De Nílson Lage, no Facebook:
Certa vez ouvi de Leonel Brizola que a revolução cubana seria impossível no Brasil. Argumentava que Fidel Castro pôde se livrar da fração mais ativa da burguesia – algumas dezenas de milhares de pessoas -, expulsando-a para Miami, e isso seria impossível aqui. (Nota do Tijolaço: “não cabe”, explicava)
A burguesia de São Paulo – a de verdade e a pequena – é muito maior do que a cubana e foi convencida por propaganda insistente de que não tem saída senão a rua, no caso,a Avenida Paulista. Polarizada e acuada, defende, como era de se esperar, um programa protofascista, que inclui repressão e segregação da população pobre e de tudo que a faz lembrar, inclusive o governo trabalhista.
Descendentes da elite colonial do café ou oriundos de imigração relativamente recente, os formadores de opinião de São Paulo Imaginam uma vida confortável integrados na grande comunidade latino-americana com capital cultural em Miami e financeira em paraísos fiscais. O Brasil, para eles, é como uma espécie de clube social que os diferencia e uma vaca com enorme teta em que mamam, jamais uma pátria independente.
O que mobiliza os medos e ódios da massa de gente que se reuniu em São Paulo é um sistema de dominação montado ao longo de décadas em que se esmagou a cultura popular e se impôs, para substituí-la, o simulacro globalizante.
Os quadros jornalísticos foram filtrados, com a exclusão quase total do pensamento inconveniente No entanto, os meios de comunicação – a mídia globalizada – são parte da fragilização institucional do Brasil, mas não a única.
O trabalho da inteligência dos Estados Unidos que coordena a agitação com objetivos econômicos e políticos evidentes foi muito facilitado pela modernização deformante das estruturas legais e das normas jurídicas, pela formação viciada nas escolas militares e pela desorientação do ensino em todos os níveis.
A combinação desses fatores, a despolitização e a falta de informação sobre o mundo manifestam-se em teses simplistas sobre a “culpa da Dilma”, a “corrupção” ( 61 anos depois, o “mar de lama”), a ameaça comunista (a “conspiração bolivariana”),a indolência (“vivem do bolsa família”), o ódio à inteligência (“abaixo Paulo Freire”, “prisão para Karl Marx”) etc. .
É uma vitória que nenhuma violência tenha ocorrido. Um milhão de pessoas- se foram tantas – é um duzentos avos da população do Brasil, reunida em fração mínima de seu território. Mas um fagulha pode, agora, causar explosão, como já tem acontecido em outros lugares.
PS do Tijolaço. E a nossa pequeno-burguesia, aqui, com seus “ideais maiâmicos”, com seu complexo de vira-latas, dá-lhes ouvidos e faz-lhes modelo. Mesmo que seja para limpar a sujeira dos ricos de verdade. Imagino o prazer da Veja ao tuitar a foto acima, ontem.
22 respostas
Nas discussões que tenho com as pessoas da classe média vejo uma grande desinformação, elas apenas repetem o que vem da grande mídia. Elas não sabem dos imensos investimentos que foram feitos no setor elétrico, na infraestrutura de transporte, não sabem que a Petrobras é a maior produtora de petróleo do mundo entre as empresas de capital aberto, enfim, o único argumento que têm é o surrado argumento da corrupção, fruto da martelação 24h por dia da operação lava jato, da criminalização do PT. Quando vão falar de algum problema que envolve outro partido eles só falam o nome do partido no máximo uma vez, e quase sempre refere se ao governo de forma genérica, assim, na crise hidrica de SP eles não falam governo de SP, mais apenas “o governo”, pois sabem que a maioria da população associa governo ao governo federal, dessa forma, recente pesquisa do datafolha, constatou que a maioria dos paulistanos acham que o problema da crise hidrica é de responsabilidade da presidente Dilma. Fico pensando na época do FHC o governo teve que socorrer a CEF e o BB, hoje estão entre os cinco bancos mais lucrativos do Brasil. Na época do FHC não se colocou um tijolo no Brasil, no entanto se vendeu as maiores empresas brasileiras, como Vale do Rio Doce, Telebras, parte da Petrobras, BB, etc. Esse dinheiro simplesmente desapareceu ou foi roubado, pois, como dito, não se colocou um tijolo no Brasil, a dívida pública explodiu e o Brasil se humilhou perante o FMI, e a corrupção é agora!!?? o que sinto mesmo no odio que essas pessoas demonstram é a transferência de suas frustrações para o governo. Na verdade tudo que eles conseguem de bom, que de certa forma é em razão dos acertos do governo eles creditam às suas meritocracias, ao contrário tudo de ruim que lhes acontece é em razão da corrupção do governo.
