Fala-se francês, ou uma derivação dele, o creole.
Tiveram uma ditadura sangrenta, a de Papa Doc, François Duvalier, e a de seu filho, Jean Claude, o Baby Doc.
Foram de lá os ton-ton macoute, literalmente os “homem do saco” ou “bicho papão”, como o personagem infantil de terror, a mais brutal polícia (ou milícia) política da história recente.
Quando derrubaram a ditadura e elegeram um presidente, ele foi deposto e o país entrou em conflito armado.
E, num destes fatos que põem à prova a existência de um Deus, logo veio um terremoto dantesco, que matou mais de 200 mil e destruiu o que restava do pais conflagrado.
E o Haiti virou a terra dos “rest avec”, onde pais miseráveis entregam seus filhos a quem pode, para serem escravos, quase, simplesmente para que não morram de fome.
Um castigo para um país que ficou independente antes de nós, que aboliu a escravatura cem anos, quase, antes de nós e que, por estes “crimes”, tiveram de pagar uma pesadíssima indenização aos seus ex-senhores franceses, embora os tivessem derrotado no campo de batalha.
Milhares deles estão no Brasil.
Trabalhando duro.
Aqui, perto de casa, dez deles trabalham numa obra de construção de um prédio.
Severos, de pouca conversa – como conversar, com seu ralo português? – são considerados e respeitados pelos outros trabalhadores.
Não se debocha deles, de sua cor, de sua origem, de sua religião, o vudu.
Sei lá se por medo, até.
A nossa elite acha o Brasil um país de bárbaros, daqueles que teriam de ajoelhar-se diante do rafinessment francês.
Mas, olhem, que maravilha.
A Universidade Federal da Fronteira Sul, com campus no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados brancos, conservadores, abriu ontem uma inscrição especial para imigrantes haitianos fazerem, aqui, seu curso superior.
135 vagas, distribuídas em cinco campi da UFFS: Chapecó (68), Laranjeiras do Sul (11), Realeza (12), Cerro Largo (16) e Erechim (28).
A maioria para cursos que “não dão dinheiro” e têm procura mais baixa.
Mas, para eles, um maná dos céus.
Não se tem notícia de que tenha havido na França um “Je suis Haiti” em um mea-culpa pelo que fizeram àqueles negros.
Talvez fosse bom exemplo aos franceses.
Devolver, corrigida, a indenização de 90 mil francos que deles se exigiu para renunciar ao seu direito de Metrópole sobre a antiga e rebelde colônia. por exemplo.
Sei, porém, que isso me orgulha de meu país.
A grande maioria de nossos antepassados também veio de fora, um dia. Fugiam da miséria, da perseguição ou, simplesmente, vieram à força, para serem escravos.
Não quero saber de onde, nem sei se o “cristão novo” de meu Nogueira era antes árabe ou judeu.
Embora tenha horror e nojo de que se assassine alguém, como fizeram aos cartunistas do Charlie Hebdo, não aderi à a hipocrisia de muitos que andaram publicando o “Je suis Charlie” sem nunca terem, quando era necessário, tido um dedo sequer levantado pela liberdade de expressão.
Não se trata de ser condescendente com atos de terror, porque não é a bala e covardia que se age ou reage contra ofensas, as mais graves que sejam.
Mas não é porque devam ser repudiados os que fizeram aquelas monstruosidades que devamos deixar de entender e de lutar para corrigir todas as outras violências que, ao longo da história, a Europa cometeu e comete na África, na Ásia e na América.
Não é porque amo a França e tudo o que ela me deu com sua Revolução, com Napoleão, com Hugo, Diderot, Stendhal, Zola e uma lista infinda de grandes homens e mulheres, que posso achar “normal” e “democrático” que se proclame o direito de debochar e agredir a qualquer um ser humano.
