Agora, sim, o Brasil vai dar certo. Está em mãos honestas! Por Jari da Rocha

doisedois

A conta não é muito difícil de ser entendida.

Derruba-se o governo com todas as suas politicas sociais, que só ‘oneram’ o Estado, enxugando-o e reduzindo-o ao mínimo para que possa atender quem realmente precisa dele.

Ao povo, cabe relembrar – os que esqueceram terão que puxar da memória e ensinar aos mais jovens – o antigo conselho de economistas gordos e corados. Apertar os cintos!

Enquanto isso, eles trabalham para aumentar o bolo que nunca será divido.

O que se viveu nos últimos anos, através de um Estado de Bem Estar Social, cujos investimentos serão chamados de gastos, será esquecido na primeira curva do rio neoliberal.

À base de machadadas no orçamento, ajuste fiscal (para ‘sanear’ o estado) o arrocho virá com tudo pra pegar, de jeito, a arigozada.

Mas, não sem antes puxar a orelha desse povo que andou gastando o que não devia.

Quem mandou comprar geladeira?

Quem foi que mandou comprar carro?

Quem mandou comprar casa própria?

Ainda não sabe qual a parte que te cabe desse latifúndio?

Pobre tem que viver de aluguel, se amontoar em cortiços, se virar sardinha em coletivos (sem ar condicionado, óbvio) e penar nas filas dos SUS. Antes que o SUS acabe, claro.

Depois poderá morrer em paz na porta de alguma clínica ou hospital particular.

Mais saúde? Médicos cubanos – aqueles que conversam com o paciente por quase meia hora, aqueles que ouvem, dão conselhos, perguntam? Esqueça.

No lugar da medicina preventiva o trabalhador será entupido de remédios, que não conseguirá comprar.

Time is Money. Três minutos para cada “morrente”e de pé, de preferência, pois a fila tem que andar.

Quem não gostar que vá reclamar ao papa, aquele comunistazinho.

“Não existe almoço grátis” diz o bruxo dos neoliberais e, também, de uma dúzia de assalariados com mania de patrão.

Nem almoço grátis, nem faculdade grátis (pra pobre).

O pobre vai ter que aprender a se esforçar como os ricos fazem. Acordar cedo, pegar dois ônibus, trabalhar e estudar. Fazer cursinhos de milhões e nunca desistir.

Virem-se, afinal, “todos nasceram com as mesmas oportunidades”.

E, nunca esqueça: sempre aperte o cinto!

Sobre o Bolsa Família nem é preciso comentar. A sociedade da digestão bem feita do país já se posicionou. Nada de “Bolsa Vagabundo”. Pobre bom é pobre morrendo de fome.  O jejum santifica!

Pobre não tem que atrapalhar a economia, o desenvolvimento e muito menos o ‘progresso’ do país.

Os direitos trabalhistas terão que ser flexibilizados. É muito direito para o trabalhador e pouco para o empregador.

“O país tem que voltar a dar lucro”.

Todas as estatais – Petrobras, Banco do Brasil, Caixa etc – devem ser privatizadas. Elas são um ‘peso’ para o estado, que é incompetente para administrar.

Essa turma aí, que quer dar o golpe, tem amigos bem mais competentes para isso e rola até um financiamentozinho via BNDES.

A imprensa terá papel fundamental nesse processo de ‘sacrifício libertador do povo brasileiro’.

“Podemos tirar se preferir”: alguma corrupçãozinha que, porventura, apareça. Corrupção era coisa do PT.

Em caso de alguns baderneiros insatisfeitos quererem atrapalhar os rumos da nação, a PM estará a postos para manter a ‘ordem’, uma vez que o ‘progresso’ já estará a todo vapor.

Programas de TV mostrando miseráveis são bem vindos, ajudam aos remediados a não reclamarem da sorte que têm.

Consultas ao FMI são aconselháveis. O superávit primário será mantido e os juros dos rentistas garantidos. Juros, aliás, como o deus mercado: lá no alto.

