Interessante como se (mal)trata da vida humana na mídia.
A notícia, hoje, de que a expectativa de vida do brasileiro ao nascer chegou quase 75 anos ( 74 anos e 11 meses), quatro anos e meio a mais do que há 12 anos, quando era de 70 anos e seis meses.
E que a mortalidade infantil caiu à metade, em 14 anos.É claro que vida não há um que ache que dure muito e vida de criança não há a que não seja sagrada.
O que levou a esta diminuição, isso não é objeto de discussão nos jornais?
Não se foram ouvir dirigentes da área de saúde, estudiosos de medicina, especialistas em pediatria e neonatalogia?
Será que temos menos crianças mortas e gente vivendo mais apenas por causa dos novos e sofisticados aparelhos de exames de imagem ou porque há mais vacina, mais comida, mais assistência médica aos mais pobres? E quem é que – e com décadas de sucesso – senão o setor público?
Não, apenas a Folha, num caprichado infográfico, informa que cidadãos aproximadamente como eu (o exemplo é com 57 anos de idade e 37 de contribuição) passarão, se ganham R$ 1 mil, a se aposentar com sete reais a menos (R$ 802, contra R$ 809).
Certo que o dinheiro é pouco e quem trabalhou não merece perder nem sete nem um realzinho que seja, embora a turma do superávit primário seja louca de ódio pela Previdência.
Mas com todo o respeito aos aposentados que precisam continuar a trabalhar, como eu terei, é triste que o aumento da expectativa de vida seja recebido quase com um lamento.
Que droga, não é?
Ainda cedo, antes desta notícia sair, tinha lido o desabafo, sempre sabio, de Nílson Lage sobre a pobreza de nossa mídia
“A sociedade em si confina-se às páginas de economia, onde a descrevem pela ótica dos bancos, em PIB e dividendos. Resta, nas novelas, seriados e no grosso das notícias, a solidão do eu-consumidor e suas angústias”.
Pois é, a vida deve ser de fato isso que sai nos jornais.
14 respostas
Fernando
acabo de colocar o Nilson Lage como perfil a seguir no twitter
além disso, ele tem algum blog?
ou escreve em algum site, como o observatório da imprensa, por exemplo?
Abraços
A vida melhorou para os mais pobres e com isto subiu a média da expectativa de vida. Se os bancos ganhassem menos, pela taxa Selic mais baixa, com isto menos juros da dívida, a expectativa de vida subiria mais ainda, daí o medo, tem economista com a desculpa de não quebrar a previdência, acha que a expectativa de vida tem que ser reduzida, socorro…
Isso: SOCOOOORRROOO!
Mas, meu caro Big Brick, o que esperar dessa nossa imprensa? A culpa, porém, é do governo, que não esboça qualquer reação e nem utiliza os meios de que dispõe para a própria defesa e para fazer a luta política. Urge que o governo invista na criação de meios de comunicação direta com o público, incentive os blogs independentes e invista na criação de jornais de revistas de classe que cheguem aos trabalhadores sem o filtro dos interesses da elite. Essa é a chave para e reconquista da Classe C, objeto de nossa pregação nas últimas semanas, chamando a atenção para a série de textos abaixo:
Informação Independente:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR2.html
Saúde:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR3.html
Educação:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR4.html
Introdução:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR.html
Boa tarde.
Excelente reportagem. Compartilhemos. A propósito, fiz um gráfico demonstrativo, em Calc, transpondo para imagem png.
Morvan, Usuário Linux #433640. Seja Legal; seja Livre. Use Linux.
Seria responsabilidade do governo se tivesse caído a expectativa de vida. Os jornais dariam manchetes, o interesse é tornar a vida aqui uma m.. O que me alenta é perceber que cada dia que passa menos pessoas dão crédito a este jornalismo porta de cadeia e baixo astral. Vão ter que rebolar cada dia mais no telejornalismo para aumentar a audiência.
Cá entre nós.
Aqui dentro de nossa casa.
Temos que melhorar.
Há muita gente precisando de ajuda.
Ex- Uma pessoa proxima, arrancou dente com faca
porque não tinha dentista..arrancar dente custa
90 pilas.
Sobrou um pedaço, vai ter que sair?
Falo com propriedade.
Minha Casa minha Vida, veio para perto de casa
são meus vizinhos.Então meus olhos veem.
Um rapaz apareceu sem o nariz, e sem nenhum tratamento.
Encaminhamos.
Quero dizer..que em algum tempo deixei de ver pessoas
necessitadas, no entanto elas foram trazidas a tona pelos
projetos do NOSSO GOVERNO..mas temos muito a fazer.
Isto é aqui em minha Cidade onde acho muito bom o atendimento.
Espero que entendam..
Não podemos dormir.
Fernando só um detalhe. Os valores de mortalidade infantil são calculados em mortes / 1000 nascidos, ou seja na sua tabela onde se lê 15% na verdade é 15/1000.
Os números são interessantes e eu nunca havia comparado os dois índices lado a lado.
Por algum motivo atingimos uma espectativa de vida muito próxima dos países desenvolvidos (75 x 80 anos) enquanto que a mortalidade infantil ainda está bem distante (16/1000 vs 8/1000). Alguém tem uma tese pra explicar este fenômeno?
Boa noite.
Bem observado, André. A norma é por mil, e não percentual. Em percentuais, seriam, evidentemente, 1,51, e não 15,1, por exemplo.
Aproveitei uma tabela e não vi que ela estava com a escala errada. Foi devidamente corrigido, muito obrigado
E com o Mais Médicos vai baixar a mortalidade infantil e subir a expectativa de vida. Vamos aguardar os próximos 4 anos.
Boa noite.
Bem lembrado, Antonio. O Mais Médicos vai mostrar uma queda acentuada na mortalidade infantil, pois os procedimentos básicos que eles implementam salvam vidas. E educam as mamães, sobre procedimentos corretos de aleitamento, soro caseiro, etc. Teremos excelentes notícias.
Brasil fora do mapa da fome segundo a ONU; aumento da expectativa de vida do brasileiro; redução pela metade da mortalidade infantil; aumento do poder de compra da população; melhoria do IDH em todas as regiões; pleno emprego; estabilidade democrática (apesar de alguns sem noção irrelevantes por aí); enfim…..e tudo está ruim para uma certa parcela da população…A esses que assim pensam, observem as administrações (se podemos chamar assim) em São Paulo e Minas Gerais e tirem suas conclusões.
» Agence regionale de sante. http://lenitsky.com/photos/ La cocaine n est plus l apanage des grandes villes.