Embora, para muitos, pelo fato de serem muçulmanos, possam achá-los “menos humanos”, como já acharam (ou acham) os negros, os índios, os amarelos, como fez o general americano William Westmoreland, na Guerra do Vietnã, ao “explicar” que “os orientais não dão tanto valor à vida quanto nós”.
Meu direito de dizer o que penso tem um limite: o de ofender o outro, qualquer outro.Não se ofende a dignidade de alguém, sim, e muito menos se ofende a dignidade coletiva.
Algo tão simples que aprendi ainda garoto, no ditado repetido por minha avó: o seu direito acaba onde começa o direito do seu vizinho.
E poucos anos depois, fazendo o que todo guri que se encantou com o Monteiro Lobato para crianças, fazia quando ficava mais taludinho: lendo seus escritos adultos.
Trago um, que deveria ser lido por quem acha que não dói a ofensa:
O drama do brio
Monteiro Lobato (em 1933)
Há dezesseis anos ocorreu em São Paulo um crime singular.
Estava de guarda no quartel da Luz um soldado pernambucano de nome José Rodrigues Melo.
Era um homem. Embora rude, ninguém no regimento o vencia em firmeza de caráter. Melo personificava o brio militar — mais que isso, Melo personificava a dignidade humana.
Estava de guarda, embora tivesse a mão direita enferma. Os pernambucanos são rijos, e um simples ferimento não bastava para arredar aquele do serviço.
Começa aqui a tragédia do Brio. O Brio o impediu de ir vadiar à enfermaria. O Brio iria inutilizá-lo para sempre.
Passou por Melo um oficial francês.
Nesse tempo São Paulo vivia cheio de oficiais franceses, contratados para amestrar nossa gente na arte de matar pela escola de Saint-Cyr. E como para bem ensinar a arte de bem matar o primeiro passo é domesticar o aluno, os professores de França não largavam o instrumento clássico da domesticação: o chicote. E ninguém lhes fosse lembrar uma tal lei de 13 de Maio, etc., etc.; rir-se-iam com superioridade metropolitana, silvando: “Fí, donc”!
Ao passar o francês, nosso soldadinho pernambucano perfilou-se na continência do estilo. Acontece, todavia, que isto de continência é a colocação do pronome dos militares — coisa seríssima. Melo errou num pronome. Em vez de fazer a continência com a mão direita, impedida pela enfermidade, fê-la com a esquerda sã.
Ai! O lambe-feras avança para Melo e chicoteia-o impiedosamente na cara.
— Sale négre!
E a tragédia explode. Tudo quanto havia em Melo de dignidade humana faz-se maremoto incoercível. Não era mais um homem quem recebia a afronta, era a raça. Era essa coisa enorme e brutal que se chama pátria e borbulha dentro do peito de certas criaturas sob forma de sentimentos explosivos como a nitroglicerina.
As mãos de Melo crisparam-se na Mauser… e lá partiu a bala certeira que iria privar Damasco de mais um perito bombardeador.
Negrel morreu ao lado do chicote infamante — e parece que o chicote em São Paulo morreu com Negrel.
Foi esse o drama. Positivamente drama da raça. Drama da honra. Drama do brio. Drama da dignidade humana.
Ia começar a comédia da covardia.
Não houve em São Paulo um nacional que não fremisse de entusiasmo diante do revide de Melo.
Minto. Houve doze homens que destoaram do coro unânime. Eram homens que, chicoteados na cara, em vez de reagir meteriam a cauda entre as pernas e iriam, ganindo, beijar as mãos do lambe-feras. Nenhum deles tinha dentro de si a raça. Nenhum deles chegava a homem; meros sub-homens à tout faire.
Pois a coincidência quis que tal dúzia fosse constituir o conselho julgador do honroso crime.
Condenaram-no. E nada mais lógico, nada mais canino do que essa condenação a trinta anos de prisão celular infligida ao Brio. Condenaram-no só a trinta porque a lei não admitia penas de cinqüenta; nem permitia a aplicação das engenhosas torturas com que Luiz XV, o rei Bien Aimé, durante um dia inteiro divertiu Paris com o espantoso suplício de Damiens.