O aumento de tributos pode ser um fator animador e a igualdade deverá ser perseguida. Todos pagarão a mesma coisa: miseráveis, pobres, remediados, semi-ricos, quase ricos e, também, os ricos, que também são filhos de Deus.

E quando todo o plano estiver bem consolidado – e o plano da internet limitado – o brasileiro poderá sentar-se na beira da calçada, olhar para o nada, lembrar o passado recente e chorar até soluçar.

Certamente será de alegria, por ver o nosso país tomar rumo, dirigido pelas mãos honestas, competentes e confiáveis de Eduardo Cunha e Michel Temer. Gente que não rouba e que não trai.

Ah, e felizes porque a nossa bandeira não será vermelha, mas preta.
De luto.
Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

14 respostas

  1. O Estado não é capaz de administrar uma Estatal, mas os Governos brasileiros são sim. É necessário mudar radicalmente a forma de administração dos nossos tesouros. A começar por não lotear diretorias e deixar o Sindicato longe do RH. Isso já está mais do que provado que não funciona! E eles insistem…

  2. Brito, com as notícias desse golpe em polvorosa, estamos deixando de observar as notícias sobre a partilha do pré-sal que a Câmara Federal (e o Cunha) andam discutindo. Estou achando que querem tirar a Dilma também para ela não barrar as más intenções dos privatizadores de aluguel. Num governo Temer, a entrega das riquezas do Brasil aos estrangeiros, passa fácil, fácil. Vender o Brasil também pode ser uma forma de conseguir grana para as próximas campanhas políticas de políticos corruptos. Deve ter muitas coisas abafadas pela imprensa nesse golpe.

  3. Realmente, Brito, vamos cair nas mãos desonestas. Agora! Kkkkkkk mais um pouquinho de kkkkkkkkkkkkkkk! Quando vc mudou isso aqui pra pág de humor?! Se cuida kibeloco!

    1. Estou quase pedindo para as pessoas honestas como o Lula e o Dirceu voltarem. O Tijolaço virou página de humor.

  4. O choro dos até então estatizados é grande. Também, com a torneira se fechando, e sabe-se lá por quantos longos anos essa torneira estará fechada, muitos dos que se encostam hoje no poder, como Stédile (não o que votou pelo impeachment), Paulo Henrique Amorim, etc, já se encontram em estado de desespero. Mas não tem porque se desesperar. Lula não será preso… ao menos por agora não. É como no jogo de xadrez. Vão se derrubando os peões, os cavalos, os bispos, a rainha, o rei fica pro xeque-mate. Os peões (Cerveró, Barusco, Renato Duque) já foram. Os cavalos (Dirceu e Vaccari) também já foram. Os bispos (Dirceu e Gim Argelo) estão derrubados também. Faltam as torres (Edinho Silva e Aloísio Mercadante) que protegem os flancos do rei e da rainha e falta a rainha que cairá gritando “foi golpe!”. O rei é a cereja do bolo. Não precisa ser preso agora, logo após que a rainha for derrubada. Esse xeque-mate deverá ser mais divertido, com o posicionamento das peças para fazer o rei correr para lá e para cá, para achar que está fugindo do xeque, como agora tenta fazer no CNMP, tentando derrubar o Procurador da Lava Jato. Os blogueiros estatizados também entram no jogo. Na verdade não, ficam só de fora olhando o Moro Gasparov destruir todas as peças vermelhas do jogo. Nesse tabuleiro alvirrubro, o branco da esperança está derrotando e terá derrotado ao final esse projeto pernicioso de poder que buscou nos transformar numa nação de perdedores. Um viva ao Brasil que floresce do petismo (o petismo sendo usado apenas como esterco).

    1. Se o esterco petista ainda servisse como adubo … mas acho que não se aproveita nada dessa porcaria que tanto atrasou o país. Acho que deviam pelo menos confiscar alguns bens do Molusco e utilizá-los para pagar as despesas que ele dará no cárcere.

