Da coluna Painel, hoje, na Folha:
“Recordar é… Os ministros do STF Gilmar Mendes e Celso de Mello, que votaram pela permanência das investigações da Lava Jato em Curitiba, meses atrás criticavam o juiz Sergio Moro, a quem atribuíam atos que usurpariam atribuições da corte.
… viver Ao julgar recursos do caso Banestado, definiram o magistrado como “juiz absolutista, acima da própria Justiça”, e condenaram os “repetidos decretos de prisão”. A transcrição dos debates circulou na época em escritórios de advocacia. Moro não comenta o assunto.
Acusação inócua Um ano atrás, em plena Lava Jato, Gilmar Mendes pediu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, que avaliasse se Moro havia cometido infração disciplinar. Um doleiro preso alegara parcialidade do juiz.
Deu em nada Celso de Mello queria invalidar o processo julgado por Moro. Teori Zavascki justificou a ordem de prisão. O caso foi arquivado pelo corregedor do TRF-4, desembargador Celso Kipper.”
Só para lembrar, o Caso Banestado envolvia políticos do DEM (então, PFL) e do PSDB, então no governo do Paraná, com recursos para a campanha de reeleição de Jaime Lerner, governador e controlador do banco.
Quer dizer que, então, Moro se achava “acima da própria Justiça” e agora, não mais?
O “absolutista” tornou-se “democrático”?
É vergonhoso que juízes da mais alta corte brasileira tenham conceitos jurídicos que variam de acordo com suas simpatias políticas, que deveriam ser guardadas para si. Porque seus conceitos nem mesmo variam de acordo com o freguês- porque é o mesmo Moro e o mesmo delator, Alberto Youssef – mas do que esperam, por política, resultem os processos, esquecendo que há reputações e liberdades em causa.
O “garimpo” do Painel, certamente, vai ser colhido pelos advogados que sabem que a única chance de defesa – não necessariamente de absolvição – de seus clientes é saírem de uma vara onde não se dá a menor importância a julgar, mas apenas em prender, condenar e, sobretudo, coagir para delações, que se acumulam às dezenas.
4 respostas
Exatamente no episódio do Banestado é que eles reconheceram o potencial daquele tribunal, hoje parceiro do golpe. Para quem não se recorda, lembro do videozinho espalhado pela Internet e criado pela turma do Serra durante as eleições de 2010. Dizia que se a Dilma vencesse, sua vitória não seria aceita, Serra iria para o exílio nos EUA e ainda mais. Haveria uma revolução e o povo tiraria Dilma da presidência e receberia Serra em festa.E não foi bem assim que aconteceu, Serra até perdeu a prefeitura paulista depois em 2012, aliás, seria o ano da queda da presidenta eleita. Mas o enredo da historinha golpista tucana continua o mesmo. Parodiando um jovem humorista, essa não seria a queda da bastilha, mas o golpe dos bostilhas.
Pois é nada como um dia atras do outro .
Nós, os 54 milhões, não sumimos do mapa. Que venham 2016 & 2018.
Aparelhamento do Estado é uma coisa mais profunda que as acusações do PIG e seus partidos amestrados aos adversários políticos. As Instituições são ferramentas à serviço de castas.