O crime de Melo era gravíssimo. Era crime de lesa-galicidade. E como o medo à França fez calar a imprensa, sofreando no nascedouro a onda de simpatia nacional, Melo foi apodrecer em vida num cubículo penitenciário.
E lá vegeta há quinze anos.
Nesse intervalo, quantos criminosos repugnantes não obtiveram perdão? Quanto cangaceiro que mata pelo prazer de matar não se gozou duma sólida impunidade? E também, quantos marroquinos e quantos sírios não foram trucidados cientificamente pelos franceses, por terem no peito o sentimento de raça que perdeu Melo?
Nossos “dúzias” perdoam tudo menos a dignidade, e o ensino inoculado pela missão do chicote calou fundo. Se lá na Síria os mestres bombardeiam os criminosos desse crime, aqui os alunos os fazem apodrecer nos ergástulos.
Há dias um repórter carioca, em visita à penitenciária de São Paulo, teve ocasião de falar com Rodrigues Melo.
— Está arrependido do que fez? Perguntou-lhe.
— Não! retrucou firmemente aquele brio de aço. E diga-me o senhor: se fosse iniquamente chicoteado na cara por um estrangeiro só porque lhe fez continência com a mão esquerda, visto ter a direita enferma, não faria a mesma coisa? Confesso que pratiquei o crime fora de mim; mas a privação de sentidos não foi inventada para nós…
E suspirou com os olhos brilhantes de lágrimas.
— Por que chora?
— Saudades de minha mãe, uma pobre velhinha que vive a esperar por mim, lá no fundo de Pernambuco. Oitenta e seis anos!… Vê-la-ei ainda?
Melo não se arrepende, e é diante de firmeza assim que nos renasce a fé na raça.
O desfibramento atual tem que ser passageiro. Eclipse momentâneo. Nem todos os Melos estão encarcerados; há de havê-los soltos, e por escassa que seja a semente, a espécie há de proliferar um dia.
O “não” de Melo ao jornalista é sublime. Diz “não!” após quinze anos de cárcere. Dirá “não!” ao cabo dos trinta anos da pena. E se no dia seguinte à soltura um francês o chicotear de novo, a raça incoercível, transfeita em diamante dentro desse homem, fá-lo-á matar de novo.
Os anos e as torturas são impotentes para quebrar a dignidade em quem a recebeu do berço — como coisa nenhuma a dará a quem dele saiu eunuco.
PS. Há um lindo filme que assisti na TV, de Henrique Maffei, sobre o drama dos haitianos. Não o achei na net inteiro, mas posto o trailler, um primor.
Ninguém sabe onde fica o Haiti from Henrique Maffei on Vimeo.
40 respostas
Caro Fernando!
Sou professora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, que fica em Foz do Iguaçu, pertinho da região onde muitos hatianos chegam para trabalhar na penosa indústria da carne. Aqui na Universidade também abrimos um edital especial para hatianos, são poucas vagas, mas já é um começo. Temos uma vaga para cada curso, inclusive medicina. Esses sãos os links com a notícia e com o edital: http://www.unila.edu.br/noticias/pro-haiti-0
http://www.unila.edu.br/sites/default/files/files/edital_haiti.pdf
O Problema do Hebdo não é que ‘zuavam’ muito dos muçulmanos, mas que o faziam de forma sistemática e insistente. Uma zoadinha aqui e ali, tudo bem, mas o tempo todo, ninguém aguenta.
Quanto aos hatitianos, o ALCKMINTIROSO abriu um centro de acolhimento de estrangeiros aqui na Barra Funda/SP. Foi inaugurado ano final do ano passado com muita pompa e circunstância. Toda a mídia presente, muitas fotos, selfies, beijinhos, tapinhas nas costas, etc e tal.
