Os bastidores da Lava Jato exalam um odor cada vez mais podre.
A prisão de Othon Pinheiro, o maior especialista no Brasil em tecnologia nuclear, foi decidida com base em razões ridículas.
Sergio Moro prende, depois vai devassar a vida do sujeito. Não encontrando nada, junta pedaços e faz um misturadão. Ou então, o que é mais comum, junta tudo o que o sujeito ganhou em 5,6,10 anos, e joga na mídia que ele ganhou tantos milhões.
Mais uma vez, os valores usados para condenar arbitrariamente Othon Pinheiro são ridiculamente baixos em relação a sua especialidade.
Deixo a palavra para o blogueiro Nassif, que publicou esta manhã um post sobre o assunto, trazendo informações alarmantes: o nosso PGR, numa das estranhas viagens do Ministério Pùblico aos EUA, para solicitar às autoridades americanas informações que pudessem prejudicar empresas brasileiras, encontrou-se com pessoa ligada a interesses frontalmente contrários ao programa nuclear brasileiro.
“O fato objetivo é que sua detenção afeta profundamente o programa nuclear brasileiro, um dos maiores feitos tecnológicos do país.
A gravidade do fato chama mais a atenção sobre a maneira como a força tarefa da Lava Jato chegou a ele.
Seu nome surgiu em uma segunda delação do presidente da Andrade Gutierrez Dalton Avancini. Procuradores exigiram que Dalton apresentasse fatos novos, já que seu depoimento não acrescentava muito ao que já se sabia sobre a Petrobras. A partir da reformulação de sua delação, deflagrou-se a Operação Radioatividade, para investigar suspeitas na área nuclear.
Segundo o repórter Fausto Macedo, do Estadão, “Avancini disse que “ouviu dizer” que havia uma promessa de propina para o militar” (http://migre.me/qZRVL). Segundo o Jornal Nacional, Avancini disse “não saber de efetivamente houve algum repasse de propina a alguém” (http://migre.me/qZSdt).
No seu despacho, o juiz Moro relaciona uma série de pagamentos a empresas de propriedades das filhas de Othon.
Há enorme desproporção entre as supostas propinas e os contratos que teriam beneficiado as empreiteiras. Para contratos que ascendem a mais de um bilhão de reais, o inquérito apura R$ 109 mil pagos pela Camargo Corrêa, R$ 371 mil pela Techint, e R$ 504 mil pela OAS a um escritório de propriedade das filhas de Othon. E constata que a OAS não fez nenhum dos negócios apontados nas investigações (http://migre.me/qZSox).
Uma dos supostos benefícios teria sido a retomada das obras de Angra 3 – uma decisão exclusiva da Presidência da República, do Ministério da Defesa e do Estado Maior das Forças Armadas.
Moro reconhece que os pagamentos podem ter causa lícita, “pela prestação de serviços reais de assessoria ou consultoria ou por eventuais direitos de patentes, pelo menos considerando as conhecidas qualificações técnicas de Othon Luiz”.
Procuradores atestaram que o escritório presta serviços de tradução. Traduções técnicas, ainda mais em áreas da complexidade da nuclear, custam caro.
No entanto, alega “um possível conflito de interesses que coloca em suspeita esses pagamentos.” (http://migre.me/qZS64) Por conta desse possível conflito de interesses, coloca na cadeia o mais relevante cientista militar brasileiro, desde o Almirante Álvaro Alberto e compromete uma tecnologia crítica para o país.”
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Abaixo, a íntegra do artigo de Nassif, que informa sobre o encontro entre o representante maior do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, e pessoa ligada aos interesses americanos em tecnologia nuclear (e logo, no desmantelamento ou espionagem de nossa tecnologia nuclear).
PGR encontrou-se nos EUA com ex-sócia de concorrentes da Eletronuclear
SAB, 01/08/2015 – 07:47
Luis Nassif, no Jornal GGN.
