Até que enfim apareceu um especialista em pesquisas para dizer o obvio: que avaliação negativa do Governo não é, nem de longe, o mesmo que apoio à sua deposição por impeachment.
Fácil de provar: quantos de nós temos uma avaliação negativa de seu segundo governo e, apesar disso, defendemos o respeito ao seu mandato?
Mas a entrevista publicada hoje pelo El País com Renato Meirelles, do Instituto Datapopular, especialista em pesquisas nos segmentos menos elitizados da população, merece ser lida por muito mais.
Para quem não tem tempo para ler na íntegra, aqui, resumo alguns trechos que achei importantes:
- “A decisão do futuro do país está na mão de uma briga de torcida e o brasileiro percebe isso. Não se pode colocar a estabilidade do país abaixo do interesse político. Ainda que as pessoas estejam insatisfeitas com o Governo elas se perguntam qual é o real interesse de um impeachment. É um erro confundir quem está insatisfeito com o Governo com apoio à saída da Dilma”. (Bem em linha com a fala de Dilma – hoje, em São Luiz – contra o “vale-tudo” da luta política);
- Quando se fala em manifestação, apesar da farta cobertura da mídia, o “povão” as identifica com as de 2013, não com as “marchas dos coxinhas” deste ano. “(… O povo )não entende gente de classe média levando a babá, ter ‘camarote’ na passeata. Então não tem um lastro com a vida real das pessoas”.
- “(Aécio Neves está muito longe de conquistar os) que estão órfãos do presidente Lula.P. Temos muitos órfãos?R. Temos mais órfãos do que oposicionistas.P. Órfãos do Lula?R. Órfãos de uma liderança que defenda o estado de igualdade de oportunidades.
- “A maior crise do Brasil é a de falta de perspectiva. O brasileiro não sabe para onde vai e não consegue enxergar nem na situação nem na oposição, uma luz no fim do túnel. Isso que vai fazer diferença em todo o resto.”
- “(O Governo) está desde o segundo turno sem falar ou fazer algo que caminhe nesse sentido, enquanto o povo está fazendo seu ‘ajuste fiscal’ doméstico: rodízio de contas pra pagar, bico extra, cortando despesas… Não se explicou o que era o ajuste fiscal. E um monte de medidas que efetivamente poderiam ser muito positivas, não foram vistas por dessa forma por causa disso. Por exemplo, fraude no seguro desemprego. O seguro desemprego precisava mudar não por causa do ajuste fiscal. Por causa das fraudes!
- “O Aécio tem para parte do eleitorado dele uma alternativa de mudança. Muito mais inflacionado pelo antipetismo do que uma identificação com ele. A pessoa que gera identificação ainda é o Lula. As pessoas comentam que nas últimas pesquisas o Lula tinha 30% de intenção de voto, quando ele sempre aparecia no topo. Eu digo: sem dar nenhuma entrevista em quase um ano, tomando porrada todo dia, ele ainda tem 30% dos votos. E por que as pessoas não gostam do Lula agora? Porque esse é o Lula raivoso e o que eles sentem saudade é do Lula paz e amor, de 2002, é do Lula que passa a mão na cabeça e fala ‘vamos vencer, vai na minha, eu sei o que você está passando. Eu sei o que é passar fome, eu sei o que é dar o que seu filho está pedindo’. É desse Lula que as pessoas têm saudade.”
Tem mais, muito mais na entrevista.
É um ponto de partida muito interessante para análise e definição de ações.
É claro que a luta política do dia a dia rejeita – e deve rejeitar – o eterno conselho dos marqueteiros de “não brigar”.
Mas o pensar estratégico, sim, deve considerar isso.
Quando a gente não olha onde quer ir, não sabe como nem com quem pode fazer a jornada.
7 respostas
A entrevista é um apanhado de esperanças que seriam muito úteis quando ainda fosse possível salvar a Democracia. Agora parece não haver mais tempo para nada, o que se deve decidir é se vai haver tugido e mugido, ou não. O golpe já está no fim linha de montagem e quem vai dar o OK será o Cunha. Seu prêmio por destruir a Democracia vai ser o arquivamento do caso em que recebeu cinco milhões de dólares de propina, e de outros casos também.
Calma!
Esse jogo só acaba quando termina.
Não haverá golpe!
Não aprovar o Governo não é ser contra o Governo, não é querer apear o governante da hora. Isso é golpe. Quando eleito, recebe dos eleitores o mandato. Ao final do mesmo, poderá ser alijado, pelo voto, se não correspondeu às expectativas de quem o elegeu. Essas considerações são acacianas, mas as faço para o questionamento: Se é lícito “impichar” um governante porque, num determinado momento, a maioria não o aprova, não seria também lícito, se ao final de um mandato, sua aprovação for alta, ele ser reconduzido automaticamente ao mandato seguinte, sem necessidade de eleição? Claro que não defendo isso, apenas manifesto minha opinião de que tirar o mandato da presidenta eleita, é uma loucura tão grande quanto dar um mandato sem eleição.
