Vocês e eu assistimos, nos últimos meses, um festival de hipocrisia em matéria ambiental.
“Desmatamento na Amazônia dispara”, escreveu a Folha, não faz muito tempo.
Tudo com base em dados preliminares, colhidos em períodos curtos, a partir de observações que tem a função essencial de alertar para a ocorrência de focos de desmate ou queimadas.
Ontem à tardinha saíram os dados do Instituto Nacional de Pesquisas espaciais, do programa de monitoramento da Amazônia com satélites, o Prodes, que, desde 1988,mede as taxas anuais de desmatamento na região.
E o resultado foi que o desmate em 2013/2014 caiu 18% em relação a 2013/2012.
É o segundo menor área incremento de desmatada na Amazônia desde que começaram as medições, perdendo apenas para o de 2011/2012.
Se os jornais gostassem de fazer cálculos primários contra outros, tal como faz com Dilma, poderiam, por exemplo, dizer que o desmatamento anual em 2009, último ano de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente era 54% maior do que agora.
Uma simplificação estúpida, claro, porque programas anti-desmatamento dependem menos de pirotecnias de rapazes e moças da classe média do que de políticas públicas, de legislação e, no final da linha, do funcionamento dos órgãos de fiscalização.
O papel do Código Florestal – que ainda precisa de aprimoramentos, sobretudo na questão das matas ciliares – foi imenso nesta mudança e tende a ser mais ainda, à medida em que suas regras vão sendo implantadas, progressivamente, sobretudo a do Cadastro Ambiental Rural, que proibirá, a partir de 2016, a concessão de crédito ao produtor rural que não o fizer.
É preciso também que, como prevê o Código, atenção a algo normalmente esquecido pela mídia: a recomposição de áreas devastadas, que este ano alcançou mais do que o dobro da quantidade de terra vitimada pelo abate de árvores.
E, sobretudo, entender que, com todos os nossos problemas ambientais, não podemos cair no “conto do vigário” de que somos os “vilões” ecológicos do planeta.
Olhe só este gráfico do Banco Mundial sobre a percentagem de área florestal do Brasil, dos Estados Unidos e a média mundial.
E você sabe que a ocupação econômica do território interior dos EUA é muito, muito mais antiga que a brasileira.
Os EUA derrubaram 90% de suas florestas e a Europa arrasou 99%. Mas a imprensa brasileira baba de inferioridade ao dizer que eles conseguiram “aumentar em 1,5%” a área florestal nos últimos anos.
Defender o meio-ambiente é uma necessidade e um ato de lucidez indispensável.
Mas fazer isso só no quintal dos outros depois de ter devastado o seu e, pior ainda, impor ao planeta um modo de vida estupidamente consumista e devastador, é só hipocrisia e defesa de privilégios.
Só acredita nisso quem acredita em fadinhas ou em consciência ambiental de bancos, que ocupam o topo da “cadeia alimentar” do capitalismo.
14 respostas
Fernando este índice não abaixou porque a economia mundial esta desaquecida?
Seria interessante mostrar se houve aumento da recuperação da Floresta, como as áreas de manancias e mata ciliar dos rios.
Os opisitores do atual Governo,dizem que todos os setores estão instrumentalizados e partidarizados.Até a Onu.O mundo vai acabar,se não derrubarem o atual governo.Tá tudo,BOLIVARINARIZADO.E vivam Bolívar e a Bolívia.
Nem vou entrar aqui na parte política e midiática da questão, mas sim vou ir direto a parte científica. Aconselho a todos os cidadãos brasileiros que leiam o documento “O futuro climático da Amazônia” de autoria do cientista brasileiro Antonio Donato Nobre. Infelizmente, segundo a publicação do autor, a situação já é muito grave neste momento, e pode se tornar catastrófica em curto espaço de tempo se o desmatamento não for levado zero imediatamente, além de restaurar áreas degradadas e desmatadas.
Thiago
Pesquise mais a respeito.
O referido relatório foi encomendado e bem pago. Não passou por nenhuma avaliação dos pares e o autor não utiliza os dados da própria instituição em que trabalha.
