O cidadão à direita na foto é meu avô, José Nogueira de Oliveira Sobrinho.
A foto é de 1929. Ele, de 1910.
Achada nos guardados de minha mãe, depois de sua morte, provocou uma cena interessante.
Meu filho de dez anos, nascido quase duas décadas depois de sua morte, chorou diante da descoberta de que “ele era pobre”.
E era, mesmo, pintor de paredes, como se vê nas roupas velhas, pintalgadas, e no chapéu improvisado com que evitava – nem todos – os pingos de tinta nos cabelos.
Mas era algo que o orgulhava, muito mais do que pudesse lhe envergonhar a pobreza.
Tanto que a foto, no verso, com a grafia trêmula dos mal-letrados, era dedicada a sua “queridinha Innocência, como prova de sincera amizade”, que viraria casamento no ano seguinte.
Minha faxineira, que estava comigo quando revirei as caixas e achei a foto, trouxe da filha – jovem adulta e já mãe – reação semelhante à do Pedrinho.
“Fernando, minha filha não acreditou que alguém mandasse uma foto para a namorada assim, vestido de farrapo e mostrando que era pintor de parede.”
É, uma foto mostrando que era pobre.
Ou, quem sabe, para a jovem moça do interior, mostrando que era trabalhador?
Os anos seguintes mostrariam o que ele – e ela, que se tornaria também trabalhadora – podiam alcançar com isso.
A chegada ao Rio, de segunda classe de trem, sem uma muda de roupa, porque na viagem roubaram seus poucos baús de papelão.
Com a ajuda do Sebastião, o Compadre, ao seu lado aí na foto, conseguiu se instalar na “capital”.
A casa de cômodos terrível, em Botafogo, depois uma melhorzinha, na Penha e, afinal, o conjunto do Iapi, moradia decente e boa.
A pobreza, agora convertida em vida modesta, nunca lhe foi uma vergonha, com apenas uma reserva pequena de mágoa pelo apelido de “Zé Galinha”, ainda quando vivia no interior e andava com as ditas cujas penduradas pelos pés numa vara, a vender pelo vilarejo de Conservatória.
Ao contrário: o trem da madrugada, as pilhas de costura feitas a pedal na velha Singer – que depois ganhou um motorzinho, que maravilha- por minha avó para a Casa Boneca, loja boa da Rua Voluntários da Pátria, o aprendizado dele, a melhorar a arte, sabendo fazer decapê, ouro velho, asa de barata e tantas pequenas artes da pintura, tudo isso nos era contado com orgulho e, no final, com saudades.
Nada, porém, se comparava à felicidade de ter formado a filha professora.
Na mesa de domingo, esticada com tábuas e parentes, o elogio que se fazia a alguém cujo nome vinha à conversa, era “ah, conheço, é trabalhador”.
Não era “é esperto”, “é safo”, “tá bem de vida”, “tá podendo”.
A pobreza passada e a modéstia então presente nunca foram um problema, como também não viam o pouco (para eles, grande) progresso como virtude individual excepcional.
Havia milhares de outros assim, nas travessas que se espalhavam pelo Iapi, estreitas de só passar um carro, contrastando com as ruas principais do conjunto, largas e ajardinadas , hoje devoradas pelos “puxados”.
O trabalho e a educação eram valores presentes ali, com cada geração indo melhor em ambos mas, nem por isso, desprezando os que lhe foram degraus.
Não, a vida não era perfeita e sempre tinha alguém no descaminho.
Mas a regra era outra e até o “tio” oficial do Exército havia sido menino cavalariço, a quem a farda permitiu estudar.
Nos víamos, orgulhosamente, como uma continuidade, o desdobrar de um processo de progresso que era coletivo desde a família até a rua, o bairro, a cidade, o país.
Um caminho em que o esforço não era sacrifício.
Onde o trabalho, mesmo modesto, não era uma danação.
Onde aprender – tudo, na escola, nos livros, no jeito de empunhar o martelo pela ponta do cabo ou consertar os “fios de ferro” feitos de pano e viviam arrebentando – não era inútil, nunca.
