Dificilmente se concretizará, mas dificilmente é palavra que se concretiza cada vez mais facilmente no Brasil.
Renan Calheiros, diz o Estadão, fala abertamente em aceitar um dos cinco pedidos de impeachment do Procurador Rodrigo Janot que há em sua mesa, na presidência do Senado.
Alguém aí tem um descrição mais adequada a uma crise institucional daquelas “instituições que estão funcionando”?
Trama, aliás, com o traço picaresco de ter se dado em diálogos numa festa junina, depois de uma reunião na casa de outro dos alvos da Janot, José Sarney.
A obra de demolição dos parâmetros mínimos de institucionalidade no Brasil não apenas está trincada como se desmancha celeremente.
O julgamento de Dilma Rousseff no Senado é, para quem tenta assistir às sessões, um mero trâmite formal – e sem, sequer, elegância – de um linchamento.
O procurador geral da República pede a prisão do presidente do Senado por, basicamente, tê-lo chamado de mau-caráter – os atos de corrupção, graves, são alegações a provar-se – e o presidente do Senado reage ameaçando “impixá-lo”.
Aí está ao que se reduz o “moralismo marqueteiro”, que coloca uma súcia de ladrões a juntar lenha aos pés de uma mulher honesta para incinerá-la.
Não é preciso ser nenhum gênio político para ver que um país do tamanho e da complexidade do nosso não pode conviver com tal situação política.
Eu disse política?
Vai se aproximando o clímax imaginado pelo genial Machado de Assis com seu alienista Simão Bacamarte: depois de internar a todos como loucos, descobriu que deveria, sim, era internar a si mesmo.
18 respostas
Outro dia eu dei minha opinião sobre da onde veio o vazamento da pedido de prisão da cúpula do PMDB. Pra minha surpresa, hoje na coluna do José Roberto de Toledo ele corrobora da mesma opinião, que o responsável pelo vazamento deve ter sido a “toga falante do STF”. Aquele que faz cara de paisagem quando o acusado não é do PT.
Importante notar que Renan (PMDB), metido até o pescoço nas citações da corrupção (R$ 32 milhões só do Machadão), não teria a audácia de ameaçar Janot dessa forma, se não tivesse cobertura do Toga Falante do Supremo e da Rede Globo. Isto é um sinal claro de que a operação Abafa Jato está a todo vapor, pelas mãos dos corruptos ameaçados do PMDB, PSDB, DEM e satélites.
Que rufem os tambores, chegou o momento do grand finale do circo de horrores! O grande salto para o futuro! O prometido salto para o futuro, sem rede, sem nenhuma proteção! Do ponto mais alto da torre dos três Poderes! Quem vai saltar?!
Que rufem os tambores, chegou o momento do gran finale do circo de horrores! O grande salto para o futuro! O prometido salto para o futuro, sem rede, sem nenhuma proteção! Do ponto mais alto da torre dos três Poderes! Quem vai saltar?!
Se os políticos não confrontarem o complexo mídia-judiciário, a ditadura deste complexo, com apoio de oportunistas, se estabelecerá.
Conseguiram abortar um projeto de país, que apesar de seus vários defeitos, trilhava o caminho da afirmação da soberania externa e de uma estratégia interna de desenvolvimento de longo-prazo.
Para colocarem no lugar, simplesmente nada. Apenas um vazio de projeto privatizante, que em mal ajambrado da fórmula mágica dos criada na era Tatcher.
Sim, porque Tatcher e Reagan tinham algum resquício de seriedade política e legitimidade a preservar a imagem austera de seus governos.
Diferentemente do Interino Golpista que aqui, em menos de um mês, já acumulou escândalos em série em torno de seu núcleo de poder, e chegou por conspiração e trairagem.
Definitivamente, esse país pode ter perdido uma década ou mais de avanço sócio-econômico e até financeiro, com essa palhaçada de impeachment por “Deus, meus filhos e meu estado”.
