Fujimori é condenado por comprar a mídia

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Olha que caso interessante.

A notícia que nos chega do Peru revela claramente que a briga entre governantes e mídia, na América Latina, vai além de uma simples luta ideológica entre “bolivarianismo” e “imprensa livre”.

A tal imprensa livre acostumou-se, ao longo das últimas décadas, a vender seu apoio aos governos.

Quer dizer, primeiro apoiou toda espécie de ditadura. Em seguida, aliou-se promiscuamente ao neoliberalismo corrupto e antipopular que dominou o continente a partir da década de 90.

Com o advento de governos populares, a mamata acabou.

Daí o ódio ideológico se soma ao desespero por dinheiro.

Condenado por “corromper” jornais

Por Altamiro Borges, em seu blog.

Não ocorreu no Brasil nem se refere ao ex-presidente FHC, ao cambaleante Aécio Neves ou a outros direitistas que sempre mantiveram relações promíscuas com os donos da mídia. O fato aconteceu no Peru na semana passada. A Justiça do país vizinho condenou o ex-presidente Alberto Fujimori a mais oito anos de prisão pelo desvio de dinheiro público para a “compra” de jornais que deram apoio à sua candidatura no ano 2000. Além de bajularem o neoliberal peruano, estes veículos fizeram campanhas sujas contra os seus rivais políticos. O golpe não deu resultado e Fujimori perdeu as eleições, após ser vencido três pleitos seguidos. Na sequência, ele foi acusado de inúmeros escândalos de corrupção e de cruéis atentados aos direitos humanos – e segue preso até hoje.

Segundo a agência de notícias EFE, Fujimori ordenou o desvio de 122 milhões de sóis (cerca de US$ 40 milhões) para a compra da linha editorial de jornais sensacionalistas, conhecidos como “chichas”. Ele foi condenado pelo crime de peculato doloso, foi multado em US$ 1 milhão e não poderá exercer cargos públicos por mais três anos. A sentença, a quinta contra o direitista desde a sua extradição do Chile, em 2007, deverá ser cumprida a partir de 2021. Aos 76 anos de idade, Fujimori está na cadeia desde 2009. Ele foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade nos massacres de camponeses de Bairros Altos e La Cantuta. Ele também coleciona três penas por corrupção.

No Brasil, a mídia privada também manteve relações promíscuas com os neoliberais da plantão – que seguiam a mesma cartilha de Alberto Fujimori. Não se sabe, ainda, se isto ocorreu por dinheiro, numa corrupção direta, ou por razões políticas e ideológicas. A chamada grande imprensa deu total apoio ao processo de privatização das estatais imposto por FHC. Quase nada foi denunciado sobre o desvio de grana da “privataria” – inclusive com o desvio de recursos públicos para contas secretas em paraísos fiscais no exterior. Até o processo de reeleição de FHC, similar ao ocorrido no Peru, foi abafado pela mídia. A Folha tucana até denunciou a compra de votos, mas logo arquivou o escândalo.

Durante o reinado tucano, a mídia privada sempre foi subserviente e dócil. Tudo foi feito para blindar a vida “bastarda” de FHC e para satanizar as forças oposicionistas. “Calunistas” de aluguel atacaram os sindicatos, o MST e o movimento estudantil. A aliança do PSDB com o DEM – reunindo políticos mais sujos do que pau de galinheiro – sempre foi poupada. Nada de cruzadas moralistas pela ética e contra a corrupção. Na fase mais recente, o cambaleante Aécio Neves, esperança dos barões da mídia, também foi protegido. Nada sobre o “choque de indigestão” em Minas Gerais, sobre o “aecioporto”, sobre a sua nota zero no Senado ou sobre a badalada carreira do senador mineiro-carioca.

Fica a suspeita: será que os tucanos também “compraram” alguns jornais e emissoras de rádio e TV?

*

PS Tijolaço: Leia também essa notícia, sobre o apoio da mídia peruana à filha de Fujimori, candidata nas últimas eleições presidenciais do Peru.

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13 respostas

  1. Só pode ter acontecido no Peru , pois aqui no Brasil além da mídia , tbém o judiciário , são da direita da elite gente fina ….como disse a sherezosta a esquerda brasileira é terrorista e a direita …???!!!!

