Porque o “puxão de orelhas” da Folha em Gilmar Mendes não terá efeito

puxaoorelhas

A Folha, hoje, em editorial, “puxa as orelhas” de Gilmar Mendes, listando parte – e só parte, pois nem toca no impedimento a Lula de assumir a Casa Civil de Dilma – de suas proteções aos esquemas de Aécio e das gravações da Lava Jato que entregam a turma de Temer.

Faz, assim, um apelo a que o ministro cumpra a segunda parte da máxima sobre a mulher de César: o dever de  parecer honesta.

O efeito disso?

Zero.

Não é o método de Gilmar e nem é o que lhe deu o que tem hoje.

O que funciona para Gilmar é o que Joaquim Barbosa apontou: portar-se como quem fala com seus capangas lá do Mato Grosso.

Dois fatores o permitem.

O primeiro, o acovardamento geral dentro e fora do Judiciário.

Gilmar babuja, os demais gaguejam e miam.

O segundo, a cumplicidade da mídia, que sabe que ele é o “seu” homem na Justiça, aquele com que pode contar para fazer o combate político-judicial no que der e no que vier.

Gilmar é o que mete o peito na porteira e vai levando de roldão.

Não recusa “serviço” nem se importa com rapapés e aparências.

Nem mesmo a brincadeira que fez meu bom amigo Fernando Molica sobre seu encontro com Temer – “Não, amor, não é nada disso que você está pensando. Eu tive apenas um encontro institucional na noite de sábado.” Será que cola?  – irá se preocupar em fazer.

Foi, e pronto.

A Folha que vá puxar as orelhas dos que se importam com suas objeções inócuas.

Gilmar não está disposto a perder tempo com cartilhas. Ele as escreve do seu jeito.

E quem não gostar que vá se queixa ao…a quem mesmo?

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14 respostas

  1. Pergunto, porque os partidos de esquerda no Senado nada fazem?
    Ou seja, estão no fundo alinhados com esse bandido que é o Gilmar.

  2. Um idiota desrespeitando a constituição, as normas elementares da justiça, fazendo o que bem quer e 200 milhões de pessoas o obedecendo e o sustentando, nem o rei tribal de Borunda se atreveria, mas aqui no Brasil ele sabe que pode. Por que aqui convivemos com a escravidão por 400 anos e não temos a coragem de encarrar o
    capitão do mato.

  3. La na jagunçada da terra dele essa de meyer o peito na porteira dos outros não leva de roldão, leva bala na cara. E antes que me esqueça joaquim barbosa é um merda, não serve de referência pra coisa alguma. Citar o imbecil dá razão ao acusado.

  4. Esse acovardamento geral dentro e fora do judiciário é, mesmo, acovardamento? Parece mais que o gilmar é o palhaço a serviço (sujo) dos que querem manter uma fachada de vestais.

    1. Muito bem colocado José Carlos. Fica então a pergunta: é covardia ou caso pensado e colocado em prática? Temo que seja a segunda opção.

  5. (…) “Gilmar não está disposto a perder tempo com cartilhas. Ele as escreve do seu jeito”.(…)

    Não, caro Brito, ele escreve segundo os ditames dos marinhos.

  6. Gilmar, o bárbaro!

    Quem poderia fazer algo contra Gilmar?
    A folha? O estadão? O Senado? O povo? A Globo? O STF?

    Ninguém.

    Gilmar é o cão de três cabeças – cérbero – postado na entrada do inferno, o STF.

    A destruição não será da besta, mas a superação dos valores sociais vigentes que, em última análise, são personificados por GM.

    Como tão bem descreveu Brito, GM é autoritário, monocromático, arrogante, indiferente, ignorante, resumidamente uma besta fera, mas não o é atoa, toda a sociedade tolera, aceita, entende e assimila como necessárias as brutalidades de GM.

    Não nos esqueçamos que uma das maiores demandas de nossa sociedade, absurdamente equivocada, é o aumento do aparato repressivo.

    Gostaria de dizer que GM é o último suspiro dessa sociedade, mas não tenho elementos para tal afirmação.

    Pelas demonstrações fascistas – ainda que infladas pela mídia – que entupiram as grandes cidades brasileiras, seria forçoso pensar que esse modelo social se extingue.

    Talvez o melhor que possamos supor e acreditar é que esse tipo de sociedade agoniza.

