As armas de destruição em massa

choqueepavor

Os já não tão jovens hão de se lembrar do dia em que Collin Powell, secretário de Defesa do Governo Bush, se apresentou, com mapas e fotos de satélite, se apresentou mostrando o  suposto arsenal de armas de destruição em massa do Iraque.

Era incontestável.

Então os satélites americanos, com capacidade de fotografar um botão de rosa num jardim iam se equivocar assim?

Ainda mais com a reconhecida capacidade, para o bem e para o mal, dos analistas do Pentágono?

Nenhum grande jornal no mundo, e menos ainda aqui, pôs em dúvida.

Um autor de best-sellers, Frederick Forsyte chegou a escrever um livro, sobre um imaginário canhão, quilométrico, enterrado sob uma montanha, de onde Saddam Hussein iria dispara uma “bala” contendo uma bomba atômica.

Invadiu-se o Iraque, acabou-se com o já capenga equilíbrio da região, matou-se gente às dezenas de milhares, e vieram as cenas chocantes de tortura na prisão de  Abu Ghraib, depois Guantánamo; vieram a Al Qaeda, o World Trade Center e, finalmente, o Exército Islâmico.

Tudo isso foi real, mas não eram reais as tais armas de destruição em massa que foram o estopim desta escalada de barbárie.

Nunca as encontraram, sua memória apagou-se, serviram apenas para destruir um país que, 15 anos depois, ainda tenta se livrar das sequelas da guerra e do domínio do fanatismo.

O Globo divulga, hoje, uma matéria sobre um suposto atropelo do Governo à Caixa, sacando dinheiro a descoberto do banco para pagar o Bolsa-Família e o Seguro-Desemprego. Não houve e as operações tiveram o aval do Banco Central e do TCU. A mesma prática foi realizada durante 20 anos, desde 1994. E, afinal de contas, o “rombo” sequer inexistia, pois na apuração dos saldos a Caixa teve de pagar R$ 144 milhões em juros sobre os valores desta conta, o que quer dizer que seu saldo médio foi positivo em favor da União.

Não importa.

É como foram as “armas de destruição em massa”, apenas um pretexto para o que se queria.

Lá, o petróleo. Aqui, quem sabe, também.

A Operação “Choque e Pavor”, como escreveram seus criadores Harlan  Ullman e James Wade, consiste em “ganhar controle do ambiente e paralisar ou sobrecarregar de tal forma a percepção e entendimento dos eventos por parte do adversário que este seria incapaz de resistência tática e estratégica”.

Lembra algo que esteja se passando aqui, onde o “bombardeio cirúrgico” dos vazamentos e delações atinge só quem se quer atingir e o Jornal Nacional dispara, toda noite, seus mísseis Tomahawk ?

Sob o comando do “moralizador” Eduardo Cunha, os deputados se preparam para destituir o governante eleito pela população e dividir o governo entre…eles próprios.

Como as armas de destruição em massa, pouco importa se existiram ou não. Importa é transformar o Brasil num Iraque tropical.

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17 respostas

  1. É o famoso, velho e eficaz “Dividir para Conquistar”. Não só Brasil sofre isso, mas também sofreram Ucrânia, Venezuela (ainda a conquistar…), Egito, Oriente Médio…

  2. E contra o Brasil eles usam a Globo, a mais poderosa “Arma de Emburrecimento em Massa” que se tem notícia, vide o bando de coxinhas ignorantes e os procuradores patéticos, todos emburrecidos pelo ódio infernal disparado pela Globo.

  3. Brito, no decimo paragrafo houve um erro de digitação pois saiu ‘o “rombo” sequer inexistia’, quando na verdade o rombo sequer existia. Grato pelos textos e pela brisa de alento que significam.
    Um grande abraço

  4. Boa tentativa de analogia…mas no Brasil a destruição em massa já está ocorrendo.
    Destruição em massa de empregos, salários, renda, consumo e sonhos.

    1. Se preocupa não Bruno, pois a ponte para o futuro vai lhe trazer todos os seus sonhos de volta. Vocês querem colocar os efeitos no poder e não acabar as causas.
      Vai ficar legal….

  5. A lava jato poderia investigar o financiamento das campanhas feito pelas multinationals do agronegocio.

    E a grobo nao deu, mesmo com acusaocoes contra a presidenta.

     http://www.reuters.com/investigates/special-report/brazil-pesticides/

  6. No Globo de hoje, parte do arsenal da reeleição:
    “Atas até hoje sigilosas do Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal revelam que a direção do banco fez pagamentos de programas sociais do governo nos meses que antecederam a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, mesmo tendo recebido recomendação expressa de que as operações fossem suspensas.”