Eduardo, lógica muito interessante (como um exercício mental) – “Se posso impichar porque não estou gostando, posso reconduzir automaticamente se estiver gostando” Um ótimo argumento para os golpistas de plantão. É claro que se trata de uma “loucura” essa idéia, como bem frisou, – mas valeu o raciocínio. Sds.
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.:. 21:13
… .
Ouvindo As Vozes do Bra*S*il e postando:
Valeu a pena ! ! ! ! Dá gosto ser o cantor do seu povo ! ! ! !
… .
* 1 * 2 * 13 * 4
*************
… .
Uns poemas (acrósticos) de autoria de Cláudio Carvalho Fernandes (poeta anarcoexistencialista) para Dilma Rousseff, a depenadora de tucanus, e Lula, o comedor de tucanus :
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D uas vezes contra o espectro atro
I nscreveu já seu nome na história
L utando contra mídia venal & Cia e seu teatro
M ulher forte de mais uma vitória
A deixar tucanus na ó-posição de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! de quatro ! ! ! ! DE QUATRO ! ! ! !
.:.
D ilma, coração valente,
I magem de todo o bem em que se sente
L ivre o amor maior pela brasileira gente
M uito humana e inteligente
A PresidentA do nosso Lula 2018 de novo Presidente
.:.
D ignidade
I ntegridade
L iberdade
M aturidade
A mabilidade
.:.
D ilma, de uma nação vitoriosa
I lustre brasileira lutadora
L uz de dedicação esplendorosa
M otivando a pátria gloriosa
A uma luta digna, vencedora.
::
L uz do povo brasileiro
U m digno e fiel lutador
L astreando com real valor
A honra do Brasil inteiro.
.:.
D ilma, os conscientes te agradecem
I nfinitamente por tua digna história
L utando por todos que reconhecem
M ais a vida no bem comum de fazer na glória
A grande pátria-nação que os brasileiros merecem
.:.
D ilma, coração valente,
I sso que a gente sente
L ibertar o ser plenamente
M antendo sempre presente
A humanidade inteligente
.:.
D ilma deu mais uma surra na ó-posição
I gual ao que Lula também já fez
L ivrando o povo brasileiro da infelicitação
M ostrando que o Brasil tem voz e vez
A o mundo todo dignificando sua população
.:.
L ula livrou 40 milhões da pobreza
U m feito memorável sem precedentes
L utando contra a mídia venal, teve a certeza
A bsoluta de estar ao lado dos brasileiros conscientes
.:.
D ilmais deu mais uma surra na ó-posição
I nstalada na grande mídia venal
L ula teve a sua participação
M andando o pig & Cia ao
A bismo na quarta eleição
.:.
D oar-se a seu povo é exemplo dignificante
I luminando a vida de outros seres lhanos
L ouve-se quem bem merece que se cante
M aravilhas de se acreditar nos humanos
A promover em cada ser o mais do ser em ser interessante
.:.
L ivrando da pobreza absoluta 40 milhões de brasileiros
U m feito sem igual que por si só já bastaria
L ula segue sendo no mundo um dos primeiros
A fazer de seu povo a eterna rima rica de sua poesia
… .
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Ley de Medios Já ! ! ! ! Lula 2018 ! ! ! !
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Valeu a pena ! ! ! ! Dá gosto ser o cantor do seu povo ! ! ! !
Lindo!
Ao menos não culparam o povo por uma eventual “guinada à direita’, “traição às lideranças” (pelamor…), retorno ao conservadorismo, burrice, fraqueza, etc. etc. etc.
Ter alguém que se debruça sobre os movimentos naturais de autodefesa da imensa população é importante. Mais importante ainda é romper de vez com o discurso que trata todo cidadão como um militante político. as pessoas elegem, votam, produzem, trabalham e sua opinião só é considerada audível e legítima se “for participativo”, se for filiado, se fizer parte da sociedade organizada, como se isto fosse requisito para ser cidadão ou para ser respeitado. Para alguns, – pasmem! – ser militante é prerrogativa pra ter liberdade de pensamento e consciência política. Pura coação moral de quem se acha o rei da cocada preta por estar grudado no saco de algum figurão ou por estar malocado em algum gabinete. Militante liberado quer ser otoridade a todo custo. Bando de “bozó”. Se esquecem que são as reações coletivas à política que determinam o quadro e a conjuntura, não a vontade dos manipuladores, sejam eles da esquerda ou da direita.