiraram da notícia como manchete principal este assunto, mais uma vez fica provado que tudo é orquestrado e manipulado, uma máfia na verdade.

  5. Tinha um assunto, que assumo não tenho muito conhecimento, que sumiu do debate político, a repactuação da divida interna do governo, não seria uma caminho?

  6. No gráfico “pizza” acima eu gostaria de ver desmembrados a parte dos juros e da amortização da dívida.
    Não vejo como qualquer negócio poderia progredir pagando 42,42 % de juros e amortizações durante toda a vida.
    Penso que seria o caso de uma PEC determinando o limite máximo dessa despesa.

  7. Vendo o gráfico e relembrando o assustadoramente nauseante aumento da dívida pública durante o governo PSDB/FHC, fica claro que o Brasil de hoje, mesmo com a redução pela metade da dívida pública, é refém da criminosa incompetência direcional dos tucanos.

  8. Gostaria de perguntar ao TSE também como estão as prestações de contas das campanhas de 2014.

    Isto dará muito bafafá também, caso realmente se queira apurar de onde saem os recursos para tantos gastos.

  9. Fernando,

    No gráfico mostrado não aparecem os gastos com os salários do funcionarismo.

    Minha dúvida: Estes gastos estão diluídos nos outros percentuais ou não entraram na conta?

  10. Sinceramente, comprometendo 42,42% com juros e rolagem não dá né !
    Senão vejamos o que fica para áreas sensíveis:

    Cultura – 0,11% ( Depois a Marta que é coxinha ! )

    Direito da Cidadania – 0,07 %

    Desporto e lazer – 0,06%

    Segurança Pública – 0,35%

    Relações Exteriores – 0,09% ( Assim não dá pra pensar em Conselho de Segurança da ONU )

    Ciência e Tecnologia-0,37% Matando o Programa Espacial Brasileiro

    Defesa – 1,59% Com as Amazônias verde e azul para defender.

    Educação – 3,44% Sem comentários!

    Em síntese, precisamos do nosso P.O.D.E.M.O.S para estancar esta sangria !

  11. Polícia Federal vai investigar a “jóia da coroa” de Aécio. Youssef estaria envolvido com negócios na CEMIG
    A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a intermediação feita por Alberto Youssef entre pequenas hidrelétricas (PCHs) e estatais do setor de energia. Um dos negócios envolve a InvestMinas, do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, e a estatal mineira Cemig. A empresa depositou R$ 4,3 milhões, em 2012, na conta da MO Consultoria – uma das empresas de fachada do doleiro, para vender alguns ativos à Light, empresa do Rio de Janeiro controlada pela Cemig.

    A justificativa da InvestMinas para o pagamento a Youssef é a de que ele intermediou a venda, por R$ 26,5 milhões, da participação acionária da companhia na Guanhães Energia para a Light Energia, com intervenção da Cemig Geração e Transmissão S.A. O Ministério Público suspeita que os contratos e notas referentes à negociação sejam fraudulentos. Youssef, investigado e hoje colaborador da Lava Jato, costumava afirmar que pequenas hidrelétricas eram excelentes negócios.

    No despacho que resultou na prisão de empreiteiros e no ex-diretor da Petrobras Renato Duque, na última sexta-feira 14, o juiz federal Sério Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato, cita o inquérito referente à Cemig. Diz ele: “trata-se de negócio que, embora suspeito, não estaria relacionado aos desvios na Petrobras”. No entanto, não há motivos para acreditar que pagamentos feitos a Youssef que não sejam relacionados à Petrobras não sejam suspeitos.

    Em reportagem sobre o assunto publicada nesta sexta-feira, o jornal O Globo não cita a Cemig no título nem no subtítulo, embora o negócio esteja relacionado à joia da coroa do governo Aécio Neves. O caso pode fazer com que parlamentares trabalhem para ampliar a CPMI que investiga as denúncias da Petrobras no Congresso.

    (Brasil247)

  12. Adoro esse bom senso petista em favor do capital afinal uma dívida pública que come mais de 40% do nosso orçamento não é algo urgente. Faz-se necessário uma auditoria cidadã dessa dívida…

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