  7. Analogia perfeita…só espero que não descambe para a violência generalizada! Mas a cada dia minha esperança se esvai…parece que querm sangue…horror!

  8. Perfeita analise!
    O povo brasileiro já vive esta violência generalizada midiática. Parte já nem percebe mais o quanto a mídia é violenta.
    A mídia de massa , alimentada e operada por vassalos entreguistas, é uma arma.

  9. Não entendo..
    Uma “bala” foi disparada no Brasil.
    Produziu danos a economia e a VERDADE.
    A VERDADE deve ser companheira do POVO
    A VERDADE colocou lá a presidenta DILMA..
    Porque ela não aciona a CONTRA BALA.
    E destroi de vez esta casa-matas..caso morras..
    Não entendo, que um Governo deixe isto acontecer.
    E fique com direitos de respostas que nunca virão..
    Com apresentações na TV , que nunca produzirão
    o que a “bala”, faz cirurgicamente..
    OLHA..
    AS VEZES,,,
    Eu penso que estamos sendo todos, sem exceção
    manipulados…
    Não sei se SADAM morreu enforcado.
    Não sei se Bin LAden existiu.
    Não sei se mataram Lady DAY.
    EStou me injuriando…com
    Pois quem esta morrendo e morrerá
    será o POVO..
    Ficamos defendendo DEMOCRACIA..
    MAS o bandido me mete bala..

  10. O que faz onjuiz Moro nos EUAs? Será que é pra prestar contas? É o MPF o que seu chefe e os procuradores tanto fazem nos EUAs?
    O judiciário brasileiro foi comprado pelos EUAs, o golpe de 64 foi a mídia ,empresários e os militares. Agora são a mídia, os empresários e o judiciário para que consigam dar um golpe branco jurídico com ar de legalidade e ao mesmo tempo eliminar o PT é suas lideranças, enfraquecer a esquerda para que os interesses americanos sejam satisfeitos, eles querem roubar o patrimônio e a riqueza nacional, minérios, pré sal e tudo que puderem. Dar o golpe e colocar a direita no poder e um governo amigo entreguista neoliberal para ferrar o povo é o futuro da nação. Não querem um Brasil grande, uma potência independente e soberana que venha a concorrer no mercado mundial. Lembro bem que antes de 64 o Brasil prosperava e chamava a atenção do mundo, como chama hoje, e isso fez com que na época Kissinger viesse ao Brasil para ver o que acontecia, e declarou depois que não queria que o Brasil se tornasse o novo Japão no hemisfério Sul. Não queria um país continental como o Brasil despontando como potência mundial como o Japão. Bom a história todo.mundo sabe; pouco depois veio o golpe de 64 a mando e patrocínio dos Euas, e o Brasil foi mergulha em mais de 20 anos de trevas corrupção e atraso. Na geopolítica os EUAs não dormem, querem destruir os Brics de todo o jeito , aqui no Brasil e na África do Sul os presidentes são ameaçados por processos de impeachment/ golpe branco, a Rússia passa por ataques da mesma forma, e logo a China será o alvo se já não é o alvo, pois a crise econômica mundial derrubou pela metade seu PIB. Fato recente nessa guerra fria que os EUAs estão fazendo esta o caso do Panamá papers, onde o grupo ICIJ é financiado pela fundação Ford pelos EUAs e os nome de americanos foram retirados da lista do Panamá enquanto que aparecem os nomes dos presidentes da Rússia , China, objetivando enfraquecer os presidentes desses países componentes dos Brics. Percebem o que está por trás de tudo? O Brasil até antes das eleições era um e agora é outro porque será essa mudança repentina paralisando o país?

  11. Não consigo dissociar a culpa disso tudo da permanência do marido Paulo Bernardo no ministério das comunicações. É só pensar um pouco, que cagada!! Desculpem o arroubo, não aprenderam nada? Estamos em plena guerra informativa, quando i Zelaya COGITOU propor a análise de uma reeleição deu naquilo, o Lugo nem viu a cachorrada judicial que criaram (vide Mariscal astigarribia) e vão seguindo. Sou apaixonado pela Gleisi, mas morro de amores pelo tijolaço que está mais combatente que 10 Vilas.
    Sou muito pequeno para inferir algo relevante, mas ainda consigo pensar.

  12. Como Janot e Mello e Moro vão contemplar os escombros e continuar a falar de alíneas e parágrafos, coisa que o povão não entende muito?

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