Duas gerações, desde aquela foto, chegaram à universidade e ao trabalho intelectual.
Somos os netos do trabalho e da educação.
Mas estas modestas virtudes, por obra dos donos do mundo, foram deixadas para trás.
Viramos “consumidores”, em lugar de cidadãos.
Meu pobre avô, com suas roupas respingadas de tinta e o salário mínimo, não pode ser visto com um homem feliz.
Mas era, e eu sou feliz e grato por ele.
73 respostas
Parabéns pela familia do passado, do presente e também a do futuro.Muito bacana .
Fernando, poderia assinar embaixo do seu texto como sendo a minha estória de vida, apenas trocando-se os personagens. No lugar de um pintor entraria uma trabalhadora rural nascida em 1901 em Palmeira dos Indios-AL, convertida em lavadeira na cidade grande para ganhar a vida honestamente. Como se ve temos muito em comum. Abracos!!!
Viva o povo trabalhador!
Eu também sou filho do IAPI, só que da Penha. Entendo perfeitamente o que você sente.
Prezado Fernando, que bom seria se o mundo tivesse mais “Zé Galinhas”.
Seu testemunho saudoso de um Brasil que desapareceu (natural com todo o avanço científico e tecnológico da humanidade)não conflita com aquilo que muitos de nós ainda guardamos do humanismo que nos formou. O homem será sempre paradoxal, a tal ponto que um governador como o truculento Beto Rixa (com X mesmo), capaz de mandar policiais em cima de professoras, diz que prefere policiais sem formação escolar completa, pois, caso contrário se fossem instruídos poderiam se rebelar. Isso dentro da nossa “pátria educadora”. A foto é emblemática e mostra um país que poderia ser bem melhor se, de fato, nos pautássemos pelo trabalho digno e pela educação.
Saudações.
Agora, ao vivo, grande manifestação no Anhagabaú, com a presença de Lula
http://cut.org.br/agenda/1demaiopopular-1-de-maio-de-luta-54b6/
Abraços aos trabalhadores do mundo
* * * * Feliz Dia do Trabalhador para todos os trabalhadores e para todas as trabalhadoras desse imenso BraSil ! ! ! !
Ouvindo As Vozes do Bra*S*il e postando: * 1 * 2 * 13 * 4 *************
Um poema (acróstico) para Dilma Rousseff, a depenadora de tucanus :
.
D ilma, coração valente,
I magem de todo o bem em que se sente
L ivre o amor maior pela brasileira gente
M uito humana e inteligente
A PresidentA do nosso Lula 2018 de novo Presidente
:
D uas vezes contra o espectro atro
I nscreveu já seu nome na história
L utando contra mídia venal & Cia e seu teatro
M ulher forte de mais uma vitória
A deixar tucanus na ó-posição de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! DE QUATRO ! ! ! !
* * * * Ley de Medios Já ! ! ! !
IAPI IAPETEC antigas denominações para o hoje INSS que também já foi INPS
– Amanhã eu vou lá no “Ínpis”!
Fernando, com esse texto e a foto – maravilhosa – vc matou a cobra e mostrou a cobra morta e o pau mortal. Parabéns, companheiro!
Fernando, a melhor homenagem de hoje aos Trabalhadores do Brasil!
Texto emocionante. Meus avós são nasceram no Maranhão em 1910, 1911. Também trabalharam duro. Raríssimas fotos, porque retratista não existia na região, nem mesmo quando vieram para o norte de Goiás, em busca de água.
Não sei o que vc faz melhor, Fernando, se qdo escreve sobre política ou nos brinda com textos de histórias de vida como este.
Hoje completo 46 anos, e enquanto lia sua história foi impossível não viajar no tempo até minha infância. Infância difícil, mas muito feliz e honrada por um pai pedreiro e trabalhador.
Meu pai se foi muito cedo (aos 39 anos), mas me deixou um legado inesquecível.
Grande abraço e feliz dia do trabalhador a todos os leitores do blog.
