Janio e os tubarões lobistas que miram o pré-sal

tuba

Janio de Freitas, cuja otimista ironia é uma das marcas saborosas de seu texto, diz que o depoimento do Ministro José Eduardo Cardozo bem que poderia, amanhã, em seu depoimento na CPI, colocar um pouco de petróleo nas lavagens cerebrais que se desenvolvem no país com os efeitos da Operação Lava Jato.

Com a teimosa obstinação dos que esperam que bananeiras deem goiabas, ele argumenta que Cardozo bem que poderia dizer algo sobre o lobby poderoso que vem se servindo do processo sistemático de desgaste da Petrobras perante a população para que se entregue o pré-sal brasileiro.

Suspeito que isso, na fala de Cardozo, ficará absolutamente ausente.

Como ficará quieto sobre as inúmeras vacilações ou mesmo traição explícita de setores de governo que admitem que se possa retirar do controle brasileiro e das mãos de nossa – apesar de tudo – petroleira esta riqueza.

A pretexto, na expressão que Janio usa, de uma “visão contábil” da administração da Petrobras, esquecem que ela nasceu, vive e se alimenta do desejo do Brasil de ter um desenvolvimento soberano.

E servem como “vassalos técnicos”, prontos a dizer que, em nome de “salvar o presente” – o que sequer existe- estão prontos a entregar o futuro.

Leia este trecho do artigo de  Janio:

O governo não abriria informações fartas sobre o seu conhecimento, se as tem, de procedimentos com licitude duvidosa por parte de interessados em extinguir a participação da Petrobras na exploração de todo o pré-sal. Mas alguma coisa básica, tendo o tema importância nacional e internacional, um deputado descomprometido poderia suscitar e o ministro proporcionar.

Em circuito que parece bastante estreito, circulam referências a um oceano de dinheiro já inundando o supermercado dos que vendam contribuições, em qualquer área, para aquele objetivo. Há um escritório de lobismo operando em Brasília e em São Paulo –se já não forem vários, como é costumeiro nessas operações.

A participação da Petrobras foi instituída por duas razões, quando definido o sistema de concessão de jazidas do pré-sal também a empresas e consórcios privados. Uma, a retribuição ao grande investimento e ao longo trabalho científico e técnico da Petrobras que levaram à exploração do petróleo em águas de grande profundidade no Sudeste brasileiro. A outra: a implicação dessa riqueza para o futuro do país exigia uma estratégia de negócios que resguardasse de políticas privadas, provenientes de interesses externos, a política brasileira do petróleo.

Na Petrobras atual, a concepção administrativa regida por conceitos de contabilidade faz adeptos da venda de patrimônio da empresa, incluídos os 30% de participação nas explorações alheias do pré-sal. A concepção contabilista não exclui outros motivos de adesão à venda da quota participativa –a qual, na visão de estratégia nacional, não é só venda de patrimônio valioso: é venda de futuro.

O alcance internacional dado ao escândalo em torno da Petrobras sequer adiou a compra, entre petroleiras, de concessões no pré-sal. Do mesmo modo, seguem negociações para outras compras, por grandes petroleiras às pequenas.

A coluna, na íntegra, está aqui.

 

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9 respostas

  1. A Petrobras bateu novo recorde diário de produção de petróleo no pré-sal no dia 26 de junho, com 811 mil barris naquele dia.A produção mensal operada no pré-sal também atingiu seu maior nível, alcançando 747 mil barris, 2,9% maior que o volume obtido em maio (726 mil). Nesta terça-feira (14), a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e seus sindicatos retornam à Brasília, desta vez, para participar do “Ato em defesa da Petrobrás e da democracia”, na Câmara dos Deputados. A mobilização foi convocada e organizada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás, que na última semana, se opôs junto à FUP, de forma contundente, ao projeto entreguista de José Serra (PSDB-SP) e ajudou a categoria a derrubar o PLS/131 que pretende acabar com o controle único da Petrobrás sobre o pré-sal.Blog:”amigos do presidente Lula”
    Petrobras é do povo brasileiro, fora com os vendilhões da Pátria.

    1. Esta desulpa do roubo, é tao torpe quanto a proposta. Ora, ratos ninguem combate vendendo a fazenda ou pondo fogo no paiol.
      Nao tem justificativa, nao ha uma unica que justique. A conversa e justificativa do Serra é de rir ou de chorar de raiva. Nao sou petroleiro nao tenho emprego no governo.Sou brasileiro,muito brasileiro. E dizer que a empresa está em dificuldades de caixa. Ora, a petro vendeu bonds de 100 anos. repito 100 anos. O que significa isto? Alguem sabe? sabe qual foi a ultima empresa no planeta que fez isto? quantos dias a tal corrupçao de superfaturamento , a provar, precisa de produção? 15 dias, exatos quinze dias. ARRRR….Obra superfaturada precisa ser atestada por especialista da área orçamentaria e de engenharia. Juiz nenhum pode afirmar isto sem um novo orçamento. Isto é uma piada,é afronta que precisa se dado um basta. Abram o jogo querem vender por que querem vender, querem destruir por que querem destuir. Como sociopatas, ou é a conta que o “tiosan” cobra… ponto final…

    1. Quem sustenta o governo é quem votou nele. Se a presidente verificar que a população está andando pro golpe ela vai fazer o que? Brigar para ficar no poder e governar pra ela mesma? O povo tem que se mover pelo menos uma vez na vida e, na rua, mostrar quem manda no pais. Sem isso vou morar em Paris e o povo que se exploda. Não querem? Preferem miséria com novelas e que o moro e a pf diga em quem eles podem votar? Se é isso que se danem. Apanhem mais cem anos. Os sindicatos estão andando, aparentemente mais preocupados com o levy do que com o rabo deles proprios. Então meu amigo a canalha de direita tem razão vtnc.

      1. Em parte. O problema é que a Presidenta tomou doril – sumiu! Além de adotar medidas impopulares (neoliberais) que condenou na campanha! (a vaca tossiu, etc.) É muito difícil sustentar alguém que se tornou auto-insustentável! É preciso ser realista, a rejeição atual não é gratuita, o povo que votou nela tinha esperanças! Sem contar que o PT deixou de fazer previamente o “dever de casa”, não democratizou a mídia, e ainda patrocinou o PIG regiamente. Convenhamos…

        1. Perfeito o argumento mas continua a se basear numa dependencia paternal (no caso maternal) do governante. Em condições normais o principio é o seguinte: contratei (votei em) vsa. exma. para administrar o pais porque vsa. exma. disse que ia fazer o que eu e outros tantos achavamos que era o que dsvia ser feito. Se não fizer vamos pra rua protestar. Quando tem um grupo de canalhas pagos e a serviço de um pais estrangeiro que quer destruir a escolha da maioria atraves de um golpe, o principio é outro: vamos pra rua impedir o golpe e voltamos ao primeiro caso. É uma questão de prioridade. O povo é o patrão que contratou o gerente.

  2. Na hora de bancar a descoberta do pre sal foi a viuva. Sonda cara tubo de tinanium risco total etc…. Agora que a onça ta morta querem de mão beijada.

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