Com o devido cuidado para não embarcar em teorias conspiratórias, vamos a alguma coincidências ligadas ao suposto escândalo na Eletronuclear envolvendo o Almirante Othon Luiz Pereira da Silva.
Ao longo de sua carreira, Othon acumulou um conhecimento único sobre um mercado que, no comércio mundial, equivale a US$ 100 bilhões/ano. Como consultor, teria condições de levantar valores dezenas de vezes superiores aos R$ 4,5 milhões – que teria recebido ao longo de seis ano, conforme despacho do juiz Sérgio Moro, acolhendo denúncia dos procuradores do Ministério Público Federal.
É possível que seja culpado, é possível que não. O fato objetivo é que sua detenção afeta profundamente o programa nuclear brasileiro, um dos maiores feitos tecnológicos do país.
A gravidade do fato chama mais a atenção sobre a maneira como a força tarefa da Lava Jato chegou a ele.
Seu nome surgiu em uma segunda delação do presidente da Andrade Gutierrez Dalton Avancini. Procuradores exigiram que Dalton apresentasse fatos novos, já que seu depoimento não acrescentava muito ao que já se sabia sobre a Petrobras. A partir da reformulação de sua delação, deflagrou-se a Operação Radioatividade, para investigar suspeitas na área nuclear.
Segundo o repórter Fausto Macedo, do Estadão, “Avancini disse que “ouviu dizer” que havia uma promessa de propina para o militar” (http://migre.me/qZRVL). Segundo o Jornal Nacional, Avancini disse “não saber de efetivamente houve algum repasse de propina a alguém” (http://migre.me/qZSdt).
No seu despacho, o juiz Moro relaciona uma série de pagamentos a empresas de propriedades das filhas de Othon.
Há enorme desproporção entre as supostas propinas e os contratos que teriam beneficiado as empreiteiras. Para contratos que ascendem a mais de um bilhão de reais, o inquérito apura R$ 109 mil pagos pela Camargo Corrêa, R$ 371 mil pela Techint, e R$ 504 mil pela OAS a um escritório de propriedade das filhas de Othon. E constata que a OAS não fez nenhum dos negócios apontados nas investigações (http://migre.me/qZSox).
Uma dos supostos benefícios teria sido a retomada das obras de Angra 3 – uma decisão exclusiva da Presidência da República, do Ministério da Defesa e do Estado Maior das Forças Armadas.
Moro reconhece que os pagamentos podem ter causa lícita, “pela prestação de serviços reais de assessoria ou consultoria ou por eventuais direitos de patentes, pelo menos considerando as conhecidas qualificações técnicas de Othon Luiz”.
Procuradores atestaram que o escritório presta serviços de tradução. Traduções técnicas, ainda mais em áreas da complexidade da nuclear, custam caro.
No entanto, alega “um possível conflito de interesses que coloca em suspeita esses pagamentos.” (http://migre.me/qZS64) Por conta desse possível conflito de interesses, coloca na cadeia o mais relevante cientista militar brasileiro, desde o Almirante Álvaro Alberto e compromete uma tecnologia crítica para o país.
Os caminhos que levaram a Othon
Como se chegou a Othon?
Há uma disputa histórica de autoridades norte-americanas contra o programa nuclear brasileiro. A tecnologia de enriquecimento de urânio foi uma conquista histórica, que envolveu muito sigilo, inclusive a existência de fundos secretos, para possibilitar adquirir equipamentos e peças passando ao pargo do controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Nos primeiros dias de fevereiro passado, o Procurador Geral da República Rodrigo Janot seguiu para os Estados Unidos acompanhando procuradores da Lava Jato.