Zezé, feliz aniversário! Muita saúde, muita paz e muitas felicidades! Feliz Dia do Trabalhador para você também!
Grata, Leonel e Victor, é muita gentileza de vcs.
Beijão e um ótimo sábado!
Parabéns Zezé!
Parabéns, Fernando Brito! Sensibilidade à flor da pele. Não tenho o dom de escrever com essas cores tão poéticas uma história tão sofrida quanto a de seus avós, assim como a dos meus e a de tantos outros brasileiros. Lembro-me perfeitamente da história de minha avó materna, viúva aos 28 anos, com cinco filhos para criar, e ela conseguiu, a despeito de todas as adversidades. Era uma fortaleza e dela herdamos muito, principalmente esse pendor para sermos dignos e nunca nos dobrarmos perante as injustiças desse mundo.
Tb sou filha do IAPI de Porto Alegre.Minha avó era analfabeta,inteligentíssima e de bem com a Vida.Era lustradeira de móveis da Gerdau,filiada ao velho PTB.
Muito colei propaganda política nos postes à noite,eu tinha uns 10 anos, e voltava prá casa cheia de cola…
Bela homenagem neste dia do trabalho e do trabalhador.
Acabei de assistir as falas dos representantes sindicais e do Lula neste 1o de maio – a luta do trabalhador é contínua, eterna, mesmo que pareça que ele virou só “consumidor”.
Texto inspirador, Brito! Fiquei arrepiada, conforme lia. Poético!Eu adorei a foto, por incrível que pareça. O que vi nela, em primeiro lugar, não foram as roupas; foram os semblantes. Semblantes de homens com paz de espírito.
Feliz Dia do Trabalho – ou Trabalhador – para todos.Obrigada por sua valiosa contribuição nestes tempos em que vivemos, Brito.
Fernando, acabei de ter um comentário bloqueado como Spam. O que houve?
Muito orgulho em ler os textos publicados neste Tijolaço, por Fernando Brito.
Em meio a tantos desvios, é saudável olhar de frente as coisas simples que dão sustentação à vida; coisas simples como o trabalho.
Muitas são as famílias brasileiras que se identificam nesse texto primoroso, em que a geração seguinte foi além da anterior.
Viva o Povo Brasileiro!
Parabéns pelos avós, pais, filhos e pelo seu excelente trabalho que você exerce nesse blog.
Carlo
Brito, este tipo afirmação falta para muitos brasileiros, que não enxergam no trabalhador, por mais simples que seja, a importância do seu esforço e trabalho para o todo. Não valorizamos garis, professores, atendentes, telefonistas, pedreiros, e claro, pintores.
LM
Sua história de vida é, também, a nossa, Fernando!
Meu pai, hoje ainda vivo, nascido em 1925, filho de imigrantes, trabalhou a vida toda na roça. Honesto, trabalhador, sábio. Estudou pouco, mas aprendeu a ler o mundo. Tornou-se um ávido leitor, autodidata.
Ensinou aos filhos – e aos netos – o valor da Palavra. Assim mesmo, com letra maiúscula, pois, segundo ele, devemos honrar nossa palavra. Devemos ser honestos e jamais tentarmos crescer às custas do mal feito e em detrimento dos outros (especialmente os mais humildes).
Meu pai, assim como minha mãe (empregada doméstica, depois técnica em enfermagem), ensinou aos filhos e netos a serem pessoas de bem. O resultado disso eu percebo hoje, com meu filho: um rapaz de 19 anos, educado, honesto, trabalhador e preocupado com as causas sociais.
Viva nossos pais e avós, que nos ensinaram a sermos seres humanos de bem.
Viva o Dia dos Trabalhadores!
Vamos à luta, sempre!
Abraços a todos
Fernando, sou carioca como você, filha de pais mineiros e como todos que leram esse texto, creio, há uma grande semelhança entre nossas trajetórias e ascendências. Talvez por isso mesmo hoje lutemos pelas classes menos favorecidas e por mais justiça em nosso país.
