A aliança do xabu: “muy amigo” de Levy, Lauro Jardim “queima” Meirelles

lauro

O mundo das “colunas de notinhas” é a versão aparentemente “cult” da conversa de candinhas: fofocas, intriga e “derrubação” de pessoas.

O Ministro da Fazenda pode até não ser o autor, mas dada a intimidade de quem sugere quesitos para “enquetes” (enquetes são aquelas pseudopesquisas feitas para dar um resultado pré-determinado) do blog do colunista Lauro Jardim (aquele que conseguiu estrear em O Globo fazendo um “golaço contra”) certamente fica feliz com a campanha de intrigas que se faz ali contra o ex-presidente  do Banco Central Henrique Meirelles.

Meirelles é, ali e em outras partes, apontado como uma “intervenção” de Lula no Governo Dilma.

Mas qual a razão para ser uma eventual ida dele para o lugar de Levy um desastre “lulista”?

Meirelles não pode ser acusado de “expansionista”, “gastador”, esquerdista ou “bolivariano”. Ao contrário, sempre foi alvo da esquerda, porque é o que é: um conservador em matéria de finanças.

E o Levy não é e isso, e não foi esta a sua grande “virtude” ao ser escolhido?

O programa econômico de Levy e um possível programa de Meirelles seriam, do ponto-de-vista dos cortes nos gastos públicos, da taxa de juros, da abertura ao capital estrangeiro e em quase tudo, bem semelhantes.

A diferença é que um teve sucesso, e o outro só coleciona fracassos. Longe de achar Meirelles o representante de uma visão popular e progressista da economia, como igual Levy não é, o fato é que ele fez parte de uma bem-sucedida “arrumação da casa” após o desastre FHC.

Argumentar-se-á que as dificuldades políticas são muito pesadas, e que Joaquim Levy viu-se tolhido em suas propostas. Mas elas o eram desde a sua escolha e, afinal, estas dificuldades foram as razões decisivas de sua indicação, não nenhum alinhamento com Dilma, pessoal ou ideológico.

Levy assumiu na condição de ministro do “Mercado”.  Muito mais até do que Meirelles poderia ser, porque sua história, tanto como ex-presidente do Bank Boston quanto pelos oito anos de Governo Lula lhe concedia certa estatura própria, o que faltava a Levy, sempre um homem de segundo escalão.

E seu discurso era: quanto mais fundo o arrocho nos primeiros meses, maior o alívio logo a seguir.

O “peixe” que Levy vendeu não foi entregue e não adianta dizer que o mar estava tempestuoso, porque já estava mesmo, aqui e lá fora.

Ninguém, em sã consciência, pode achar que um novo ministro da Fazenda, ainda que fosse Karl Marx reencarnado, faria guinadas bruscas na política contracionista que temos. Ou, muito menos, que pudesse ser alguém hostil aos mercados financeiros.

Mas é visível que ninguém, à direita ou à esquerda, empresta ainda a Joaquim Levy aquilo que é essencial ao um Ministro da Fazenda: credibilidade. Não é algo pessoal, de achá-lo isto ou aquilo. É, simplesmente, que ele não deu conta daquilo a que se propôs.

É possível ver a quem serve Joaquim Levy com um exercício muito simples: verifique quem o defende.

Basicamente, os colunistas de economia e política mais hostis ao Governo Dilma, sob o estranho argumento de que sua substituição seria uma capitulação da Presidenta ao “nefando Luís Inácio”, que é tão anti-Dilma que a fez Ministra e, depois, Presidenta…

Claro, desejam que o Governo Dilma permaneça paralisado, inerme diante da aceleração inflacionária, sem força para impor as medidas necessárias e esperando o Godot da recuperação econômica.

Mudanças precisam de marcos, mais ou menos visíveis quanto mais necessárias são. Dilma entregou a Levy seu maior patrimônio: a manutenção dos compromissos que tem e que assumiu com o povo brasileiro. Não é pouca coisa, portanto, nem se pode sequer comparar com algo em que, em nome da estabilidade do Governo, Levy tenha cedido a ela ou ao PT.

Levy só está no Governo, hoje, porque Dilma tem uma histórica demora em perceber – como aconteceu na bem-sucedida mudança na Casa Civil – que há momentos em que é preciso saber “fazer a hora, não deixar acontecer”.

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16 respostas

  1. O ditado: “Uma no cravo e outra na ferradura”, definitivamente não vale para a Dilma. Ela continua sem saber que o cravo deveria ser utilizado. Salve-nos Lula.
    Agora vamos ter o ministro “roda quadrada”, que é um pouco melhor que o “roda presa” atual.