Celso pergunte em uma escola de ensino médio aqui em SP, se eles sabem a diferença entre Vereador, Prefeito,Deputados, Governador e Presidente, e qual é a função que cada um representa na nossa democracia,a resposta sempre vai ser que a culpa de tudo de ruim que acontece é do Presidente pode ser do partido a ou b.
Fernando-“José Roberto Guzzo” da VEJA que teve a conta HSBC/Suiça aberta em 27.04.90, foi acusado de receber propina de US 250.000,00 na mesma época(1989).“Mas o livro(Notícias do Planalto) tem seus méritos quando, por exemplo, revela atos de corrupção nas empresas de comunicação e supõe outros vários —o que tem sido pouco comum em livros sobre a imprensa. Conta que em 1989, o ex-diretor de Veja, José Roberto Guzzo, teria recebido dinheiro para publicar uma matéria exaltando o então ministro da Agricultura, Íris Resende.”
Esses coxinhas não fazem idéia do desprezo que a maioria dos americanos tem por essa escumalha da elite latino-americana que se instala em Miami. Seguido se ouve por aqui (moro nos EUA – no extremo oposto à Miami) que essa turma vem para Miami por que é o lugar mais perto dos EUA que eles conseguem chegar.
Só o fato de idolatrarem Miami é significativo da pobreza de espírito dessa gente, consequência de uma lavagem cerebral que gera o pedantismo intelectual.
São uns coitados. Pena não tenho por que tiveram chances na vida que a maioria não teve. Sinto é desprezo mesmo.
Lauri,
Muito inteligente o seu comentário.
Também moro nos EUA e só escuto comentários jacosos sobre essa invasão latina.
“Melhor limpar privada em Miami do que viver na merda no Brasil.” [manifestante com cartaz, em 15-03-2015]. Diagnóstico da doença, trata-se de um mequetrefe, sendo lá naquelas bandas mais conhecido como cucaracho, alguém muito vocacionado que vestiu bem a carapuça e disse a que veio.
Caro Tijolaço, vamos cair na real, a GLOBO saiu do armário e esta mostrando para o mundo que é ela quem e GOVERNA O BRASIL, que coloca e tira quem ela quiser. A GLOBO é um estado dentro do estado brasileiro. Foi curioso assistir o “ESPORTE ESPETACULAR” ser transformado em MANIFESTAÇÃO ESPETACULAR, tinha uma passeata que eles mostravam que tinha pouco mais de 200 pessoas ai a reporte colocava a emoção patriótica global da seguinte forma ” são mulheres, crianças adultos e empresários, todos com a principal reivindicação “O IMPEACHMENT DA PRESIDENTE DILMA”. Tijolaço, se isso não for desvio de finalidade de uma CONCESSÃO PÚBLICA DE TV estamos diante do GOVERNO MAIS CANALHA DA HISTÓRIA DO BRASIL, o que se omite e se deixa governar pela REPÚBLICA DE MIAMI. A GLOBO esta muito folgada nessa situação, imperativamente ela cria CRISES e PATROCINA o “ALZHEIMER COLETIVO DO PAÍS” Porque a GLOBO destrói o BRASIL a tantos anos e nada acontece com ela? Porque o GOVERNO se faz de FANTOCHE diante de uma rede de comunicação que é mais suja que privada de mercado? Porque? Que medo é esse? A Justiça do Brasil não tem uma só vontade de averiguar tal PODER consiste em uma famglia que desde 1961 endinheirou-se e segundo a FORBES detém nada mais que 29 bilhões, que mágica foi essa? Será dinheiro caído do céu das megas negociações? Será a divindade ala o FAMOSO JOÃO ALVES que ganhou tantas vezes na loteria. Porque o governo continua dando tanto dinheiro para essa rede? Que escravidão é essa?