E que bom que tenhamos tido esse lastro !
Lágrimas nos olhos aqui, Fernando… Como é importantes sermos gratos e reconhecer as nossas origens. Baita lição!
Parabéns, pelo orgulho do avô, que simboliza milhões de brasileiros que vivem do seu trabalho e dele têm orgulho.
Eu não poderia ter lido homenagem mais bela ao trabalhador como este texto. Me comovi muito. Eu e milhões de brasileiros com uma História semelhante, um passado semelhante. Tenho 42 anos, teu avô trilhou um caminho muito semelhante ao de meu pai e tantos outros brasileiros. Perdi minha mãe não faz muito tempo. Era uma pessoa difícil, mas, me lembro bem da alegria de ter um pedal elétrico de costura, pra quem passava a vida em torno de sacos de retalho, arrumando roupa dos outros e reformando as nossas. São esta coisas que nos preenchem o passado com a paz dos que tentaram viver melhor. São estas coisas que nos passam despercebidas diante dos erros cometidos e que hoje, inexistem aos que se entregam à fanfarronagem do banditismo declarado, convertido em valor cultivável. Podem humilhar os trabalhadores, depreciar o trabalho como fonte de vida e dignidade… mas nenhum dos que o fazem terão o sentimento que você Fernando Brito, tão bem despertou em mim com tuas palavras. Me sinto em paz. Obrigado.
Fernando,
Comovente o seu relato. Mostrou ser uma pessoa muito sensível nos valores humanos. Continue sempre assim.
VIDA LONGA AO PRESIDENTE………..LLLUUUlLLLAAA
Caro Fernando
Também sou filho do trabalho: perdi meu pai aos 7 anos, e plantávamos café em São João da Boa Vista. Todos trabalhavam, quem não podia plantar e cuidar do café – como eu e meu irmão – limpava as ruas do cafezal.
Uma geada em 1974 (uma frente glacial, a temperatura abaixou para 10 graus abaixo de zero na serra) queimou 70% dos pés de café, vendemos a propriedade e fomos para o ABC paulista (meu pai faleceu logo depois).
Sempre crescemos ouvindo a importância e o valor do trabalho e do estudo, conseguimos nos formar (meu irmão e eu) engenheiros (uma alegria que não podemos dar ao nosso pai); e notamos, tristes, que o que importa hoje (neste mundo neoliberal, egoísta, mesquinho, pobre e pequeno) é se dar bem, não importa como
Fernando Brito, você se supera a cada semana. Seu texto é brilhante, comovente.
Adorei o retrato, a história e o orgulho de sua raiz. Não pode haver melhor visão de vida do que esta. Lembro que outro dia pensava que na minha infância não conheci gente rica, apenas gente bem de vida, quando muito. Meu pai era professor universitário,isso por conta de sua formação em um seminário no Nordeste, filho de lavrador português e de mãe índia analfabeta. Minha mãe era filha de um pequeno comerciante e sua mãe foi criada na casa grande, já que era filha de negra com branco. Também nunca frequentei casa de milionário e também não sinto a menor falta disso.A vida da gente é muito rica, as coisas materiais vão e vem, mas nossa resistência a frustrações é enorme.O dia do trabalho ainda tem um grande significado para mim.Sem ele não seria o que sou.
Emocionante, Fernando Brito! História semelhante a centenas de milhares de outras, de brasileiros comuns, grandes exemplos de vida em seu anonimato heróico. É por causa deles que nunca devemos desistir de um Brasil menos desigual, embora as dificuldades e decepções do caminho.
Digno Fernando. Parabéns pelo texto. Emocionante.
