Nossa crise não é de câmbio, é de receita. Ajuste é crescer…

dolareur

Que o mercado cambial “testaria” o novo Ministro da Fazenda, hoje, é algo que todos os sites de finanças previam desde sexta-feira.

Mas o mercado cambial não é louco, por uma razão muito simples: nele, ganha-se e perde-se dinheiro. Por isso, todos os seus movimentos têm de ter algum fundamento – objetivo ou subjetivo – e têm os seus limites.

O noticiário econômico, neste momento, é o de que a chegada de Nélson Barbosa fez o dólar disparar e ultrapassar os R$ 4.

Pare um pouco e analise.

A nomeação de Nelson Barbosa já era do conhecimento do mercado financeiro desde, pelo menos, às 14 horas de sexta-feira. E, certamente, foi uma das razões da subida do dólar (+1,47%) naquele dia, apoiada também numa queda expressiva (-0,9%) da véspera.

Mas imaginemos que só no final de semana o mercado tenha absorvido a notícia. O câmbio começa a funcionar ás 9 da manhã. Deste horário até cerca de 12:20 horas, variou bem próximo do fechamento anterior, a R$ 3,9468, com uma alta sempre em torno de 0,5%, pouco expressiva.

Dizer que o mercado esperava que Barbosa  fosse anunciar cortes no Bolsa-Família ou no Minha Casa Minha Vida, como fizeram alguns, é só “brincadeirinha”: não há um que leve isso a sério, porque sabem que para isso só um improvável Aécio-2018, sobretudo depois de ter, ao que parece, ter gorado o Temer-2016, com o gato angorá Moreira Frando de formulador de política econômica.

A “disparada” do dolar inciada naquele horário, então,  deveu-se a algum fato novo trazido por Nélson Barbosa?

Não que se saiba ou, então, algo que tenha feito que pudesse abalar os mercados norte-americano e europeu.

Porque a aceleração no valor do dólar frente ao Euro se deu exatamente no mesmo horário por lá, ou seja, após 14 horas GMT.

E é isso o que explica ter chegado a quase 2% a variação cambial aqui em dólar, enquanto a em Euro ficou na metade deste patamar.

Não existe uma situação de derretimento da moeda brasileira e menos ainda deveria haver com a notícia, ratificada hoje, que nosso déficit nas contas externas diminuiu  68% em novembro em relação a 2014 e que, mesmo em queda, o investimento estrangeiro segue cobrindo nosso déficit em transações correntes com o exterior. Isso, mesmo com a ciência de que o Brasil perderia o “grau de investimento” das agências de classificação de risco, já também do conhecimento dos experts.

O Brasil, ainda mais com as imensas reservas cambiais que possui –  US$ 368.58 bilhões, na sexta feira, segundo o BC – não é de crise cambial.

O problema fiscal brasileiro é a queda da atividade econômica e seu reflexo na receita pública.

Nosso ajuste, vou tentar dar explicitude ao que teve de dizer de fora enviezada Nélson Barbosa, é voltar a crescer.

 

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9 respostas

  1. O Estado brasileiro precisa fortalecer sua situação Fiscal e isto só possível criando novos Impostos, como o Progressivo Sobre Grandes Fortunas, CPMF que pega sonegador e o informal, bem como fortalecer o combate a sonegação, o combate a corrupção e a economia informal pela sua formalização.

    Todo mundo ganha!…

  2. Precisamos voltar a crescer! Mas sem populismo tolo e sem maquiagens contábeis! Crescimento vem com trabalho, estudo, empreendedorismo e Estado Mínimo (redução da carga tributária).

    1. Ugabuga bugauga. Bugabugabuga ugabuga?

      Acho que você entende esse idioma melhor do que eu, alissu. Você deve ser da vertente que acredita que o Brasil quebrou com o nosso “populismo” (traduzinhdo: com governantes que governam para o povo) e a nossa “maquiagem contábil” (mais conhecida como tripé macroeconômico da recessão e arrocho). Mas até você tem inteligência o bastante pra não falar que o Brasil “quebrou” no mesmo artigo que traz a informação de que temos um e meio trilhão de reais de reservas cambiais, não é mesmo?

  3. tem itens da divida sem contra partida, sem beneficio definido, nao se sabe porque se esta pagando aquele “emprestimo”

  4. Auditoria da dívida seria uma boa demonstração de que queremos crescer (desenvolver-nos), e não ficar reféns do mercado financeiro parasita pagando dívida e juros sem contrapartida.

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