É uma peça de propaganda e está longe de ser Ciência!
Se você quiser compreender a movimentação das massas de ar sobre a América do Sul, acompanhe diariamente as animações feitas pelo CPTEC a partir das imagens dos satélites meteorológicos.
Rios voadores e pó de pirlimpimpim, tenha paciência!
Essa nossa mídia pigal vai ficar para a história como coautora desta tentativa de golpe e dominação do capital especulativo internacional sobre o destino do Brasil.
Enquanto isso, praticam jornalismo de porta de cadeia, outro dia foram 14 min em 30 num jornal das 13:00 , e o jornalismo depressivo de que somos uma m., um lixo, enquanto babam em cima do marketing de Europa e EUA, não contribuem em nada para a melhoria local, muito pelo contrário.
Diante do gráfico fica evidente a grande incompetência do governo do PSDB em relação ao desmatamento.
Daí eu pergunto, nossa querida FF (Fadinha da Floresta) foi ingênua acreditando na “agenda sustentável” do Aécio ou passou a considerar essa questão menos importante?
Tudo bem!! algo para comemorar!! mais e ai?
Já foram desmatados,na soma a extensão é imensa, precisamos uma politica mais eficiente em sustentabilidade da economia verde, e recuperação das áreas desmatadas, vamos deixar de hipocrisia, o problema esta alem do governo, precisamos praticas culturais ,em relação a preservação.
dentre elas, a valorização dos produtos da floresta que não exige sua derrubada, como o estimulo ao açaí por exemplo,e a pratica do vegetarianismo,porque a pecuária é a maior culpada pela devastação das áreas, porque precisa de grandes áreas para a criação do gado.
Ninguém mais acredita em números fornecidos pelo PT e seus asceclas…
É tipo a LDU… as queimadas em propriedades não são contadas , é isso? :P
São vinte e seis anos, e não 36, desde 1988.
Trabalho todos os dias com a legislação Ambiental e análise do CAR – Cadastro Ambiental Rural. O novo código melhorou muito a vida das pessoas. O grande produtor agora pode incluir as APPs como reserva legal e os pequenos fazem um simples cadastro, desobrigando da necessidade de um estudo topográfico caro e injusto.
Na mesma medida o meio ambiente foi priorizado com o compromisso de TODOS na recomposição do desmatamento. As demais legislações ambientais do nosso país são referência no mundo. E a fiscalização só tende a melhorar com as novas tecnologias.
Todo esse proselitismo ecológico, não passa de querer internacionalizar a Amazônia,no estado AM,a área de preservação permanente salvo engano e’ de 80%,inviabiliza qualquer projeto agropecuário no estado.Não sei quanto e’ a porcentagem nos outros estados que compõe o bioma.
O certo e’ que estão desmotivando em todo pais o produtor agrícola, deve dar mais renda ser ambientalista do que ser produtor….o certo e’ que quem cuida da terra e’ quem vive dela,e as reservas ?
Novamente os fatos desmentem as notícias veiculadas no pig
Cadê a DILMA que não vai em horário nobre na televisão relatar os avanços do seu e do governo Lula para a população?
15 minutos são suficientes para clarear as informações desvirtuadas pela mídia golpista brasileira.
Esta prática(ir a público) deveria ser constante, diria 1x ao mês, para evitar mal-entendidos e informar os projetos e conquistas do governo federal para o Brasil.
Se dependermos de dados baseados na imprensa, ficaremos para sempre iludidos. Mais uma vez a mídia manipulou informações importantes com a finalidade de influenciar “cabeças fracas”. Pouco tempo atrás jornais como a Folha noticiaram que o desmatamento no Brasil “disparou” e agora para desmentir, o programa de monitoramento da Amazônia com satélites divulgou que o desmatamento caiu 18% em relação a 2013/2012. Isso é realmente um tapa na cara da mídia que ao invés de cumprir o dever de informar o leitor, o engana descaradamente. Mesmo que o Brasil precise tomar mais atitudes para combater o desmatamento, não é justo mascarar a realidade com notícias preocupantes e erradas.