Por isto e todos os casos semelhantes, os nossos pequenos burgueses deviam olhar seus antecedentes familiares e agradecer a capacidade e a luta deles. E reconhecer que, por muitos motivos, outros não tiveram a mesma sorte. Mas, apoiar aqueles que, julgam ser merecedores da HERANÇA MONETARIA NACIONAL OU MUNDIAL, não passam de enormes egoistas e , muitas vezes (em geral, até), salafrarios e ladrões descarados. Este teu artigo me emocionou muito. Eu sou filho de comerciante muito pequeno, do RS, que deixou para minha mãe, ao falecer, nenhuma herança, mas o barzinho que trabalhavam.Eu cursei engenharia, mas não enriquei.E, se ainda receber uma bonificação pela anistia politica, quero investir em fazer algo pelos meus e por o s que me cercam. Obrigado por um texto tão bonito e cheio de respeito pelo povo que trabalha.
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Ouvindo As Vozes do Bra*S*il e postando:
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Um poema (acróstico) para Dilma Rousseff, a depenadora de tucanus :
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D ilma, coração valente,
I magem de todo o bem em que se sente
L ivre o amor maior pela brasileira gente
M uito humana e inteligente
A PresidentA do nosso Lula 2018 de novo Presidente
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D uas vezes contra o espectro atro
I nscreveu já seu nome na história
L utando contra mídia venal & Cia e seu teatro
M ulher forte de mais uma vitória
A deixar tucanus na ó-posição de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! DE QUATRO ! ! ! !
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Lula 2018 ! ! ! ! Ley de Medios Já ! ! ! !
Não me canso de indicar o “Tijolaço”…Que textos…que aulas….
Sem comentários… resumiu “viramos consumidores….”
Impecável, como sempre, Fernando.
Muito muito muito obrigado mesmo pelo texto, Fernando.
Depois de ler as besteiras e ofensas proferidas pelos sacripantas e desonestos Cunha, Paulinho e Aécio nos noticiários de hoje, é um verdadeiro bálsamo saborear esse seu escrito.
Parabéns, de coração.
Parabéns pelo texto, me vi na sua história, filha de lavadeira e hoje formada, com muita lurta e muito esforço, você me fez lembrar da minha infância pobre mas muito feliz. Obrigada.
Brito, seu avô é de Conservatória!?
Meio do caminho entre Barra do Piraí e Valença?
Meu avô materno, nascido em 1989, descendente de ÍNDIO, trabalhou como mestre-linha na antiga Rede Ferroviária Federal em Barra do Piraí, e me lembro muito bem de sua eterna busca pelos jornais (principalmente “O Dia” que era mais barato) esperando algum aumento de sua aposentadoria, … o que nunca ocorria como anunciado.
Meu avô paterno, também trabalhou na Rede mas morreu antes da minha chegada.
Meu pai, alfaiate, estudou até a segunda série primária e conseguiu formar os quatro filhos, e isso com muita ajuda da minha mãe, dona de casa, que nos dava todo apoio “logístico” nos estudos.
Esses são os nossos heróis…
Muito massa..
Fernando, tanto a foto quanto o texto são maravilhosos.
Parabéns.Obrigado, por compartilhar conosco, esta belíssima
HISTÓRIA. Bravo!!!!!!!!
Pois eh meu caro, parece que temos uma trajetoria similar. Meu avo era pedreiro, nascido e criado no interior da Bahia, trabalhou e muito até morrer. Era respeitado na pequena cidade onde vivia por ser homem trabalhador, honesto e muito preocupado com a qualidade de seu trabalho. Era analfabeto, mas fazia calculos complexos de estrutura e geometria. Ele sempre me dizia que tinha construido muitas casas naquela cidade e que nenhuma jamais tinha dado qualquer problema. Esse era o seu legado e seu orgulho. Era contagiante a sua presença e o modo como resolvia os problemas de matematica e fisica que sua profissao lhe proporcionava. Sua influencia foi decisiva para mim, pois trabalhando como ajudante de pedreiro com ele me interessei por fisica e matematica. Sempre estudei em escola publica, fiz escola tecnica federal na Bahia, trabalhei na industria metalurgica por um tempo e depois entrei pra faculdade de Fisica na UFBa. Em seguida mestrado e doutorado, sempre em escola publica e com bolsa publica. Hoje sou um dos fisicos brasileiros que trabalha no CERN em Genebra, desenvolvendo pesquisa avancada em fisica de particulas. Sempre digo aos meus amigos que aprendi o valor do trabalho e a resolver problemas com meu avo, trabalhador, pedreiro e analfabeto. Belissimo post. Escrevo emocionado. Um grande abraço.