Por mim eu não os mandaria para Miami,e sim para um lugar bem fundo.Porque esta gente não serve nem para esterco.
Que falta faz um Fidel, um Hugo Chaves ou um Mao Tse, para acabar com essa canalha coxinha global.
A Globo é o estado-maior do golpe. Os outros – Folha, Rádio Itatiaia, Veja, Band – vêm na rabeira. Os tucanos enquanto partido não existem mais, e só servem para oferecer os quadros que assumiriam o governo com o golpe. Dilma tem que acordar e mudar tudo. A começar pelos seus assessores. Vou dar aqui a minha visão do que ela deveria fazer:
1) montar um conselho político de guerra – estamos em guerra contra a direita, Dilma, não adianta querer esconder o que está nas ruas. E para este conselho tem que ter um time com autoridade moral, prestígio popular e pronto para a luta. Vou sugerir alguns nomes: Lula – que deveria coordenar este conselho; Ciro Gomes, Requião e Aldo Rebelo, para travar o combate direto com a mídia; um bom jurista; diplomatas Celso Amorim, Samuel Pinheiro e Marco Aurélio Garcia; além de representantes dos partidos aliados – PCdoB, PMDB, etc., da CUT, do MST, do MTST, da UNE;
2) montar um conselho de comunicação para derrotar a mídia golpista. Franklin Martins à frente deste conselho. Convoquem também: Luis Nassif, PHA, Luiz Carlos Azenha, Miguel do Rosário, Eduardo Guimarães, Paulo Nogueira, Maria Frô, Conceição Lemes, Renato Ravoi, Fernando Brito, Altomiro Borges, entre outros. Missão: cortar 100% das verbas publicitárias da mídia golpista e financiar um projeto de comunicação popular para gerar 2 milhões de empregos, através da combinação de TVs públicas, rádios comunitárias, jornais de interior, documentários, blogs e portais na Internet, etc. De imediato, como são muitos os programas a serem anunciados para o Brasil, serão convocadas redes de rádio e TV diariamente, durante 90 dias, para esclarecimentos, em horário nobre, claro;
3) convidar os movimentos sociais – sem terra, sem teto, centrais sindicais, sindicatos, entidades estudantis, etc., para a formulação imediata de uma proposta de governo: a) revogação imediata das medidas de ataque ao seguro desemprego e às pensões; b) baixar as taxas de juros para estimular o consumo e fortalecer o mercado interno; c) construção de 2 milhões de casas populares para quem recebe até dois salários mínimos, numa gestão realizada pelo próprio movimento sem-teto. Um apartamento que é vendido hoje por R$ 150 mil, pode baixar para R$ 30 mil; d) reforma agrária com assentamento sustentável para produção de alimentos orgânicos, sob a coordenação do MST; e) ampliação do Mais Médicos, mais investimentos na Saúde pública e na Educação; d) transporte coletivo gratuito para os desempregados, usuários do Bolsa Família, dos estudantes; entre outras medidas, incluindo o incentivo às micro e pequenas empresas.
Quem vai bancar tudo isso? Claro: quem tem dinheiro no país. É hora de taxar os ricos, para que eles deem a sua contribuição para o país, já que até agora só ganharam dinheiro, e mais nada. Além disso, combate sistemático à sonegação de impostos, a começar pela Globo, e pelas contas secretas do HSBC. E se faltar dinheiro, lançar mão de parte das reservas internacionais, num percentual pequeno (20%), que em nada enfraqueceria o país. A partir disso, a máquina da economia gira por si.
Junto com tudo isso, feito essa amarração política com esses diversos atores, Dilma deveria convocar a população para ocupar as ruas do Brasil num único dia, com telões por todas as cidades, quando este conselho político anunciaria os projetos e convidaria a população para participar ativamente dessas propostas e não aceitar o golpismo da direita e de sua mídia. Se milhões de pessoas de baixa renda ocuparem as ruas de Norte a Sul do país, nenhum louco vai falar em golpe mais. Se insistirem, é a lei que prevê penas contra quem atenta contra a democracia e a vontade soberana do povo brasileiro.