    2. kkkkkkkkkk… Eu juro… preciso rir… kkkkkkkkkkk… Como alguém consegue escrever tanta besteira junta meu Deus??? Eu quero ver a meritocracia agora… Nenguinho chega na universidade hoje e diz que foi por mérito próprio… Que não deve nada ao governo… Eu quero ver os defensores dos militares quando o orçamento voltar a ser aquele que não permitia nem comprar aviões… Eu quero ver quando a Indústria Naval falir novamente… Eu quero ver quando os meritocratas estiverem na fila para fazer concurso de gari (o trabalho é digno) tendo feito universidade… Eu quero ver quando a educação e a saúde não tiverem mais verbas garantidas por lei no orçamento… Eu quero ver merendeiro reclamar que os direitos trabalhistas foram suprimidos… Sabe o que é pior de tudo isso? Eu vou ver…

  5. (((( A brincadeira é dos dois lados )))))
    O autor do texto fez um resumão lúcido do que vai ser a vida do povo com a saída da Dilma. É mesmo um desmonte do Estado, e, veja bem, ele nem falou de todo o resto[tem muito mais coisa implicada aí] que vai na mesma esteira, ou seja, direto para o ralo.
    Verdade é que esse cenário de desgraça dos investimentos sociais já vinha sendo alardeado para que o povão tomasse consciência da necessidade da manutenção do governo para que todas as conquistas[sociais e trabalhistas etc] fossem não fossem perdidas..ou virassem “moeda de troca” nas mãos da oposição..
    Como o autor falou em em FMI e Banco Mundial, a notícia de ontem do ministro da fazenda da Dilma, o Nelson Barbosa, tem a ver com isso e é uma lástima, prá não dizer um desastre, pois com o governo sendo derrubado e os direitos sociais e trabalhistas correndo sério risco, como pode o ministro falar em corte nos gastos sociais num momento como este ??? Não dá prá entender esse governo. Por que isso agora?? O governo não precisa botar mais lenha na fogueira e criar mal estar com o povo, pois o governo Temer já vai dar conta de destruir todo o legado petista.

    Publicado em 27 de abril de 2016 às 13h54
    Título: A suprema imbecilidade de cortar gasto público na crise
    Por J. Carlos de Assis, economista, professor e doutor pela Coppe/UFRJ.

    “É natural que alguém que esteja se afogando não se preocupe com a cor da cueca.

    Pois é justamente uma preocupação desse tipo que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, demonstrando a mais suprema imbecilidade em matéria de economia política, revelou ao mundo ontem na forma de um anúncio de que cortará programas sociais no justo momento em que comandante dos golpistas, Michel Temer, anuncia que vai preservá-los e ampliá-los.

    Quando foi transferido para a Fazenda na queda de Joaquim Levy, Barbosa, a meu juízo, merecia um crédito de confiança. Diziam que era um keynesiano e, surpresa maior, simpático às teses de Aba Lerner.

    Lerner, para quem não conhece, autor da teoria de Finanças Funcionais, levou ao extremo a teoria keynesiana ao propor o financiamento de gastos públicos diretamente por emissão monetária, apenas “enxugada” por títulos públicos.

    Creio que eu seja um dos principais divulgadores de Lerner no Brasil através de outro economista norte-americano de vanguarda, Randall Wray, cujo livro “Understanding Modern Money” traduzi para o português sob o nome de “Trabalho e Moeda Hoje” (Ed. UFRJ e Contraponto).

    Acreditando no perfil de Barbosa que me foi passado, e tendo em vista sua formação na UFRJ, supus que poderíamos ter, enfim, uma política progressista na Fazenda depois do desastre de Joaquim Levy.

    Então veio o terremoto econômico de 2015, uma queda de quase 4% do PIB, seguida por tragédia similar neste ano. Pior, o desemprego explodiu para mais de 10 milhões até agora, e crescente.