MIL Cara, MIL!
Texto emocionante.
Historia semelhante a de muitos brasileiros.
Inclusive semelhante a minha. Meu pai , ele de 1920, nao chegava respingado de tinta, mas respingado de lama por trabalhar diurtunamente na lavoura com plantio de arroz.
Nao veio para a capital. Se manteve no interior do Estado do Rio, Laje do Muriae.
Muito obrigado, Fernando.
Muito me confortou hoje minha alma e corpo tristes pelo falecimento ,ha sete dias, de minha querida mae aos 85 anos de idade.
Seu artigo foi como uma homenagem a ela.
Parabéns. É assim que se faz. Sem BOLSA VAGABUNDOS, SEM CRÉDITO FÁCIL COM CALOTE NO TESOURO, SEM PEDALADAS PARA ENCOBRIR A FRAUDE, tudo fruto do Trabalho.
O único lugar no qual Sucesso vem antes de Trabalho e no Dicionário.
Sua família só conseguiu ascensão social porque trabalhou e se esforçou, se dependesse do PTismo Bolivariano da Dilma e do Barba (nome pelo qual lula era conhecido como X-9 da Polícia Federal em em 1978) vc hoje seria um feliz beneficiário do Bolsa Família e estaria dentro da cRasse Média do Barba e votando de Cabresto nos petralhas.
Dilter
“A Igualdade é antinatural e anti-histórica.” A simples existência da Evolução darwinista destrói o Socialismo. Mesmo sem saber ou querer Darwin “Matou” Marx.
Tu não entendeu o texto. O seu preconceito o cegou. Parabéns pelo nível de estupidez.
Olha como os nordestinos pobres “faziam feira” antes do Bolsa Vagabundo, seu babaca manipulado pela rede globo. Eram SETE Haiti aqui dentro. Felizmente que Lula e o PT acabaram com essa vergonha.
http://tataguassu.blogspot.com.br/2014/05/invasao-e-saque-em-boqueirao-1987.html
Cala boca seu lixo,procura a origem da sua família que não deve ser boa,pois colocou no mundo um ser desprezível e pobre de espírito, tenho pena de você.
Mto bom… Depois de ouvir um Lula, emocionante; nada melhor q fechar a pesquisa diária do noticiário, com toda essa dignidade exposta por vc, meu caríssimo Fernando Brito. Fiquei com os olhos querendo lagrimejar, até…
Veja, hj, dia do Trabalhador, estamos, ao ouvir esses depoimentos, concluindo q percorremos o caminho correto de um futuro significativo; e bastante.
Poxa, Fernando, nós estamos seguindo os ensinamentos do Senhor, despidos de orgulhos, e plenos na doação. Perseguimos a coerência da dignidade humana; sabedores q somos, da igualdade dos homens e mulheres, donos dos mesmos valores como pessoas. Percebemos, inclusive, ainda, como dádiva de nossos antepassados, q a construção de um bem-estar social advém desse respeito, moral.
Sabemos q mtos estão perdidos, desperdiçando o Dom da Liberdade, ignorando a contrapartida da Responsabilidade, iludidos pelas facilidades e benesses de uma felicidade obscura, prometida. Qdo acordarem dessa noite mal dormida, atormentada pelos ódios da incompreensão, não faz mal: estarão abraçados ao q lhes sobraram de individualismo.
Abraço, fraterno
Parabéns a você, Fernando. A maioria dos brasileiros é composta de filhos do trabalho honesto. Mesmo aqueles que hoje bradam pelo capital, esquecem as origens e seus semelhantes.
FORA DE Pauta:
Sugestão simples e moderna para se contrapor a panelaço coxinha:
Não grite para se contrapor:
AUMENTE O VOLUME DA TV AO MAXIMO E DEIXE A DILMA ABAFAR AS PANELAS.
E facil, não exige esforço e, já que o negócio é fazer barulho, ninguem pode reclamar.
Belíssimo texto, Fernando Brito; fico feliz que ainda existem no Brasil Jornalistas (com “J” maiúsculo) que honram sua formação e profissão, nos brindando com testemunhos como essa história do seu avô; são textos assim que mantêm acesa nossa esperança de um Brasil melhor, que vai surgindo aos poucos… Também gostei de ver a grande maioria das respostas, também com testemunhos emocionados sobre pais, avos, que fizeram diferença na humildade e no esforço. Bem diferente dos textos odientos e rancorosos dos “repórteres-mercenários” tipo reinaldo azevedo e diogo mainardi (tudo com minúscula mesmo), e seus seguidores igualmente doentios, que só escrevem odes ao ódio e à estupidez. Essa diferença ficou ainda mais patente depois que eu tive o desgosto de ler um post infestado de lugares comuns abjetos, mentiras infames e mesquinharia por todos os lados, feito por um “coxinha” infiltrado, que pelo visto entrou no blog errado.
O povo progredindo individual e coletivamente, ai veio uma ditadura ianque e simplesmente destrói o processo. Nós, os cacos vivemos hoje para achar a cola e nos recompor lutando pela cidadania aos jovens de hoje, que não sabem direito o que é a vida além das aparências.
Foto maravilhosa, texto maravilhoso. Como tantos que aqui fizeram seu relato, parecido com o seu, também tive avô nascido em 1910, pedreiro, encanador, engenheiro sem diploma, artesão, auto-didata, músico, gênio. Em troca do trabalho como pedreiro em escolas boas de SP, conseguiu fazer estudar alguns filhos. Gratidão aos meus avós lutadores. A vc Fernando, obrigada por compartilhar mais essa linda memória familiar.
Belíssimo texto e história Fernando.
Belíssimos relatos nos comentários, exceto um.
Não acreditei quando da 4 para a 5 série, do primário, meu pai e mãe me falaram que eu tinha que parar de estudar e começar a trabalhar.
Fiquei atordoado e argumentei que apagaria os cadernos do ano anterior e que gastaria os lápis e borracha até o fim para não gastar nada e não dar mais despesas. A situação beirava a fome, em todos os dias.
No dia seguinte, enquanto meu pai costurava na sua PFAFF, bem melhor que as Singers, sem motorzinho, mostrei-lhe meus cadernos surrados pela borracha e limpos para eu ir para o 5 ano primário.
Meu pai não disse nada, nem olhou direito, tamanha consternação.
Era a época de chumbo do milagre brasileiro. Sempre me esbaldo em rir sobre isso. Milagre Brasileiro.
E quantos filhos de brasileiros de pais trabalhadores e honestos, sobretudo, ficaram pelo caminho?
Cá estamos caríssimo Fernando, você jornalista eu engenheiro e economista lutando uma torpe luta para que muitos brasileiros, que passam por isso, não fiquem novamente pelo caminho.
Não podemos “TERCEIRIZAR” nossos sonhos e muito menos NOSSA LUTA!
AVE FERNANDO.
Caro Fernando,
Encantada com seu texto, fotografia e história! Gostaria de obter sua permissão para publicá-lo no meu site http://www.fotografiaecultura.com
Não consegui mandar mensagem pela página “Fale Conosco”, do Tijolaço, que se encontra inativa. Como me comunicar com vc? Meu email está listado acima e eu estou no Facebook.
Aguardo e agradeço desde já!
Abçs,
Neyde Lantyer
Sem trabalho digno e educaçao so existira futuro pra elite, e com esta nossa elite, que segundo o Mino Carta e a pior do mundo.So a consciencia politica e a luta por justiça social salva a democracia brasileira.
Quando essa foto foi tirada, eles nem imaginavam que um dia,iriam aparecer, dessa forma o….simples e eterno.
Fernando, Parabéns. Eu me reconheço neste belíssimo texto. Pedi a meu filho para lê-lo para a família.
Voces já perceberam, amigos, que todas às vezes que tem movimento dos trabalhadores e que Lula e Dilma serão o centro das atenções o PIG arranjar um jeito de tentar minar, frustrar, principalmente a GLOBO com seu lixo nocivo a revista ÉPOCA e também o outro ‘lixo de maré baixa’ a VEJA, com matéria tentando atingir o nosso Presidente Lula, um dos grandes líder do Mundo. De vez enquanto o Judiciário dá uma força também ao PIG com prisões ‘cinematográficas’. Só o povo não é bobo e por isso grita: ABAIXO A REDE GLOBO!
Ah, quando a presidenta Dilma não usar a rede nacional de TV e Rádio no 1º de maio foi uma sacada extraordinária. Deu uma paulada na TV e nos coxinhas e ainda privilegiou as redes sociais. Foi um recado a Globo daqueles: “Voces têm TV, mas já não são soberanos”. Continuam perdendo audiência e o povo escolhe agora o que quer ver na Internet. Entenderam, Globo e PIG.
Minha mãe, costureira, hoje com 83 anos de idade (pensionista do INSS, ainda costura muito na velha singer), e meu pai, já falecido, trabalhador assalariado, formaram o filho rebelde, um advogado. A minha homenagem à origem trabalhadora deles, é continuar sabendo que lado do rio eu pertenço, apesar de conviver com uma categoria cada vez mais reacionária e mais aburguesada. O seu texto me fez relembrar a luta deles para me formar. E me vem lágrimas aos olhos, lembrando que meu irmão mais velho teve que levar meu pai, e que já não conseguia mais falar e sem mobilidade nas pernas e braços, sofrendo imensas dores pelo corpo todo, à agência do INSS de uma cidade vizinha, mais de 110 kms de distância, isso em 1994, para realizar uma perícia médica visando obter a aposentadoria por invalidez. Lembro que ele chegou já ao final da tarde, completamente exausto da viagem, mas feliz porque ia deixar um ‘aposento” pra minha mãe quando falecesse. O que ocorreu cerca de 1 ou 2 meses depois. Não tenho como cruzar o rio e deixar os companheiros trabalhadores para trás. A minha origem não permite. O seu texto belo e sensível é uma canção que acalenta nossos sonhos. Obrigado, Fernando Brito.
Dedico esse texto ao meu pai.
Fernando Brito, Fernando Brito…
Um brasileiro sangue bom e gente fina. A sua humanidade emociona a gente.
Voce tem de sobra aquilo que falta na maioria.
Obrigado por compartilhar com a gente a sua história, a sua origem.
Voce é um cidadao do mundo que vale a pena!!
……
“Ah, se todos fossem iguais à voce
“Que maravilha seria….”
Abraço e muita paz..!!!
Além de Jornalista com “J” maiúsculo, vê-se que és também um ser humano da mais alta estirpe caro Fernando Brito. Não me contive ao ler esse singelo relato e lágrimas saíram de meus olhos, pois lembrei de meu avô materno, lavrador no interior do Piauí, homem honrado e digno.
Fernando Brito, emocionante que familia admiravel na acepcao da palavra, que vida linda.Que homenagem e gratidao sincera, gratidao diz tudo, pois quem nao tem nao tem qualidade alguma e um prazer ouvir autenticidade, com este mar de mentiras, conspiracao e mau caratismo na sociedade e politica. Felicidade, paz e saude!
Muito lindo! E eu me lembro da Casa da Boneca! Já completei setentinha e fui criada na Voluntários da Pátria.
Corrigindo: chamava-se Hospital das Bonecas, e ficava entre a rua Paulo Barreto e a Dezenove de Fevereiro.
Faz bem para alma brasieira a história de sua digna e honrada família. Congratulações
Enche os olhos de lágrimas esse relato. Hj temos um mundo de apologia à selvageria, apologia ao egoísmo. Ser pobre é vergonhoso. Espero que possamos aprender com o mal e resgatar nossas virtudes.