Para encarar essa direita assanhada é preciso algo mais ou menos assim. Mostrar força. Nas ruas, na formulação de políticas públicas e no uso dos instrumentos de poder que foram dados pela maioria do povo brasileiro à presidenta da República.
Concordo plenamente. A UDN, acreditem, era mais forte. Imprensa e partido eram uma coisa só. E hoje, separados, vivem a troca de amores velados, sem poder declarar publicamente que vivem em simbiose. A Globo insulflou os movimentos de ontem. Mas sem os Revoltados, os MBL e tantas outras calamidades virtuais, o 15 de março não seria nada. Nós, que defendemos o governo Dilma, temos obrigação de bombate-los no mesmo campo. Montarmos nós, o nosso movimento virtual, convocarmos as nossas manifestações e combatermos sistemanticamente e embasados com muitos argumentos aspirações golpistas virtuais. Sem eles, nem PIG nem Nova UDN tem campo para ampliar sua abrangência nas redes sociais.
Para esse “manifestante” da placa, um bom trabalho. Aproveita e mata a fome!!!!
No Brasil que estamos construindo comemos e MUITO BEM!!!
Aproveita e devolve o Passaporte brasileiro…
…Boçal a menos em nosso Brasil!!!
um detalhe me chamou a atenção ontem, citado no twitter por @fvanzo: o twitter da PM paulista informou que as linhas de trem e metro estavam com mais composições que o normal, ou seja, para levar os manifestantes tem mais trens disponíveis que para os trabalhadores no dia a dia, isso sem falar no fato de terem liberado as catracas em alguns momentos do dia. acho um bom assunto a ser explorado. cadê o MP paulista (ironia, claro)?
Bah! Mas que nojo, essas pessoas tem que tomwr…….uma dose de pinho.sol por dia que fedorentos.
Que tem coxinha que comeria bosta de americano, a gente sabe que tem mesmo!
Eles pensam que são super bem vindos nos EUA, quando turistas né, pois muitos não sabem que garçons e motoristas os tratam pelas costas como macaquitos, chicanos e cucarachas!
Isso deve ser porque a merda anglo-saxônica é cheirosaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa..kkkkkkk
Fernando, desconfio que a doença do “complexo de vira-lata” infectou o governo todo.
Eu só queria saber por que é que essa gente não está impando privada em Miami, em vez de viver no Brasil. Me explica, Fernando.
O regime político que essa gente adora é a escravidão, nem mais, nem menos.
Que estes FDP daqui,vá para Miami e fique com os FDP de lá,e não voltem +,o Brasil não precisa de reaças coxinhas paneleiros idiotas.
O autor do texto se sente aliviado por não ter ocorrido atos de violência. Sinto em dizer, mas é uma questão de tempo. O sangue da periferia vai jorrar no primeiro passo que derem em direção ao conflito direto. A gente cheirosa precisa de um mote pra aclamar a turba que quiser enfrentar as instituições de forma deliberada. E o mote será a criminalidade. Sabemos a boca pequena que o PCC mandou muita gente pras manifestações. Além do que, basta um estalo de dedo pros caras soltarem a garotada na rua pra botar terror. As instituições ligadas ao Estado têm inserção suficiente pra isto. A garotada do tráfico vai cair feito patinho na esparrela, ser imolada em nome da ordem, dar o mote pra uma caça às bruxas, no momento certo. E isto sob o aplauso deste povo que foi pra rua. Vão tornar o terror arquitetado em luta de classe, como se os eleitores de Dilma é que estivessem dando o troco. A hipocrisia vai reinar solta e, mesmo com todos sabendo quem são os reais mandantes, esta gente alienada vai querer acreditar no que disserem. Alckmin já mandou pra Câmara Federal uma lei que agrava as “agressões a policiais” e outra que aumenta a pena para menores. Acho que estão preparando o terreno e o crime organizado será o grande coringa a dar o pontapé inicial para o tão desejado golpe.
Quem mandou falar em regulamentação da mídia?