Só que o tal centro, um prédio bacana, bem moderno, com muitos vidros, escadarias e tal, está às moscas, desde então. Nem recepcionista, tem. Só alguns legionários, digo, seguranças na entrada. Porque abriu se não funciona ?!? Para fazer currículo !?!?
“O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”
Maravilhoso, Fernando!
Oui. Je suis brasileira e apoio o governo do PT pq o petróleo, em defesa do qual Lobato foi preso, é nosso. Toda campanha contra os governos do PT tem apenas este propósito. Acabar com o nosso brio e a nossa dignidade. Parabéns Fernando por saber expressar tão bem o nosso orgulho.
Interessante a hipocrisia das pessoas que acham lindo homenagear 12 mortos franceses e ignorar a morte de milhões de palestinos. Ignorar a morte e violência contra milhões nas colônias francesas, espanholas e inglesas. Agora o que queriam? Após anos de crimes se acham no direito de serem ovacionados? O holocausto é triste só para os judeus e não para os russos que morreram em muito maior número? Então chegamos ao ponto em que queria tocar … a vida de um judeu, americano, europeu vale mais que de um árabe e latino americano? Não me venham com hipocrisia pq esse Je suis Charlie é uma vergonha. depois doa tentado vem com uma capinha com a caricatura de Maomé, isso é um desrespeito ao islamismo. Vê se o Brasil se mete nessas furadas de atacar o estado islâmico, a França foi dar uma de gostosa e apoiar os EUA e deu nisso, entrou no rol de inimigos do islã por infantilidade. O mundo só vai mudar quando as pessoas tiverem o mesmo pensamento de Lula … ”a minha luta é contra a fome”. talvez ainda de tempo de mudar esse capitalismo cretino que deixa milhões na linha da pobreza e depois cobra a fatura com ódio e ressentimentos.
Obrigado Fernando, pelo teu texto e pelo texto do Monteiro Lobato.
como escreve bem esse nosso Lobato!
sabe mesmo contar uma história e empolgar o leitor.
Viva a França!
Morra o colonialismo francês ontem e hoje!
A “libertinagem de excessão” que os mídias vira-latas Brasileiros defende -e onde covardemente se escondem- é a da Veja/Globo…na véspera das eleições…”eles sabiam de tudo”. Tão covarde como os atuais Senadores da RBS no Rio Grande do Sul -Lazier Martins PDT e Ana Amélia Lemos PP, cada um de suas excelências com trinta anos de exposição nos veículos do grupo de mídia RBS da família Sionita Sirotsky, TV, Rádios Am e FM, Jornais, TV “comunitária”, Sites, Institutos, fundações, Empreiteiras, Transportadoras. Chances “quase” iguais aos outros concorrentes que disputaram as eleições com suas excelências. Agora perguntem a estes dois se eles apoiam a reforma política ???
Esqueci os jornais impressos do grupo RBS…Zero Hora, Diário Gaúcho, O Pioneiro, Diário Catarinense e segue o baile…tadinhos…pobrezinhos, sem voz nem vez…que nem os Haitianos.
Gente de fibra essa gente de Pernambuco, e com certeza do fuzil de Melo a política de Silva frutificou, está dando e dará ainda mais frutos…
E melhor, essa mesma fibra pernambucana se encontra em Minas e outros estados em Roussefs e outras famílias deste imenso país…
Je suis Haiti, aussi et ici…
Fico feliz com seu post, Fernando. Devolver o que a França roubou dos haitianos é a ação afirmativa necessária.
As ações afirmativas do governo brasileiro nestes 12 anos também me enchem de felicidade. Pois somente as ações afirmativas podem resgatar a maldade do preconceito. Seja com os negros, com os pobres, com as mulheres ou com qualquer ser humano que tenha sofrido discriminação de qualquer natureza.
Que continuemos honrando nosso Hino “Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte Em teu seio, ó Liberdade
Desafia o nosso peito a própria morte!”
E que a França resgate seu lema revolucionário.
Olá, é por matérias como esta que acabei de me tornar assinante do site. E vou te falar, pra arrancar dinheiro meu não é fácil.
