Marcos Coimbra, em artigo para a Carta Capital, analisa a pesquisa realizada pelo instituto dirigido por ele, Vox Populi, sobre o escândalo da Petrobrás.
A pesquisa revela o estrondoso fracasso da mídia em colar uma estrela do PT na corrupção da estatal.
Após identificar que a grande maioria (86%), sem variação significativa segundo nível de escolaridade, conhece o escândalo da Petrobrás, a pesquisa sondou a quem os entrevistados responsabilizam pelos mal feitos.
Destaco os seguintes trechos:
Quase 70% acha que “as irregularidades na Petrobras vêm de antes do PT (chegar ao governo federal)”.
Sobre quais partidos estariam “envolvidos nas irregularidades”, 7% dos entrevistados responderam “só o PT” e 18% cravaram “o PT e os partidos da base aliada, como PMDB, PP etc”.
Os dois terços restantes disseram que “todos os partidos, incluindo o PSDB, o PSB e o DEM”.
Pois é.
Como dizia aquele refrão batido, tão comum nos anos 70 e 80: o povo não é bobo…
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A Petrobras e a Opinião Pública
Nenhum partido está isento de culpa no escândalo da estatal, aponta pesquisa nacional do Vox Populi
Por Marcos Coimbra, na Carta Capital n˚ 831.
Para quem acompanhou o carnaval da “grande mídia” em torno das pesquisas em 2014, soa estranho o silêncio atual a respeito da crise da Petrobras. Seus veículos trombeteiam o assunto há 3 meses, mas não dedicaram a ele uma única e escassa pesquisa.
Exagero. Houve uma, realizada pelo Datafolha no início de dezembro. Ficou famosa pela extravagante manchete gerada a partir da leitura das informações pela Folha de São Paulo, dona do instituto: “Brasileiro responsabiliza Dilma por caso Petrobras”.
Nenhum outro levantamento foi encomendado. Como se aquele resolvesse a questão e o resultado bastasse. Como se não fosse tão questionável que até a ombudsman do jornal criticaria a despropositada matemática usada pelos editores ao noticiá-la.
Tamanha parcimônia contrasta com o exuberante investimento em pesquisas que a mídia corporativa fez neste ano. Embora tenha sido quase todo bancado pela TV Globo, que financiou as empresas menores, foi uma tal superoferta de pesquisas que, na reta final da eleição presidencial, o cidadão mal conseguia respirar antes de um novo levantamento ser divulgado.
A abundância tinha a ver, é claro, com a torcida para Dilma Rousseff cair nas intenções de voto. Tantas pesquisas refletiam o desejo dos donos de jornal (e seus funcionários) de crescimento de uma das candidaturas a ponto de suplantar a petista. Como sabemos, gastaram dinheiro em vão.
Algo semelhante acontece com as oposições partidárias. Atravessamos o ano a ouvir os líderes oposicionistas citando resultados de pesquisa a torto e a direito: O “desejo de mudança”, a “rejeição ao PT”, a “reprovação do governo”. Seu discurso atual a respeito da crise na Petrobras prescinde, no entanto, de quaisquer referências à opinião pública.
É pena. Todos ganharíamos se ouvíssemos mais e mais frequentemente os cidadãos. Saberíamos o que pensam e compreenderíamos melhor suas manifestações, especialmente as mais importantes, como os resultados eleitorais. Evitaríamos equívocos de interpretação e erros de tomada de posição.
Entre os dias 5 e 8 de dezembro, o Vox Populi fez uma ampla pesquisa nacional, com 2,5 mil entrevistas, distribuídas em 178 municípios. Tratou de vários assuntos e incluiu perguntas sobre a Petrobras.
Ao contrário da tese de alguns próceres tucanos e dos muitos mal informados na sociedade, para os quais a vasta maioria da população ignora o que se passa no Brasil, apenas 13% dos entrevistados não tinham ouvido falar das denúncias de irregularidades na empresa. Em outras palavras, 86% da população as conhecia, sem variações significativas segundo os níveis de escolaridade: 85% entre aqueles com ensino fundamental, 87% no ensino médio e 89% no nível superior.
Entre quem tinha ouvido falar no assunto, 69% acreditavam que “as irregularidades na Petrobras vêm de antes do PT (chegar ao governo federal)”. Dos restantes, 23% disseram achar que “começaram com o PT” e 8% “não sabiam”. Sobre quais partidos estariam “envolvidos nas irregularidades”, 7% dos entrevistados responderam “só o PT” e 18% cravaram “o PT e os partidos da base aliada, como PMDB, PP etc”. Os dois terços restantes disseram que “todos os partidos, incluindo o PSDB, o PSB e o DEM”.