A ida de Janot e da força tarefa da Lava Jato causou estranheza, expressa por nosso articulista André Araújo, um profundo conhecedor do jogo político internacional e dos mecanismos internos da real politik norte-americana
“O que vai fazer nos EUA a Procuradoria-Geral da República do Brasil? Vai ajudar os americanos na acusação contra a Petrobras? Mas a Petrobras é parte do Estado que lhes paga os salários, está sendo atacada no estrangeiro, eles vão lá ajudar os autores das ações?
Quem deveria ir para os EUA é a Advocacia-Geral da União, orgão que funciona como defensora dos interesses do Estado brasileiro. A AGU poderia ir aos EUA para ser auxiliar da defesa dos advogados da Petrobras porque, salvo melhor juizo, um Estado não vai ao estrangeiro acusar a si mesmo ou ajudar outro Estado a lhe fazer acusações. Quem processa a Petrobras indiretamente está processando o Estado brasileiro.
Fora do Brasil só há um ente que representa o Brasil, o Estado brasileiro, representado pelo Poder Executivo (art.84 da Constituição). Só o Poder Executivo representa o Brasil no exterior, a PGR não é um Estado separado do Brasil.
Quem representa o Brasil em Washington é a Embaixada do Brasil, a quem cabe os contatos com o Governo americano e suas dependências, a Embaixada deveria estar atenta para proteger a Petrobras nos EUA” (http://migre.me/qZSB1).
Em resposta, a Secretaria de Comunicação Social da PGR informou que “o PGR Rodrigo Janot tem agenda separada, não relacionada a esse processo, e manterá encontros no FBI, no Banco Mundial e na OEA” (http://migre.me/qZSEG)
Apesar da nota da Secom, uma das pessoas visitadas foi Leslie Caldwell, procuradora-adjunta encarregada da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (http://migre.me/qZSvO).
Leslie tem ampla experiência em apurações criminais, tendo participado dos trabalhos que terminaram na denúncia da Enron e da Arthur Andersen. Debita-se a ela a destruição de 85 mil empregos por seu estilo implacável, de não saber punir pessoas preservando empresas.
Obama a indicou para o cargo no dia 15 de maio de 2014.
Ocorre que desde 2004 ela era sócia do escritório Morgan Lewis de Nova York, atuando na área de contenciosos (http://migre.me/qZT2S).
Uma das especialidades do escritório é justamente o setor de energia (http://migre.me/qZT62), especificamente nas relações entre setor privado e governo. O sócio Brad Fagg é apresentado como advogado principal para a maioria das instalações comerciais norte-americanas. Sob a liderança de Brad – diz o site do escritório – os clientes ganharam mais de US$ 2 bilhões em decisões na área pública.
O mercado nuclear experimentou um renascimento, a ponto do escritório ter aberto uma filial em Londres para orientar os investidores interessados no setor, depois da desregulamentação do setor de energia no Reino Unido em 2004 (http://migre.me/qZU4M).
O escritório se apresentava como representante de um grade número de empresas que ocupam praticamente todos os segmentos de combustível nuclear, desde a mineração de urânio e enriquecimento para a fabricação de combustíveis.
Não é crível supor que Janot tenha participado de uma conspiração internacional. É mais certo que o açodamento e a desinformação tenham feito Janot tornar-se inadvertidamente um instrumento de um jogo geopolítico internacional, no qual o interesse do país foi jogado para terceiro plano.
13 respostas
Os jornalistas tem que parar de usar termos do tipo: ” É possível que seja culpado, é possível que não”. É mais do que óbvio que QUALQUER pessoa pode ser desonesta, apesar de ser conhecida como honesta. Mas, o ser civilizado não coloca isto em dúvida publicamente. Só é culpado se houver provas, do contrário é inocente. Ficou claro?!! Dizer que a pessoa pode ser culpada é uma tremenda ignorância, pois da mesma forma, poderíamos afirmar que ela é inocente e o juiz talvez seja culpado. Se não tem provas contra uma pessoa, ela é inocente. Não se pode ter vergonha de se afirmar isto. Mesmo que depois se prove que ela é culpada. A partir dai, ela será culpada. Imaginem, num discurso, um filho falando sobre o pai, ele dissesse: ” Meu pai foi um herói, apesar de pode ter sido pedófilo e assassino sem que eu soubesse …
Perfeita colocação.