    Para um keynesiano como eu, ainda mais de raízes marxistas, não existe nada mais terrível para uma sociedade que o alto desemprego.

    Não falo das lamúrias oportunistas apresentadas pela TV Globo. Falo da dignidade do trabalhador e de sua família. E falo principalmente da inação governamental diante do desemprego.

    Entretanto, conhecemos o remédio para o alto desemprego e a contração da atividade econômica desde os anos 30, com o New Deal nos EUA. E não é preciso ir longe.

    Nós próprios aplicamos esse remédio em 2009 e 2010, com um sucesso espetacular: saindo de uma situação de contração no primeiro ano, a economia teve um crescimento chinês de 7,5% no segundo.

    Só não mantivemos a marcha porque capitulamos aos neoliberais em matéria fiscal e monetária sob pressão dos especuladores financeiros.

    Qual é o remédio? Ampliar os gastos públicos deficitários.

    Assim foi feito no New Deal e assim tem sido feito nos EUA desde 2009, começando, nesse ano, por um déficit de 1,4 trilhão de dólares, 9% do PIB.

    Nesse ano e no ano seguinte, acompanhando o padrão norte-americano, expandimos os gastos deficitários do BNDES em R$ 180 bilhões.

    Diante disso, é um espanto o que faz Nelson Barbosa.

    Com a economia em contração e o desemprego em alta, e sob ameaça de impeachment, ele anuncia cortes adicionais nos gastos públicos sociais.

    Um sujeito como esse na Fazenda em pleno processo de impeachment leva a duas conclusões: ou ele acredita no que faz e, nesse caso, é um rematado idiota da economia, ou ele cumpre ordens da Presidenta, e neste caso não tem caráter para se opor aos equívocos que ela, por alguma inspiração metafísica, porém não econômica, lhe impõe.

    Há ainda uma terceira possibilidade: o desejo de sair bem na foto neoliberal para cavar um empreguinho no FMI ou Banco Mundial, depois da crise, como fez Levy.”
    http://www.viomundo.com.br/politica/nelson-barbosa-esta-cavando-um-emprego-no-fmi-ou-no-banco-mundial.html

  6. Impressiona-me um país que pertence ao grupo das 10 maiores economias do mundo, se vangloriar de auxiliar com o BF, uma população de 40 milhões de pessoas. Fantástico!!! O país governado pelo PT não quer entender que, o mais importante que o número de beneficiários, é proporcionar às pessoas a capacidade de pagamento (sustento), seja para se alimentar, pagar sua moradia, (própria ou alugada), financiamento estudantil, etc. Para um governo populista que tem como projeto se manter no poder às custas das pessoas mais humildes, essa dependência nunca deveria ser quebrada.

    1. Pois é, o PT eliminou a pobreza e 25% da população recebe BF. Uma coisa não bate com a outra, mas vá pedir para petista raciocinar. Na verdade eles usaram as bolsas criadas pelo FHC para manipular as camadas mais desinformadas e conquistar 80% de seus votos. É aí, entre os mais ignorantes, que o PT se sustentou eleitoralmente enquanto saqueou o país.

  7. Acho vocês “articulistas” corretos, de uma ingenuidade monstruosa. O PSDB será o que sempre foi, desde a era Itamar, convocado para não deixar Lula ser eleito e executar o plano real. Um partido sem voto que navegou nas águas do PMDB de Itamar para assumir o !”puder”. Hoje serve da olicarquias midiáticas e dos “patinhos da fiesp e dos patinhos da classe média” para desenvolver o mesmo “script”. Vai pegar um Brasil com reservas imensass e vai torrar para fazer o novo presidente. Há uma “ditadinho no PHA”. “PSDB enbarca no governo Temer, mas prefere já ficar no bote salva-vidas – Marinheiro atento (salva-vidas do próprio PSDB como parrido e dos cargos futuros para o PMDB, já é um governo “futuro” loteado, e assim caminha o “Brasil vergonhoso”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *