Não posso deixar que o dia termine sem registrar que hoje, 12 de julho, completam-se 76 anos desde que imenso painel Guernica, pintado por Pablo Picasso em 1937, foi exposto pela primeira vez.
Ele, como se sabe, retrata a destruição da pequena vila homônima, de cinco mil habitantes, em abril daquele ano, pelos Junkers da Legião Condor, esquadrilha que Hitler designou para apoiar a ação dos fascistas espanhóis, sob o comando de Francisco Franco, que desejavam derrubar – e derrubaram – o governo socialista eleito do país e a própria República.
Na primeira exibição do quadro, na Exposição Internacional de Paris – ainda não começara a 2a. Guerra – um visitante, oficial alemão, teria perguntado a Picesso se era ele o autor daquela obra monumental. E Picasso respondeu-lhe: “não, foi você quem a fez!”
A intolerância, o fanatismo, a brutalidade, a incapacidade de discutir – quando há espaço para discussão – e o delírio das “razões absolutas”.
Insurgir-se contra a tirania não apenas é um direito, mas um dever.
Insurgir-se contra a vontade popular, expressa em votos livres, é uma arrogância autoritária.
Se uma revolução se legitima, ela se legitima apenas pela vontade da população.
Mas quando é um golpe, quem a legitima é o poder econômico e sua expressão na mídia e na política.
Guernica era um pequeno vilarejo, mas segue sendo uma grande lição.
A de como é possível aos serem humanos tornarem-se maus, covardes, indignos da palavra civilização.
Uma resposta
DE PICASSO PARA DRUMMOND (com sugestão de Fernando Brito) – Guernica não é só / Um quadro na parede / E a sua lembrança / Dói até hoje. (Recife, PE)
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