Muito me orgulha, saber que ajudei eleger Lula e Dilma, em que ambos amplia um politica de não discriminação dos povos.
Sejam bem-vindos nossos irmãos haitianos.
Que belo exemplo!
O Sargento José Rodrigues de Mello cumpriu 22 anos de prisão. Foi solto em 1936 e morreu em 45. O oficial da missão militar francesa chamava-se Raoul Negrel. O crime teve grande repercussão à época.
Louvável a iniciativa da Fronteira Sul de abrir cursos para os haitianos. Morei 20 anos no oeste de SC e tenho familiares que ainda moram lá e vejo que num futuro próximo vai ter muito conflito social em razão do preconceito dos moradores contra os haitianos. A regra na região de Chapecó é o preconceito racial, às vezes velado, às vezes bem explícito. Essa região foi colonizada por descendentes de imigrantes italianos, alemães e poloneses vindos do Rio Grande do Sul. Posso seguramente afirmar que a maior parte da população é profundamente racista, desprezam os índios nativos da região, desprezam os negros que já moram no local, remanescentes de quilombos ou descendentes de sobreviventes da Guerra do Contestado. Para esses brancos meritocratas do oeste, só é pobre quem quer.
Enquanto os frigoríficos da região de Chapecó e os empresários da construção civil lucram com a mão de obra barata dos haitianos, a população começa a ficar assustada com negros andando pelas ruas. Já existe um boato que os haitianos são todos aidéticos e cheios de DST.
Uma comissão da UFFS e conjunto com uma pastoral da igreja fez um monitoramento das condições de trabalho, saúde, habitação dos hhaitianos que estão em CHAPECÓ e divulgaram o resultado, se não me engano, em uma audiência pública. Bonaparte da população ficou indignada com o trabalho da UFFS pois acham que a universidade está incitando os haitianos a exigirem melhores condições de trabalho e a exigirem seus direitos na justiça do trabalho. Minha mãe, muito indignada com isso disse que ‘daqui a pouco os haitianos vão ter mais direitos do que nós.”
Só tenho a agradecer por ter chegado uma universidade federal no oeste de Santa Catarina, foi um sopro de civilização num lugar conservador. Sei que na região de Caxias do Sul, que tb é colónia italiana e tem recebido muitos haitianos, a situação também vem ficando tensa.
Moi aussi, Fernando. Ah! Na sua lista faltou Hugo, que nos deu “Trabalhadores do Mar”.
E Les Miserables, além de Balzac com sua verdadeiramente divina Comédia Humana !
Hugo está lá, logo depois de Napoleão. E Os trabalhadores do mar é livro que sei quase de cor, de tanto que li e releio. Mas a lista é infinita…
Bem lembrado Adriana.
Um livro especial.
Comi mosca, Fernando :-) Também já reli “Trabalhadores do Mar” algumas vezes. E mantenho meu exemplar guardado com muito carinho.
TODO ESSE MOVIMENTO E BARULHO PELOS CARTUNISTAS FRANCESES MORTOS É DE UMA HIPOCRISIA TREMENDA…SENÃO VEJAMOS: O QUE A FRANÇA FEZ EM SUAS ANTIGAS COLÔNIAS NA ÁFRICA, NA AMÉRICA E EM OUTRAS PARTES DO MUNDO FOI BEM PIOR DO QUE ISSO….ISSO VALE TAMBÉM PARA O REINO UNIDO E ALEMANHA…..O QUE DIZER DOS EUA QUE FOMENTA GUERRAS EM VÁRIAS PARTES DO PLANETA PARA VENDER ARMAS…….E SOBRE ISRAEL CUJO MINISTRO BENJAMIN NETANYAHU É RESPONSÁVEL PELA MORTE DE MAIS DE DOIS MIL PALESTINOS NA FAIXA DE GAZA…. E O MASSACRE NA NIGÉRIA COM MAIS DE TRES MIL MORTOS PELO GRUPO BOKA HARAN….EM AMBOS OS CASOS NÃO VI A MESMA INDIGNAÇÃO DOS LÍDERES MUNDIAIS…PORTANTO, É UMA BAITA HIPOCRISIA!!!! ENTÃO, NÃO SOU CHARLIE……
Belíssimo exemplo, necessário ser replicado na negra Bahia, sobretudo em Salvador através da UFBA e no recôncavo através da UFRB.
Também no negro estado do Rio de Janeiro através de suas UFF e UFRJ e na negra MG, pois defender os negros quando causa repercussão é fácil, difícil é tomar as atitudes corretas em tempo.
Por falar no Haiti e nos refugiados haitianos no Brasil, por onde anda o “movimento negro” ?
Muitas vezes o discurso é vasto, mas a prática rasa !
Fernando, obrigada apresentar suas impressões do ocorrido em Paris.
Aproprio-me de suas palavras, caríssimo… a forma como insistem em ridicularizar os muçulmanos e sua fé é, no mínimo, lamentável.
Fico a imaginar se fosse com o cristianismo e Jesus ou o judaísmo. Todos os dias, incessantemente, charges obscenas, ridicularizando as figuras e símbolos religiosos dessas duas religiões…
Quanto aos haitianos, sejam bem-vindos… assim como bolivianos, ganeses, angolanos e tantos outros.
Fico vendo a xenofobia de muitos, “justificada” porque esses imigrantes iriam retirar o trabalho dos brasileiros, as vagas nas universidades, etc.
O mesmo discurso utilizado nos EUA e Europa. O mesmo discurso que resultou no Holocausto.
No início do século XX, muitos italianos sofreram na pele a xenofobia que agora sentem os novos migrantes.
Ahh, o Brasil… feito por imigrantes – inclusive forçados – de todo o mundo. Coincidentemente sempre tratou mal os seus povos realmente nativos.
Ahh, o brasileiro…. aquele que gosta tanto de migrar para outros países, que fica felicíssimo quando recebe a oportunidade de estudar em universidades nos EUA e da Europa… ou trabalhar… em busca de dignidade ou de qualificação. Mas ai do imigrante negro, indígena, muçulmano ou vodum que ousar pisar nessas terras em busca de… dignidade e qualificação.
A eles… só restará ódio e indignação.
Ahh, o meu país… ainda bem que, vez ou outra, vemos atitudes como esta das universidades… mesmo com tanta xenofobia… mesmo com tanto ódio.
Mas é preciso retirar as tropas do Haiti. Aquele país não precisa mais de tropas estrangeiras que impedem sua real soberania… aquele país precisa de médicos, engenheiros, professores, artistas, jornalistas, estudantes… dignidade…
“Nossa” hipocrisia não tem limites! A menina que xingou o goleiro Aranha perdeu emprego, teve a casa pixada e apedrejada. Foi indiciada e etc e tal.
O pastor que “ofendeu” uma santa de madeira também foi alvo de duras críticas de nossa mídia!
Defender que pessoas não sejam mortas é diferente que defender suas causas.
Como já disse o general que comandou as forças da Tríplice Entente ou dos Aliados em 1914 na 1ª Guerra Mundial, coincidentemente francês, Ferdinand Foch: ” A arma mais poderosa na terra é a alma humana quando inflamada. “
E uns jênios dizem que Lobato era racista!
Fernando,tu tridimenciona tua cultura e expande em pensamentos….
Eu não li,livro nenhum, e nada sei do mundo,
se eu pudesse viajar no tempo,e em fato minha vida e’ meio assim,vou em um lugar
e observo as vezes impotente, tentando compreender o que não tem sentido, posso dizer: tenho o máximo de cuidado com minha vida pois se perde-la nunca mais terei outra,tudo que existe em minha volta compreender o mundo e ajudar aqueles em quem sinto que comfiam em mim…eu sou o que sinto em minh’alma longe do que pode me iludir e não posso levar o mundo em mim…
Então no fundo e’ assim !
O mundo tem toda sua estrategia,feita por quem?
uma coisa,que leva, a outra coisa,que leva a outra coisa …….que leva a um lugar que alguém quis chegar….não eu !
Eu quero e’ viver em paz,as pessoas sabem de que se trata viver em paz?
O ser humano tem que absorver o que há de bom em sí,se alguém se esqueceu do
que há de bom em sí eu mui respeitosamente passo lembrar,existe um
mundo interno na alma,onde a vida vale a pena,a vida deveria ser acordar e olhar o céu e dizer “bom dia sol,grato por vir mais um dia em minha vida”amar e viver,sem ódio,sem nada de mal…e’ assim!
Je sui estudantes mexicanos
Os estudantes mexicanos foram protestar com razao contra a corrupta esposa do prefeito ou algo assim e o “estado narcotraficante” nao gostou.
E ninguem foi fazer uma passeata em Protesto a isso. Saudades da UNE que tinha culhoes e deveria convocar todos os estudantes brasileiros para dizerem em alto e bom som “TODOS NOS SOMOS OS ESTUDANTES MEXICANOS”
Refere-se a uma UNE já morta , pois a UNE de hoje pariu o Lindberg , grande contribuição a Pátria !
o pior de tudo , é que isso nunca acabou. o colonialismo sempre a nossa porta , com a colaboraçao dos vendedores de patria que existe aos montes , aqui e em todo mundo. como um pais passa por tantas desgraças, quando se livra de ditaduras , vem o terremoto. sera que nunca as desgraças vao acabar nesse pais. e os imbecis nazistas , facistas aqui do brasil contra os haitianos de vir para ca, é piada e esse pais e ainda dizem que esse pais hipocrita é cristao. o pior de tudo isso , é ouvir essas imbecilidades.
Belíssimo trabalho. Eu também sou o Haiti! Sou paulista e estou sem água. Estou pagando caríssimo o vento em minhas torneiras. PT. Saudações!
Parabéns pelo belo texto Fernando. Não existe mais nada de significativo sobre esse episódio a reportar. Você acabou de esgotá-lo.
Depois de ler este texto de Lobato, fico pensando sobre as acusações de racismo que circularam contra ele.
Caro Fernando:
Lamento informar que a Liberdade da Imprensa, de Expressão,de Criação,do Humor,da Crítica… foi violentamente apunhalada,confiscada,rasgada,vilipendiada,estuprada,arrasada hoje a tarde:
Foi preso por incitamento a violência um humorista PRÓ NAZI Francês.
Faremos um Je suis Hebdo por esse pobre PRÓ NAZI?
Liberdade Absoluta tem que entrar tudo,não é assim?
O cara apenas esculhambava os JUDEUS e dava a Saudação Nazista – puro humor.
Falar de humor – o humor não tem limites…
Conhecem a piada dos Judeus nas câmaras de gás? pois é a mamãe carregava seu bebê para a câmara de gás e encontrou seu amante comunista e seu marido judeu…
e o bebê ao cheirar o gás disse…. Não é ótima?
E do CRIOULO feio pra Caraca agarrado pela Ku KLUX KAN, amarrado num tronco pronto para ser queimado e seu filhinho como testemunha exclamou… melhor ainda,né.
Sabe aquela foto de uma mãe JUDIA pelada ( que bunda gostosa,mano!!!) e o soldado SS com rifle apontado para a cabeça da BUNDA GOSTOSA e do bebê que ela carregava – ESSA É DUCA!!!
Se sentiram ofendidos?PHODA-SE!!! com PH e tudo – o HUMOR NÃO TEM LIMITES – não é assim que falam?
Liberdade para o pobre perseguido humorista pró nazi!!!