Como se vê, a percepção da grande maioria da opinião pública conflita com o noticiário da mídia hegemônica, que não se cansa de apresentar o PT como o grande vilão no caso. E não poupa as lideranças tucanas, na contramão da imagem de paladinos da moralidade que imaginam possuir.
Aliás, quando a pesquisa pediu a opinião sobre qual dos três últimos presidentes da República “mais combateu a corrupção”, as respostas foram Lula 31%, Dilma 29% e Fernando Henrique Cardoso 11% (os restantes 29% disseram “não saber” ou não responderam). Feitas as contas, 60% escolheram um governante do PT, enquanto FHC nem sequer atinge um quarto do eleitorado que votou no PSDB em outubro.
Por que a mídia prefere não fazer pesquisas sobre o tema? Por que os líderes da oposição se permitem falar ignorando a imagem real que possuem? Hipótese: no fundo, eles não dão o menor valor para o que pensa o cidadão comum.
16 respostas
Esta reportagem da Carta Capital sobre a propina recebida por Sergio Guerra vem preencher uma lacuna da imprensa no caso Lava Jato. A mídia tradicional apenas tangencia o fato, sem nunca parar para perscrutar algo relevante. Parece que, como o político deixou de pertencer ao reino dos vivos, o fato não só perdeu importância, mas também soa de modo inconveniente, uma espécie de ofensa aos mortos. No entanto, todos nós nos lembramos de quem foi Sérgio Guerra. Até bem pouco tempo, ele estava sempre na mídia televisiva, na linha de frente dos eternos ataques político-midiáticos ao PT, a Lula e a Dilma. Durante seu período como presidente dos tucanos, chegou a ser a estrela de maior grandeza, eclipsando outros preferidos dos holofotes como Álvaro Dias, Agripino Maia ou Demóstenes Torres. Era a indignação em pessoa contra o governo.
Sérgio Guerra vulgo Guerrinha foi um legítimo representante da elite pernambucana, formada em torno dos usineiros e sabidamente a elite mais retrógrada e arrogante do planeta. Uma elite acostumada a receber na sede da fazenda os presidentes da República para o casamento de suas filhas, compromisso oficial que até o Fernando Henrique não ousou descumprir, mas que a partir de Lula deixou de existir, já que aqueles patriarcas jamais aceitariam o metalúrgico como padrinho de suas princesas. Para se ter ideia da arrogância elitista deste tipo de pernambucanos, basta ver nas sessões do Senado o desgosto profundo que às vezes Jarbas Vasconcelos se permite exprimir, por sentir conspurcada aquela casa com a presença de muitos representantes populares, uma casa que na cabeça dele deveria pertencer exclusivamente à nata da elite brasileira. Sérgio Guerra, com um pouco menos de enfado, também pensava assim. Não podemos esquecer-nos de uma das primeiras sessões da CPI do mensalão, quando foi revelado que, supostamente, muito dinheiro havia sido espalhado em campanhas políticas do PT e de seus aliados pelo país afora. Guerrinha tomou o microfone indignado e bradou: “Então foi isso que um pé rapado que não tinha um tostão, de repente aparecia distribuindo montes de santinhos e pregando cartazes bonitos pelos muros!”. O poder, para Sérgio Guerra, era um apanágio e um direito exclusivo das elites. Qualquer falha de caráter seria, consequentemente, perdoável, desde que contabilizada como um pecadilho de natureza política.
Que arda nas profundezas do inferno, por século e séculos, sem fim!
Não tenho como entender uma delação premiada sem vícios. Se por um lado o investigado sabe que mentir é produzir provas em seu desfavor, por que não dizer que omitir não influi nem contribui? Quero dizer que os investigadores desses bandidos são ada PF, em primeiro plano. Que são todos de uma corporação muito mal-resolvida com Dilma, alguns deles tucanos de carteirinha. Se durante a investigação terão a responsabilidade de não influir diretamente com o interlocutor investigado, quem garante, no entanto, que tais questionamentos não deixem no ar, por técnicas elaboradas, o que mais força tenha para detonar contra o PT, os petistas e o Governo. Porque se além do PT, o resto dos implicados, em maioria faz parte da base aliada do governo, tanto faz: tá se afundando o PT. O fato de arrolar no inquérito investigativo PSB e PSDB, representado por dois defuntos, pode ser apenas parte de uma verdade, se defunto não fala, senão com a ajuda de outro, mas Chico Xavier já foi também.
