Brasil obtém 1ª licença de exploração mineral no alto-mar do Hemisfério Sul

Sem nenhuma nota nos jornais, o Brasil tornou-se o primeiro país do Hemisfério Sul a ter autorização internacional para explorar minérios no leito marinho em águas internacionais. A Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA), assinou, na segunda-feira, contrato concedendo licença ao nosso país para a exploração de cobalto, níquel, platina, manganês, tálio e telúrio no Atlântico Sul. Até agora, só Rússia, Noruega, França, China, Alemanha, Japão e Coreia possuem este  tipo de autorização.

Segundo nota publicada no site da Marinha “poderá estudar e explorar economicamente, durante 15 anos, os recursos minerais existentes em uma área de 3 mil km² – repartida por 150 blocos de 20 km² cada –, numa região conhecida como Alto do Rio Grande, que é uma elevação submarina, localizada em águas internacionais. Seu topo se encontra a 800 m de profundidade”.

Há um texto mais detalhado, para quem se interessar sobre o assunto, feito por Roberto Lopes, do site Plano Brasil, onde ele nos conta que “desde 2009 foram realizadas diversas expedições ao Alto do Rio Grande para coleta de dados relativos a batimetria, gravimetria, magnetometria, filmagem do assoalho oceânico e sísmico. As viagens permitiram que fossem coletadas ainda 18 toneladas de amostras geológicas numa área de 132.000 quilômetros quadrados”

 “Os primeiros cinco anos do contrato serão dedicados ao desenvolvimento de estudos que detalharão o estado ambiental do Alto Rio Grande, e prepararão o monitoramento do meio ambiente na região.

Estão previstas duas expedições de levantamento de dados referentes às condições geológicas e oceanográficas. Essas incursões irão coletar dados geofísicos oceanográficos, amostragem de água, da mineralogia, petrografia, além de realizar estudos geoquímicos.

As informações serão inseridas em banco de dados geoespaciais e servirão para o monitoramento do que acontece no ambiente subaquático e a definição das principais áreas de interesse para exploração mineral.

A segunda fase dos trabalhos ficará reservada à avaliação das características mineralógicas, estruturais e geomorfológicas da região do leito submarino alvo dos estudos.

Somente a terceira etapa do plano de trabalho fará a seleção de áreas para a investigação da viabilidade econômica, ambiental e técnica dos depósitos minerais identificados.”

Segundo ele, espera-se encontrar nessa região veios de cobalto, níquel, platina, manganês, tálio (usado em leituras com infravermelho e em radiologia médica) e telúrio (que é usado em metalurgia, em coberturas de mídia de CDs e DVDs e em semicondutores).

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6 respostas

  1. Bom dia,
    por incrível que pareça o TIJOLAÇO tá atrasado nessa informação, pois na minha cidade que esta esquecida no meio do nada já chegou essa informação na segunda a tarde. Sei que é muita informação para se fazer.

    1. que bom. quando vir algo importante assim, passe, porque não dá para ver todos os jornais. Mas dá para (não) ver quando algo fica em terceiro, quarto, quinto plano. Ou atrás da cortina…

  2. É disto que se trata o ataque de moro e da república do Paraná ao Almirante Othon e firmas ligadas a defesa nacional. Sob auspícios de fundos e incentivos internacionais .

  3. Ótima notícia.

    Tomara que ao menos estes minerais sejam enviados ao Brasil para processamento e se possível manufatura de produtos acabados.
    Se esta atividade de mineração for semelhante à da grande maioria das mineradoras, o país enviará os minérios brutos a preço irrisório e irá comprar os manufaturados a preços mega faturados (são os carros, peças de celulares, computadores, ….. ).

    Talvez seja uma sugestão de matéria a avaliação da indústria de metalurgia primária no Brasil. Este setor foi integralmente privatizado e está havendo um desmonte gradual desta indústria em favor de importados. Um exemplo é o caso do Alumínio onde o país deixou de ser exportador para ser importador, a partir de 2014/2015 e já gerou muito desemprego em SP, MG, MA e PA. Outro exemplo é a Siderurgia, onde o setor está em franco desligamento, prova disso é a Usiminas ( antiga Cosipa ) de Cubatão que irá desativar o setor de Produção de Metal Primário ( redução ), mantendo somente laminação, e estima-se a perda de 25.000 postos de trabalho ( diretos e indiretos ) em Cubatão.

  4. E esse ISBA é o quê?, pra nossa informaçao o que vem a ser?
    Uma especie de FMI, uma especie de Agencia reguladora…Enfim uma Anvisa, uma Anatel do solo submarino?
    Acaso ela vai deter o apetite corporativo que se identificará com o apetite dos grandes Estados?

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