Hoje no Teatro Casa Grande – os defensores os je suis Charlie estarão lá prestando homenagem aos LIBERTÁRIOS HUMORISTA FRANCESES MORTOS e na DEFESA DO HUMOR CRÍTICO e SEM LIMITES,farão o mesmo pelo HUMORISTA PRÓ NAZI PRESO?
HIPÓCRITAS e HIPÓCRITAS – com os outros tudo para mim a LEI?
Ao dar exemplos como dei de “HUMOR” me sinto como um farrapo humano.
Pedro Luiz Moreira Lima
Caro Pedro.
Lembre-se, não falamos sobre pessoas normais, humanas, falamos sobre jornalistas, falamos sobre deidades.
Pura hipocrisia essa história do je suis charlie, pura babaquice milhões em marcha por uma França que morreu quando deixou de ser civilizada e acolhedora, cosmopolita e universal.
Quantos massacres contra jornalistas que apenas mostram a verdade dos fatos ocorre por ano no mundo ? E aqui mesmo no Brasil ? Quantas marchas por isso ?
Mas meia dúzia de franceses que tripudiavam diariamente de um povo, de sua cultura, de seus costumes e de sua crença gera uma indignação seletiva tão inflada e inflamada que claro vai ajudar a Le Pen em sua escalada rumo ao Eliseu e o celerado do Netanyahu em seu massacre e consequente usurpação dos territórios palestinos.
Vivemos uma era de descrença total aqui e lá ! In fine, será que a bela Cecília Malan com apenas 31 anos e menos de uma década de diploma estaria em Londres como especial da Globo não fosse ela filha do “ilustre” Pedro Malan ?
Sou estudante da 9ª fase do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Fronteira Sul Campus de Realeza-PR. Já tive a oportunidade de conhecer a história de vida de alguns haitianos que se encontram na região a trabalho e pelo que ouvi e senti, a busca de oportunidades de uma vida menos injusta e com dignidade é o que dá o norte para essas pessoas. Contudo, na grande maioria das vezes o trabalho por eles desempenhados são quase sempre os ninguém daqui desejam fazer.
Como estudante desta Instituição, vejo como louvável a mesma ofertar vagas para haitianos, pois ao contrário do que a comunidade (nesta microrregião específica, um percentual razoável) acredita que as vagas sejam ofertadas somente para brasileiros e brancos, o que vale não é a “posse” da vaga, de quem vai ou não ocupar um acento na sala mas do que se constrói ali, a interação com os outros, a construção conjunta de ideias, pensamentos preconceituosos virados ao avesso; é muito mais do que aprender o que é ditado nos livros e que fundamenta nossa profissão, é um olhar diferenciado para a pessoa, é uma forma rever ideias fortemente postas pela cultura local e de reiterar, de dar força aquilo que é um direito de todos, o acesso a educação.
Ooooooh mas e bonito isso, vou tacale no feice, te suoerou fernandao, isso nao e’ pouca coisa nao, esse e Brasil Brasileiro, vem que tem, tem uns haitianos por aqui( em torres) sempre que posso ro ajudando pago ate awuele velho pastel da rodoviaria com taça de cafe(eo que poço, mas vamos la escola tempo integral para nossa juventude tambem.
Ainda bem que existem textos que vão contra a maré! Nossa mídia é uma vergonha e graças a jornalistas como Fernando Brito, podemos ter acesso aos fatos como eles são…Parabéns!
Concordo 100% com o texto. Achei uma hipocrisia esse tal de “je suis charlie”, principalmente de brasileiros que fizeram passeatas em apoio às vítimas …. condeno qualquer tipo de ato contra a vida humana….acredito que os extremistas não representam os muçulmanos que, em sua maioria, são pacíficos…. mas infelizmente, as pessoas tendem a valorizar as dores dos brancos e ricos e se esquecem dos séculos de exploração impostos pela Europa diante da África, Ásia e América, que dizimou um número inconcebível de vidas….
Mais hipocrisia ainda foi o primeiro-ministro de Israel participar de uma passeata, sendo que o próprio tem as mãos sujas de sangue palestino…