  2. Vamos aos fatos: Lula implementou a mesma política econômica de FHC, indicando inclusive Henrique Meireles para a presidência do BC; teve uma baita ajuda do cenário externo que o permitiu fazer as barbeiragens que fez, sem mover uma palha no sentido de fazer as reforma que tanto precisamos. Dilma I achou que poderia implantar as políticas tão defendidas pelo PT (aumento de gastos públicos principalmente); todos sabemos quais os resultados. Dilma II, assim como Lula, volta com as políticas do PSDB, personificadas na pessoa de Joaquim Levy e compra uma enorme briga com o PT, partido que enxerga no aumento de gastos, a saída para a crise que ela mesma nos enfiou. Pergunto: se Lula, assim como Dilma vêem na política econômica defendida pelo PSDB a saída da crise; significa dizer que o PSDB é quem tem razão? Se sairmos da crise e voltarmos a crescer os méritos serão de quem?

    1. De quem defende o mercado de 200 milhões de consumidores para os empreendedores e trabalhadores brasileiros com políticas de conteúdo nacional de empresas nacionais, como fazem EUA, CHINA, CORÉIA. ÍNDIA, ETC ETC. O PT, assim como o PTB da era Vargas, pratica um capitalismo de país soberano com óbvias vantagens para a grande maioria dos empreendores e trabalhadores brasileiros, enquanto a direita brasileira dos PSDB, UDN e congêneres defende um capitalismo subserviente e entreguista, danoso às empresas e trabalhadores do Brasil. Queremos ser como a Coréia e a China ou como o México? Compare e vamos votar.

      1. Quais vantagens os trabalhadores e os empreendedores tiveram no governo do PT? Você cita os EUA como modelo a ser seguido; mas o governo petista sempre correu dos EUA!! Infelizmente, não consigo ver nenhuma marca deste governo que não seja a da corrupção (embora ela esteja presente em todos os partidos), o PT a elevou a um patamar inimaginável.

        1. Tá bom Almirante Nelson, o PT é o pai da coruupção e eliminando-o viveremos felizes para sempre. Mande um abraço para o Capitão América

        2. A um patamar inimaginável, o PT e o ódio chucro ao PT, elevaram, as reservas internacionais brasileiras a US$ 369 bilhões em 09/11/15 e a capacidade do desavisado cidadão replicar besteirol produzido pelo rolabostismo no monopólio da mídia, sem darem-se conta que, em sua maior crise econômica, anabolizada pela política do inédito terceiro turno do impeachment, que paralisa o país há 10 meses, todos os indicadores econômicos permanecem ainda bem melhores dos recebidos do governo FHC, que quebrou o Brasil sem reservas internacionais, por três vezes, em 2002. Imagine então, se comparados aos do tempo em que ao ventar no Butão, nevava horas depois no Brasil. Bons tempos aqueles do HH, da Petrobrax do Paulo Francis e do Engavetador Geral da República.

  3. Fernando foi muito feliz ao dizer que mudanças precisam de marcos, e apesar de não gostar muito de mudanças frequentes de treinador no meu time, acredito que a chegada de Meireles criaria um fato novo para a economia. Afinal, esta também vive de expectativas, e Meireles é um nome que deve “descer melhor” no PT e ao mesmo tempo, ser bem aceito pelo “mercado”.

    De todo modo, não acredito numa virada keynesiana na política econômica, uma vez que o Estado dificilmente teria condições para alavancar gastos no atual momento.

  4. Caro Fernando.
    Esse babaca, chamado de Jardim não serve sequer para plantar mentiras, dada a sua total falta de credibilidade, mas o Levy, esse sim é um problemão.
    A demora em tomar decisões e modificar cenários é um desastre pessoal de Dilma Rousseff, Casa Civil, Fazenda, Justiça ou seja lá o que for.
    O fracasso desta segunda gestão deve ser imputado tão somente a ela mesma, pois a paciência já se esgotou. Pouco importa Rousseff, Ciro, Lula , Wagner ou quem quer que seja, votamos num projeto, projeto este que a cada dia a Presidente se afasta, ou por miopia ou por incompetência.

  5. Virou mania, a mídia comprada fazendo política partidária. Só a SATHIAGRAHA tem mais informação de como se faz política por aqui à 50 anos, do que 50 anos de JN.

  6. Aproveito o espaço,para comentar o que o CORREIO DO POVO,de P.Alegre,publica hoje.Alegam os canalhas,sem nenhum dado que os oriente,que o Bolsa Família será cortado.Mesmo após a Presidência da República ter afirmado,que não vão haver cortes,nem no MCMV e Bolsa Família..Ainda assim,o C.do Povo,até parece filial do PIG MEU SONEGADOR DO SUL a Zero Hora e comparsas.Nem parece um jornal,sob a batuta de Edir Macedo!O mesmo da Rede Record.

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