E se você levar em conta certas medidas que tentarão impor que limitarão os “gastos” com saúde, educação e investimentos no setor produtivo, em poucos anos teremos voltados mais de um século. A indústria nacional será reduzida a pó, os trabalhadores serão explorados ao nível da servidão, mas os banqueiros e rentistas estarão com os rabos cheios de dinheiro. Vamos trabalhar para sustentar especulador financeiro nacional e internacional.
Desde o início desta tragédia lançada oficialmente em 2013 o Machado – de Assis- já me parecia a melhor inspiração para o desfecho… Avisem ao Moro, para arrumar as malas sem atropelos!
Seria o “gran finale” da PATETADA. Nós aqui, ainda temos que aturar alguns PATETAS ESTATIZADOS DO TEMER. Tenhamos paciência.
Ah Monteiro, conta outra!
Eu sei que vc adooooora os PET’s!!!!
Kkkkkk
A parte “boa”(e cara, muito cara, é verdade) da tragédia: as máscaras vão despencando uma após a outra.
Mas se Deus é brasileiro, quem sabe, das cinzas a Fênix de um BRASIL -de- brasileiros (sem vôos do abutre listrado por aqui sempre beliscando a carniça) possa finalmente aprender a voar com as próprias asas?! E de conteúdo estritamente nacional!!!
Será que o Império sanguinolento vai deixar impixar o serviçal???
É absolutamente surreal que o RÉU ameace o promotor de seu caso com demissão! E todo mundo ache isso normal! nenhum editorial sobre isso? Se isso não é quebra de decoro não sei o que é!
Fernando, crime organizado não é fenômeno político, mas policial.
CAMEM OLIVEIRA: renúncia da Dilma e do Temer jogaria a presidência no coli do Renan ou do Cunha. Sem chances. Renúncia da Dilma seria dar razão aos golpistas. JAMAIS!
Os golpistas estiveram e continuam bem unidos quando o assunto é o golpe para derrubar o governo eleito pelo povo brasileiro em 2014. Mas a partir daí a coesão se desfaz pois os interesses pessoais e a ganância dos golpistas pelo poder é muito grande. Será que os golpistas da ala dos traíras oportunistas conseguirá deter os golpistas da ala dos marajás entreguistas, que são bem melhor assessorados e blindados? Se houver esse risco, a Goebbels vai tentar anulá-lo.
Este é o andamento normal do golpe. Tirar Janot é fundamental que eles passem. Isso priva definitivamente que Janot não estava incluído no golpe. Não fazia parte do grande acordo que Jucá falou que deveria ser feito com a mídia e com o Supremo Tribunal Federal. Então, nada mais natural que queiram tirar Janot e colocar em seu lugar um procurador que seja muito bonzinho com toda a imensa quadrilha do PMDB e com alguns quadrilheiros do PSDB e DEM. Afinal, o golpe se deu, em primeiro lugar, para que todos eles se livrassem da cadeia.
Simples, simples, simples.
Derruba-se o Janot. Dá-se uma solene banana para “eleições” e listas tríplices e se nomeia um novo PGR, amigo do Gilmar, amigo dos amigos.
O novo Procurador Geral dá uma enquadrada na turminha de Curitiba – um inquérito de vazamento qualquer que esteja dormindo nas gavetas do Janot serve – e se espernearem muito, demite logo um ou dois a bem do serviço público (os meninos voltam depois de uns anos e uma bem sucedida ação de reintegração – e com gordos atrasados) e põe o Savonarola, digo, Moro, no seu devido lugar, com alguma representação ao CNJ sendo usada para dar uma marretada na cabeçorra do Girolamo – desculpem, Sérgio.
E pronto, tudo está armado para voltar ao seu curso natural.
Mas antes vão deixar o dominicano, digo, juiz, condenar o Lula, só para garantir a inegibilidade dele…