  7. É verdade INGÊNUO José Alati. A Veja e a Globo são do PT. Eles publicam essas coisas para defender a Dilma e o Lula. Você já escolheu seu presente do Papai Noel?

  8. ALERTA GERAL. Estou achando que a imprensa golpista está embalando os últimos acordes do golpe. Não acredito na ¨sinceridade¨ que estão querendo passar com notícias que podem arruinar Temer. Não sabemos com certeza o que vem por aí. Os blogs progressistas precisam tomar cuidado em postar tantos textos do PIG. A forma como a mídia monopolizada está agindo pode fazer parte do projeto de poder Direita/Just iça/Mídia¨. Dá para confiar em veículos de comunicação que apoiaram a ditadura e passaram anos criticando Chávez colocando na cabeça da manada que ele era ditador e agora que o Maduro é ditador?

    1. Concordo. Esta é a segunda fase do GOLPE. Aparar algumas arestas e tentar provar( manipular) que o Golpe não é golpe. Não seriamos tão ingênuos em achar que o PIG converteu-se em defensor intransigente da democracia.

  9. Gilmar é o que é, um canalha acima de qualquer suspeita. Agora, e os outros 10? São tão ou mais canalhas que o próprio Gilmar. Tomem vergonha na cara corja de frouxos. A propósito, quem define bem Gilmar é o grande Dalmo Dallari.

  10. NÃO É UM JUIZ: É UMA VERGONHA NACIONAL p/ Paulo Nogueira no DCM

    O responsável pela degradação do STF é Gilmar Mendes, uma das heranças malditas de FHC.

    Não que outros ministros não tenham dado sua cota. Mas nenhum juiz fez tanto quanto Gilmar para transformar a maior corte do país num grotesco, despudorado palco político.

    É por conta sobretudo de Gilmar que é absolutamente crível a afirmação de Jucá sobre a participação do STF no golpe.

    Num mundo menos imperfeito, Gilmar já teria sido enxotado do STF há muitos anos. Mas o Brasil é o que é.

    Em algum momento Gilmar simplesmente perdeu a noção, o pudor, o senso do ridículo. E começou a fazer política abertamente.

    Ele contou com o silêncio de seus colegas de Supremo, que jamais manifestaram publicamente nenhum desconforto com seu comportamento patológico e indecente.

    Contou, também, com o apoio da mídia, que jamais produziu um só editorial que lembrasse aos leitores que em nenhuma sociedade avançada é tolerado um juiz tão descaradamente partidário e parcial quanto ele.

    A imprensa, na verdade, se mancomunou com ele. É conhecido o episódio em que, numa reunião de pauta do Jornal Nacional, Bonner fala ao telefone com Gilmar para combinarem pautas.

    A reunião estava sendo acompanhada por convidados de fora, e um deles registrou a abjeta parceria entre a Globo, por Bonner, e Gilmar. Não é à toa que Glenn Greenwald escreveu nestes dias no Twitter que já via piadas jornalísticas, mas nenhuma como o Jornal Nacional.

    A relação promíscua de Gilmar com a imprensa vem de longe. Você vê no Google fotos dele abraçado, em eventos festivos, a jornalistas patronais como Merval Pereira e Reinaldo Azevedo. Foi Gilmar quem liberou a funcionária da Receita Federal que fora presa depois de ser flagrada tentando fazer sumir o processo que provava a fraude e sonegação da Globo na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002.

    Este meme que corre na internet deve muito a Gilmar

    Em países não dominados pela plutocracia, a imprensa e a justiça são poderes que se fiscalizam um ao outro. Na pátria de Gilmar e da Globo, os dois poderes se complementam e protegem um ao outro.

    Nas sessões do STF relativas ao impeachment, Gilmar jamais perdeu a chance de proferir estridentes discursos contra o PT, mesmo quando eles eram impertinentes.

    Por que o PT nunca reivindicou o impeachment de Gilmar diante de seus repetidos descalabros e desafios à lei da magistradura que prevê equidistância pelo menos aparente dos juízes, é um mistério que caberá à posteridade decifrar.

    O que desde já se pode dizer é que no futuro, quando o Brasil já não for controlado pela plutocracia predadora de hoje, Gilmar vai servir de exemplo daquilo que não deve ser um juiz.

    Com seu palavreado pomposo e envenenado, com seu semblante cínico e debochado de quem confia na impunidade, Gilmar arrastou a imagem do STF para o lodaçal em que ela está enterrada hoje.

    Não é um juiz: é uma vergonha nacional.

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