Sabe o que você leu sobre o Conselho de Ética finalmente começar o processo contra o deputado Cunha?
Era brincadeirinha.
Vai ser anulado e volta tudo para o começo.
Quem assistiu à sessão de hoje, como eu, sabia. E se me arrependo de algo é de ter cortado uma frase, no final do post, dizendo que o processo ainda não ia começar.
Basta haver uma brecha e Cunha mandará anular tudo.
Tem poder e caradura para fazer e faz.
Ele joga outro jogo e, para o jogo que vale – o do impeachment – ele vai cozinhar em banho-maria o processo de cassação.
Não há – perdoe, Dr. Temer – “normalidade institucional” com Eduardo Cunha na presidência da Câmara.
A menos que o Supremo pratique um ato de força sobre outro poder – o que é delicado e tem muitas consequências – nada vai afastar Eduardo Cunha de lá.
O poder do impeachment é dele e ele vai jogar com este cacife até o último suspiro.
O impeachment é um longo sangramento.
Quer entender isso? Leia os tucanos como devem ser lidos os hipócritas: ao contrário.
Aécio Neves escreveu ontem na Folha:
“Até lá, há um país que não pode permanecer paralisado, esperando indefinidamente por soluções e perspectivas. Responsabilidade não se adia. A realidade não espera. A vida não espera.”
Se você entender que eles não são a vida, mas a morte, entenderá o que dizem de verdade: esperam, espreitam, aguardam cavilosamente sua oportunidade.
E o governo Dilma faz-lhes o jogo, não avança quando se oferecem as oportunidades.
A pequena batalha, pelos votos na Câmara, tem de sofrer a influência da grande guerra, a de massas.
É ela que nos dá as armas para enfrentar a pequena, que é a decisiva.
Se não cremos na força do povo, não teremos força alguma.