Outro dia eu disse a um sujeito que veio com aquela máxima batida de “quem não deve não teme”, em mais uma dessas acusações absurdas contra o Lula:
“Isso é o mesmo que dizer que é bom que te acusem publicamente de ser corno, pois assim você terá a chance de passar o resto da sua vida podendo ter o prazer de esclarecer que você não é.”
Essa república do paraná não pode ser mais ridícula.
A Presidente da República luta pelo seu mandato, afinal de contas deve ter lá seus encantos morar numa repartição pública…
O que tem o cu com as calças? O poster é sobre um assunto e seu comentârio é sobre outro? Mandaram vc escrever isso e voce ssi repetindo feito um robo. Bebeu?
O que tem o cobre com as calças? O poster é sobre um assunto e seu comentário é sobre outro? Mandaram vc escrever isso e você sai repetindo feito um robô. É isso mesmo?
Caraca, será que vamos ter que voltar ao anti-americanismo dos anos 80 … Brazil quem te ama não te USA !!!
ficam calados quando o assunto é segurança nacional brasileira. Quando é segurança americana eles dão golpe prendem e arrebentam cidadãos brasileiros (aquele povinho de merda que não sabe votar) pra garantir a segurança do grande pai branco.
Nada é coincidência! Janot é suspeito de crime contra o Brasil. A PGR saiu do espectro de suas copetências e foi abanar o rabo para os gringos. Tá claro que este Janot equivale à aqueles personagens tipicos dos filmes do James Bond. Uma autoridade de uma república de bananas vendendo seu próprio país. Este cara deveria ser preso!
Onde está o ministro da defesa? Vai se limitar a dizer que a pf não mete a mão na tecnologia nuclear?
Devia deixar pra eles se contaminarem logo de uma vez.
E o mp e o pgr em peregrinação aparentemente lambe botas ao grande patrão do norte? Que merda é essa?
E a meganhada nacional tão prodiga em dar bocas na politica via os surtados do clube militar fica calada quando o assunto é segurança nacional brasileira? Quando é segurança americana eles dão golpe prendem e arrebentam cidadãos brasileiros (aquele povinho de merda que não sabe votar) pra garantir a segurança do grande pai branco.
SUGESTAO: Criar um órgão de defesa dos interesses nacionais. Agindo impiedosamente contra quem agir contra o País. Essa gente nao merece respeito. Chega de entreguistas e “falsos” brasileiros”. Ação, já!!
J. Fernandes
Aracati-CE
Se especulássemos segundo a fórmula de indiciamento de Moro, poderíamos colocar em suspeição a transparência da lava jato na devolução do dinheiro recuperado para a Petrobrás. Qual é o montante até agora devolvido e retido no tribunal do Paraná? Que comprovações temos sobre os fatos? Por que somente agora, depois das críticas ao Moro ocorridas na semana, resolve devolver um montante na sexta-feira dia 30 de julho? Alguém, qualquer um, poderia levantar a hupótese de que a íntima relação da lava jato com a imprensa. possa estar beneficiando com pagamentos com dinheiro público, as grandes empresas de comunicação que estão no momento passando por uma crise geral – financeira e de credibilidade.Ainda mais com a seletividade, previamente aprovada, de quem cai e quem fica na lista de culpados do Moro, do MPF e da PGR. Aliás, tem uma bela matéria no Nassif que fala de um estranho encontro do Janot na última viagem dele aos EUA, que envolve nossos interesses na área de defesa e da energia nuclear. Suspeitas é o que não faltam nesse imbroglio todo.
Sem adjetivos, para expressar minha Indignação com fato ocorrido. Mas é um Nojo!