Ou seja, eu duvido, e dou minha cara à tapa, se essas investigações feitas por delegados e agentes da PF podem ter total credibilidade. Elas se juntarão à PGR, posteriormente ao STF, seguindo os rastros do outro julgamento, com certeza, deixando fora qualquer político que esteja na oposição renhida contra Dilma, Lula e o PT em geral.
Não acredito mais em nada que diga respeito a esta investigação Lava Jato. A investigação foi políticamente contaminada, isso foi provado e por isso me reservo o direito de por toda ela sob suspeição. Não acredito em listas feitas por delatores, não acredito que prisioneiros delatores em troca do prêmio de uma boa refeição tenham falado livremente, me recuso a ser crédulo ao ponto de me sentir como um palhaço. Talvez o procurador Janot possa fazer uma catação séria e convincente neste material enlameado.
Vou mais longe em ver grandes possibilidades de Dilma sofrer impedimento para governar, e de Lula entrar na dança, como querem os oposicionistas também fincados no STF. Não à-toa que Dilma está pedindo a permanência dos políticos do PT em Brasília antes de sua posse, em razão dos desdobramentos dessas denúncias, que se fortaleceram com a entrada de Venina, tentando derrubar a imagem de Graça Foster.
quem vai estar em brasilia é o povo, a onda vermelha,
Mais uma previsão “catastrófica” que não se conforma: o estouro do teto da meta de inflação. O índice acumulado para 2014 ficou em 6,46% a.a – abaixo do teto da meta. E ainda tem babaquara manipulado que acredita nessa imprensa terrorista.
O feitiço pode voltar-se contra o feiticeiro!
FFBB, lá atrás fizemos uma ‘parede’ gigantesca. Se cantássemos esse introito de refrão, e já previamente avisado pelo repórter, nada saía, e não saía mesmo. Um belo dia fechamos a Fernão Dias! Saiu em todo lugar! Setenta e seis de greve, levamos o corte até o final. Em 1994, a URV, e pior, se aconteceram ganhos, ficou muito difícil de mensurar!
Brizola denunciou todos esses planos, pois o trabalhador tinha que perder primeiro…
Quanto à pesquisa, que bom! Aquele outro instituto, que trabalha para a VPm, não conseguiu distorcer em muito a realidade, comentei em outro lugar, ouvira o jn…
Vpm: Velha e Podre mídia. http://refazenda2010.blogspot.com.br/
FFBB, você arremata:”Hipótese: no fundo, eles não dão o menor valor para o que pensa o cidadão comum.” Nós temos certeza disso! Enganei, durante a semana falarem dos índices da Dilma!
Nenhum partido escapa uma ova, como diria a bela Luciana Genro !!! O PSOL não está metido em NADA disso!!! Votei na Dilma no segundo turno, levo a maior fé nela, mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa…Até prova em contrário (ter o poder às mãos, por exemplo…) somos impolutos!!!
Aécio barrou mais de 70 CPIs que investigariam corrupção em seu governo
HOMENotíciasAécio barrou mais de 70 CPIs que investigariam corrupção em seu governo
Aécio barrou mais de 70 CPIs que investigariam corrupção em seu governo
Enquanto os brasileiros clamam por mais saúde e Dilma e Lula ouvem o clamor e traz o Mais Médicos, implantam o SAMU, as UPASs, constroem e reformas UBSs Brasil afora, o povo mineiro sofreu um revés, pois na gestão de Aécio no estado, foram desviados aproximadamente mais de R$ 4 bilhões que deveriam ser aplicados na saúde do povo de MG.
Mas verba para benefício próprio e dos seus não faltou, tanto que Aécio construiu 5 aeroportos em cidades minúsculas de MG, cidades estas que não careciam de tais obras, mas o que faltou Aécio dizer é que estes aeroportos foram todos construídos em torno de fazendas de sua propriedade e ou de seus familiares.
Um destes aeroportos fica na cidade de Claudio (MG), curiosamente na fazenda de seu tio.
Ainda quando governador Aécio beneficiou espantosamente seu tio-avô desapropriando um de seus terrenos avaliado em R$ 1 milhão, porém o estado pagou a ele uma mega indenização superfaturada no valor de R$ 20 milhões.
Isso sim é que é união familiar. União para limpar os cofres públicos.
Pelo visto saímos os patriotas vencedores de todos ataques a democracia feitos pelos PIG< DIREITA (PSDB E PSB )Eles foram os grandes perdedores . A mentira tem pernas curtas . vamos esperar a poeira baixar e o grande governo que será o de Dilma . Os poderes de Deus são grandes .