Gilmar Mendes acha aumento de R$ 7 no Bolsa-Família “eleitoreiro”. O dele, de mais de R$ 5 mil, é “dignidade do cargo”

 

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Lê-se no Estadão que o ministro Gilmar Mendes, do STF e do TSE, falando hoje sobre compra de votos (juridicamente, “captação de sufrágio”) disse que “dispõe-se da possibilidade de fazer políticas públicas para aquela finalidade. Aumentar Bolsa Família em ano eleitoral, aumentar o número de pescadores que recebem a Bolsa Defeso”.

Ou, traduzindo, eleitoralismo com programas públicos.

O Ministro Gilmar Mendes considera, talvez, o aumento de R$ 70,00 para R$ 77,00 do benefício-base do Bolsa Família, o estrondoso aumento de R$ 7, em maio de 2014.

Em agosto, o ministro Gilmar Mendes foi beneficiado por um reajuste nos seus vencimentos de R$ 33,76 mil, aproximadamente, para R$ 39,2 mil, ou mais de  R$ 5.300 reais, valendo a partir de janeiro/2016.

O equivalente a quase 800  vezes os sete reais a mais que cada miserável deste país recebeu para dar de comer aos filhos, porque fazia tempo que não se reajustava o benefício.

O mesmo não ocorria com os senhores Ministros, que em janeiro deste ano tiveram aumento, um pouco mais “modesto”: de R$ 29,4 mil para R$ 33,7 mil.

Ah, mas não era ano eleitoral…

Pois não, em 2014, ano eleitoral, em janeiro, suas excelências abocanharam um pequenino aumento, coisa de R$ 1.400, ou duzentas “boquinhas de pobre”, passando R$ 28 mil para R$ 29,4 mil.

Se contarmos o período em que o benefíci do Bolsa-Família teve apenas R$ 7 de reajuste no seu benefício-base, os senhores ministros acumularam um reajuste de mais de R$ 10 mil.

Sem contar, claro, os penduricalhos a que têm direito os magistrados da Corte Suprema e que dariam para sustentar um batalhão de miseráveis.

A sensibilidade social do Sr. Gilmar Mendes é prodigiosa.

Maria Antonieta era uma Madre Theresa de Calcutá perto dele.

PS.Quanto ao atropelo à isenção que Mendes deveria ter e não tem como ministro de uma corte eleitoral que tem nas mãos o destino de quem foi eleitta pelo voto, nem vou gastar tempo comentando. É deprimente demais.

 

 

 

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17 respostas

  1. Esse “juiz” não passa de uma mau caráter e escroque a serviço da elite. Resumindo, é uma figura deprimente e lamentável…

  2. Quando a gente acha que o mau caratismo já chegou ao fundo do poço vem este indivíduo provar que o dele é ainda mais fundo.

  3. Quem colabora com o crescimento do país é quem trabalha. Como disse o apóstolo Paulo, ao escrever aos Tessalonicenses, “aquele que não quer trabalhar, que também não coma”. Quem não tem instrução escolar pode varrer um quintal, destacar um pasto, cortar lenha, limpar acero de cerca, podar árvores, ser ajudante de pedreiro, e não há nenhum problema nisso. O que não pode deixar de ocorrer é a demonização do Trabalho braçal como se isso significasse escravidão. O populismo ama esse discurso inflamado de ódio.

    1. Quem trabalha e quem recebe um salário descente para tal. Até parece que as milhares de famílias que possuem algum tipo de bolsa não trabalhavam, trabalham e muito de sol a sol para ter um salário de fome, principalmente no Nordeste. Se quer encarar como populismo algo que para mim é justiça social, também poderia falar em populismo durante décadas todos aqueles que estudaram em universidades públicas, essa não tem lógica chamar de populismo, não?

    2. Sou químico, fazendo meu doutorado na UFPR (sou bolsista do governo, portanto). Sendo pesquisador em formação, sou um grande fã do método científico. Como dizem por aí, contra fatos não há argumentos. Então, eu sugiro a aplicação do método científico a essa tese de que os beneficiários do Bolsa Família são vagabundos e não trabalham.

      Eis como você pode fazê-lo, Alisson. Primeiramente, largue seu emprego que te dá todo esse conforto pra ter um computador e vir falar merda na internet. Depois de largar o trabalho, e demonstrar a necessidade de receber o benefício do governo. Feito isso, veja como você consegue sobreviver com 77 reais ao mês. Você tem filhos? Assumindo que você montou aquele modelo cristão de família, com papai, mamãe e filhinhos, veja como você consegue sustentá-los com menos de cem reais ao mês. Você pode incluir inclusive aquela velha tese de que os “pobres ficam fazendo filhos pra aumentar o valor do BF”. Dá uma bela tese de doutorado, isso daí. Trabalho científico da mais alta qualidade. Não se esqueça, por favor, de me convidar para sua defesa: com eu disse antes, fã que sou do método científico, adoraria ver a demonstração empírica das teses sustentadas pelos coxinhas contrários a benefícios sociais.

      Mas como eu sei que você não larga mão de um bom benefício dado pelo seu confortável salário de classe média, provavelmente de um profissional com curso superior completo, vou restringir minhas esperanças de que algum coxinha algum dia tenha coragem de demonstrar seus argumentos contra o Bolsa Família.

      Mas você mostra sua verdadeira crença, mesmo que não o queira. “Se são pobres e são burros, que limpem privadas e carreguem pedras.” O governo federal discorda de você, meu caro. E vem discordando desde 1o de Janeiro de 2003. O governo batalha para que, nesse país cuja única constante histórica não foi a democracia ou o histórico de lutas das classes populares, mas a esmagadora desigualdade social, as pessoas de origem pobre possam aspirar a ter um daqueles “empregos dignos” de gente bacana, com diplominha na parede e sim, aspirar a poder viver sem qualquer benefício do Estado. Ou melhor, aspirar a um melhor padrão de vida, que você acha que lhe permite se arrogar no direito de falar que os trabalhos braçais não são indignos, e que os pobres deveriam se encostar nessas funções o resto de suas vidas.

      E, caso você não saiba, grande parte dos beneficiários do Bolsa Família são pessoas que exercem de fato trabalhos braçais. Caso você não perceba, não se paga o bastante para sustentar uma família.

  4. Como é que é? Dignidade do cargo? E por acaso ele é digno do cargo que exerce? Pelo que sabemos, ele nem ao menos exerce o cargo com dignidade. Como a maioria dos tucanos, ele é um cínico hipócrita.

  5. eu estou täo enojada da cara do moro e da cara do gilmar que fico doente quando vejo fotos destes meliantes.

  6. É por essas e outras gilmarianas que tirando algumas letrinhas da palavra ministro pode transformá-la na palavra monstro.

  7. O que me espanta, é isso, me tortura e a té a muitos de nós, é o silêncio de STF e principalmente, o seu honorável Conse lho fe É T I C A. Calam-se porquê? Medo de que ou de Quem? Aguardam o que? É muito e enormes seus SALÁRIOS para f azerem pouco ou quase nada. O pobre sente vergonha de pedir emprestado, os ricos se apossam sem um piscar de olho s ou qualquer arrepio. Coisas do “home m” animal que pensa. Os irracionais dão verdadeiras lições de ética e amor.

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