  2. Agora temos um argumento formidável a apresentar à nossa Presidenta Dilma Rousseff: é melhor que ela determine a urgente suspensão da propaganda que o Governo e as suas Empresas Estatais promovem jumto ao pig, com a finalidade de evitar que os seus inimigos cismem, no futuro, de leva-la à barra dos tribunais, apresentando a mesma acusação que ora está condenando à prisão, o Fujimori, no Peru.

  3. Estranho é bater na Globo. Chamá-la de membra da mídia golpista é corretíssimo, né. Golpista sim. Golpista por fazer filme apologista e de culto a personalidade ao Presidente Luis Inácio Lula da Silva. “Lula, o filho do Brasil” foi produzido pela Globo Filmes. Acho que esta galera do tijolaço esqueceu disto. Memória curtíssima ou seletiva. A canalhice chegou ao extremo pelos membros deste blog chapa branca chamado “Tijolaço”. Risível este veículo!!!!

  4. Quando vejo uma foto dessa lembro-me de uma célebre frase que De Gaulle não disse sobre o Brasil. Se tivesse dito, o fato de só o peruano estrar preso lhe daria razão…

  5. É fato, conheço de cadeira. Ja fui cargo de governos de estado e de município, em governos de esquerda. E a razão, é muito simples, dinheiro,( e por obvio sempre publico), eles saõ carreiristas, nao conheci nenhum idealista neste meio, falo dos ligados a grupos de midia. Eles, parecem, são escolhidos “a dedo” por seus patrões. E é uma vergonha lidar com esta turma no dia a dia. E os governo bem avaliados pela midia, pode ser a local, a de rádios e pequenos jornalecos no interior do Brasil, CUIDADO. É uma vergonha, e ainda bem isto começa a ficar de dominio publico. Finalmente. Os cabras ainda vao acabar o jornalismo, vai virar palavrão, falar de jornalista. E em todas as áreas, se metem a opinar, repito opinar, de medicina, a direito e a engenharia, enfim de tudo. Sempre, ou nao raro, pendendo para o lado do R$ e do poder.

  6. Será que a nossa mídia recebe gordas verbas dos governos do PSDB e do DEM e aliados? Não acredito, caso contrário seriam denunciados pelo Ministério Público e pela justiça desses estados. Mas será que estão acumpliciados e macunados? Não é possível, estes senhores zelam pela moral e bons costumes, como lemos em seus editoriais e manifestação no Congresso. Corruptos são os adversários e isso ocorre no Perú.

  7. Que outro nome dar às milhares de assinaturas da Veja, Estadão, Folha, feitas pelos governos tucanos de São Paulo, para distribuição às escolas publicas paulistas, senão COMPRA DE APOIO?

  8. É muito bom ver que há justiça no Peru. Não sei as condições que essa justiça se faz. Não importa, se faz justiça e é tudo. No caso do “Mentirão do PT” ainda estou esperando que as justificativas das condenações aconteçam. Certamente vou morrer sem conhecer tais justificativas – a tal da “teoria do domínio do fato é piada – pois, de um STF que nega reconhecer os crimes de torturadores, estupradores e assassinos da Ditadura Militar não se pode esperar nada. Trata-se de um tribunal do qual não se deve esperar justiça.

  9. Lei da midia ja liberdade para canais publicos tvs cultura educativa e universitaria, com direito a midia paga psra ter exelentes profissionais e vamos ver que fazem os baroes com a concorrencia popular e’ mercado tambem.

  10. A Veja publicou terremotos, erupções , tsunamis e etc,nos tempos FHC. O Brindeiro, Blindava e engavetava.
    Hoje, ela própria só falta se pronunciar que “não seria bem aquilo”, porque o Brindeiro nada encontrou.
    Esqueceu do passado e cria um presente, como se tivéssemos saído de um Estado “sueco”, desde sua descoberta, e ingressos num país destruído por terremoto , estando no esgotamento pleno.
    Eles sabem que a memória de muitos se vai como o papel da mídia impressa vai para o lixo,fundo de gaiolas ou proteger superfícies durante pintura, mas, a internet está aí, basta mexer que acha o que eles escreveram e gostam dessa limitação das pessoas em vasculhar a rede.
    Fulimori negociou o presente dele.
    Aqui, o produto é o passado.

  11. Se o inverso acontecer, ou seja, se a mídia for a compradora, nada se altera. Entre eles tudo é possível. Contra o povo é o vale-tudo. Fujimori e FHC eram cara e coroa da moeda preferencial do império, a que circula livremente na imprensa livre deles.

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